Ficha técnica carne moída
Por: SonSolimar • 9/10/2018 • 2.006 Palavras (9 Páginas) • 353 Visualizações
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Por ser uma via mais direta para a indução da inconsciência, pois o agente anestésico é levado diretamente para a circulação venosa, causando efeitos de relaxamento no paciente onde ele estará pronto para qualquer tipo de intervenção cirúrgica. Embora, nenhum dos anestésicos usados isoladamente seja capaz de aplicar todos estes efeitos desejados, o que é frequente a anestesia geral ser resultado da combinação de muitas drogas. Então podemos assim classificar um anestésico geral ideal quando:
- Induzir uma anestesia suave e rápida
- Condicionar recuperação rápida, uma vez terminada a administração
- NTer larga margem de segurança
- Não apresentar reações adversas.
Um anestésico com todas essas características não existe, portanto, não existe um anestésico ideal. Deve-se utilizar o anestésico mais adequado ao paciente.
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS GERAIS
Os anestésicos podem ser divididos didaticamente em duas classes, conforme sua via de administração: anestésicos inalatórios e anestésicos intravenosos. Os anestésicos inalatórios geralmente são utilizados para a manutenção da anestesia. Os anestésicos intravenosos são empregados para induzir a anestesia, fornecer anestesia complementar ou permitir anestesia nos procedimentos operatórios curtos.
2.4.1 INALATÓRIOS
Os anestésicos gerais inalatórios são administrados via sistema respiratório, e por isso, assim são nomeados. Pode ser encontrados sob a forma de gás ou líquido (com grande pressão de vapor), capaz de produzir anestesia geral quando inspirado. Comumente utilizado em crianças, promove a perda da consciência (hipnose), relaxamento muscular, hiporreflexia ou arreflexia, características valiosas em determinados procedimentos. Por não promover analgesia, sempre deve ser associada a outros fármacos.
O Éter, o óxido nitroso e o clorofórmio foram os primeiros anestésicos gerais inalatórios a serem descobertos, mas por possuírem muitos efeitos indesejáveis, surgiu a necessidade de outras substâncias de ação semelhante, como menores efeitos adversos, então foram descobertos outros anestésicos.
O mecanismo de ação deste tipo de anestésico não está totalmente esclarecido. Acredita-se que eles atuem mais no córtex cerebral e hipocampo, diminuem a transmissão do estímulo ascendente da medula espinhal para o cérebro, e no cérebro deprimem o fluxo sanguíneo e o metabolismo de glicose, portanto diminuem a pulsão cerebral.
Sua absorção ocorre da seguinte forma: mobilização dos gases ou vapores do anestésico até os alvéolos; distribuição dos gases ou vapores no ar alveolar; difusão dos gases do alvéolo para o sangue; transporte no sangue até os capilares; e difusão a partir dos capilares até o tecido alvo.
Quanto a sua ação molecular, interagem com proteínas globulares, sensibilizam os canais iônicos, que regulam o fluxo de íons para a membrana citoplasmática, fazendo com que a membrana ficam hiperpolarizadas e não propaguem o potencial de ação. Os canais sensíveis aos anestésicos inalatórios, possuem os receptores: nicotínicos, serotoninérgicos, glicinérgicos, gabaérgicos (GABA), glutamato (ativado pelo receptor NMDA).Os receptores de GABA, e glicinérgicos, aumentam a atividade inibitória pós-sináptica, pois, os anestésicos aumentam a liberação de neurotransmissores inibitórios que se ligam à esse receptores inibitórios. Os receptores nicotínicos, serotoninérgicos e do glutamato, diminuem a atividade excitatória pré-sináptica, pois os anestésicos diminuem a liberação de neurotransmissores excitatórios que se ligam a esses receptores.
Podem ser classificados como inorgânicos ( Óxido nitroso) e orgânicos (liquídos voláteis), dos tipos: Halogenados - Clorofórmio, Cloreto de etila, halotano, Enfluorano, Isofluorano, Desfluorano, Sevofluorano; não halogenados - Éteres (divinílico, dietílico, metilpropílico, metilisopropílico); e gasosos - Ciclopropano, Etileno. Contudo, atualmente são utilizados apenas os Halogenados, os quais especificaremos seu uso clínico a seguir.
2.4.1.1 HALOTANO
O Halotano foi o primeiro dos anestésicos inalatórios halogenados modernos utilizado na prática clínica. É um agente potente, utilizado habitualmente para a manutenção da anestesia. Por não ser pungente, é bem tolerado para inalação. Embora seu uso tenha sido substancialmente diminuído nos últimos tempos pela existência de outros fármacos com menos efeitos colaterais, ainda é bastante utilizado em crianças, onde a introdução de um cateter intravenoso pode ser difícil e seus efeitos colaterais são menores.
Características gerais
Depois do éter e clorofórmio, foi o primeiro halogenado descoberto por Raventos em 1956. É um líquido incolor, não inflamável. É instável, se decompondo por efeito da luz. Utilizado com um conservante, o Timol, que é altamente corrosivo.
É barato e muito utilizado em crianças. Não reage com a cal sodada. É solúvel na borracha. Possui um odor agradável. E a indução e recuperação são tranquilas, e demoradas. O halotano não é analgésico, portanto, provoca dor na recuperação se não utilizado com um analgésico.
E não é irritante, por isso, pode ser utilizado para indução na máscara, o problema é que demora muito para induzir.
2.4.1.2 ISOFLUORANO
O Isoflurano é um anestésico inalatório de uso comum em todo o mundo. É tipicamente empregado para manutenção de anestesia com outros agentes. Possui indução e recuperação bem rápidas, devido ao baixo coeficiente de partição sangue/gás. Toda via, há relatos de recuperação agitada, após indução com Cetamina, e provoca irritação das mucosas.
Características gerais
Líquido volátil à temperatura ambiente, não inflamável nem explosivo em misturas com ar ou oxigênio. Possui odor indesejável
2.4.1.3 SEVOFLUORANO
Amplamente utilizado em cirurgias ambulatoriais por permitir rápida recuperação.
É muito bom para ser utilizado em gestantes, pacientes geriátricos, para indução na máscara facial em neonatos, pois tem cheiro agradável e não irrita as vias respiratórias.
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