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A Leptospirose é Uma Doença Infecciosa

Por:   •  2/3/2018  •  2.715 Palavras (11 Páginas)  •  405 Visualizações

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Os principais sorotipos associados com a doença no homem e nos animais domésticos são:

- Leptospira icterohaemorrahagiae – principal responsável pelos casos de infecção humana. Encontrada em ratos de esgoto (Rattus norvegicus), causa doença também em bovinos e suínos. (FERREIRA & FERREIRA, 1991)

- Leptospira canicola – responsável pela leptospirose canina, o homem, bovino e suíno também são sensível a esta espécie. (FERREIRA & FERREIRA, 1991)

- Leptospira Pomona – é a espécie mais encontrada como causa da doença em bovinos, equinos e suínos. (FERREIRA & FERREIRA, 1991)

- Leptospira gryppotyphosa – causadora de infecção nos bovinos. (FERREIRA&FERREIRA, 1991).

- Agentes

As leptospiras são espiroquetas moveis e filamentosos, de 0,1 a 0,2µm de largura por 6 a 12 µm de comprimento (figura 1). São aeróbicas obrigatórias; do qual se conhecem atualmente 14 espécies patogênicas, sendo a mais importante a L. interrogans que possui múltiplos sorotipo se infectam os animais e os humanos. A infecção por leptospiras ocorre tanto no meio rural quanto no suburbano nas regiões semitropicais do mundo com solo em condições alcalinas, tem capacidade de sobrevivência no meio ambiente (até 180 dias). (NELSON & COUTO, 2001).

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Figura 1 Bactéria leptospira

- Transmissão

As Leptospiras são transmitidas por contato direto ou indireto. Transmissão direta ocorre principalmente através do contato com urina infectada, mas também através do sangue, de tecidos à necropsia e de envoltórios e líquidos fetais. Transmissão indireta ocorre quando cães suscetíveis são expostos ao solo, à água, a alimentos e a fômites (BOLIN, 1996).

As bactérias são eliminadas na urina e o tempo de excreção varia individualmente e depende do sorovar infectante (VAN DE MAELE et al., 2008).

A infecção por leptospiras ocorre basicamente através das mucosas intactas após a eliminação do microrganismo em excreções, principalmente urina dos hospedeiros de manutenção, mas também dos hospedeiros acidentais na fase aguda da doença (PRESCOTT, 2007). Além das mucosas, infecção via transcutânea também pode ocorrer, mas é necessário haver solução de continuidade. Pele íntegra, porém acentuadamente hidratada, é também considerada uma possível rota de infecção (GREENE et al., 2006).

Mais recentemente, por volta de 1980, o trato genital foi considerado um importante local para manutenção de leptospiras, primeiramente em bovinos e suínos, e posteriormente em cães. Com isso, atualmente, outras formas de transmissão incluem a venérea (coito e inseminação artificial) e a transplacentária. Além disso, sabe-se que cães podem ser infectados com sucesso através da ingestão de roedores infectados. Assim, embora a

transmissão direta seja um ponto importante na epidemiologia da leptospirose, a transmissão indireta é considerada por alguns autores como a forma m

ais comum de transmissão da doença, já que leptospiras podem permanecer viáveis no ambiente por até 180 dias,dependendo principalmente da temperatura, da umidade e do pH do solo (GREENE et al.,2006).

Os hospedeiros com títulos de anticorpos pré-existentes eliminarão o microrganismo rapidamente e permanecerão infectados de forma subclínica. As leptospiras replicam-se em múltiplos tecidos de hospedeiros não-imunes ou hospedeiros infectados por espécies não-adaptadas ao hospedeiros; no cão, os níveis mais altos de infecção desenvolvem-se no fígado e rins. A inflamação induzida por replicação do microrganismo e produção de toxinas resulta em doença renal (figura 3) ou hepática (figura 4). (NELSON & COUTO, 2001).

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Figura 2. Intenso amarelamento cortical, medular e hemorragias multifocais nos rins na leptospirose canina

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Figura 3 Fígado vermelho-alaranjado na leptospirose canina

- Como a Leptospirose atinge o ser humano

A infecção em humanos por Leptospira spp. Se dá atráves do contato com urina de animais infectados, uma vez que o agente coloniza os túbulos renais proximais de animais que serão os reservatórios da doença (como roedores, morcegos e marsupiais, além de cães, bovinos e suínos). O contato com a urina pode ser direto ou indireto, como através de água e solo contaminados (FMUSP, 2013).

A infecção ocorre, de forma geral, de forma indireta, através do contato com solo úmido ou água contaminada. A leptospira penetra através de pequenas escoriações presentes em pele e muscosas do ser humano. A contaminação oriunda de contato direto com a urina não é tão frequente, sendo esta forma de contágio mais comum em veterinários, por exemplo. (FERREIRA, COSTA & PEREIRA, 2016) .

Ferreira et al. aponta que os acometidos pela forma ictérica da doença normalmente são homens entre 20 a 45 anos de idade. Para cada 6 a 10 homens acometidos, a estatística mostra em média1 mulher acometida, sendo estes infectados pela forma ictérica da doença. De 90 a 95% dos acometidos, apresentam a forma anictérica.

A forma anictérica da Leptospirose é caracterizada por apresentar início súbito. Observa-se no paciente febre alta, calafrios, cefaléia frontal ou retro-orbitária e mialgia. Esta forma da doença também compreende uma série de sintomas, dentre eles dores musculares e abdominais, hiperemia conjuntival, náuseas, vômito e diarréia (FERREIRA et al., 2016).

A resolução dos sintomas na forma anictérica ocorre em um período de sete dias. Inicia-se, então, a fase imune, com a produção de anticorpos. Há recidiva dos sintomas associada a rigidez de nuca e meningite asséptica. Todos estes sintomas, além de incidência epidemiológica na região em que o paciente se encontra, devem ser levados em consideração para que seja feito o diagnóstico da doença (FERREIRA et al., 2016).

A leptospirose ictérica tem início semelhante ao da forma anictérica e pode aparecer logo após a forma anictérica associada à icterícia, insuficiência renal e hemorragias (como petéquias, púrpuras, hematomas, epistaxe e hemorragia conjuntival). Observa-se, de forma marcante, icterícia rubínica em função da hiperemia

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