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A Hipersensibilidade ao Ovo

Por:   •  14/3/2018  •  6.272 Palavras (26 Páginas)  •  415 Visualizações

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A alergia ao ovo pode ser classificada como imediata ou tardia. A primeira ocorre em até quatros horas após a ingestão do ovo e a segunda ocorre em um período superior a este espaço de tempo. (BATISTA, 2007)

Nas reações mediadas por anticorpos IgE, o aparecimento dos sinais e sintomas após a ingestão geralmente são agudos. Essa reação ativa os mastócitos teciduais e basófilos sanguíneos resultando em uma sensibilização, podendo assim haver manifestações clínicas, tais como, anafilaxia, hipotensão, urticária, choque, dentre outras (FERREIRA 2012).

O diagnóstico correto da alergia alimentar é fundamental para o tratamento adequado e para que não se instituam dietas desnecessárias. O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada aos dados de exame físico que podem ser complementados por testes alérgicos. Em algumas situações, é possível correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento. Em outras ocasiões, o quadro não é tão evidente, necessitando de história mais detalhada. Isso ocorre principalmente quando as reações ocorrem horas após a ingestão do alérgeno (PRATES; ASBAI, 2007).

Atualmente, a única terapia comprovada para a alergia alimentar é a eliminação rigorosa do alimento agressor da dieta do paciente. As dietas de eliminação devem ser supervisionadas, pois podem conduzir a desnutrição ou ao desenvolvimento de transtornos alimentares, especialmente quando envolve a eliminação de um grande número de alimentos. Vários medicamentos têm sido utilizados na tentativa de proteger os pacientes que apresentam hipersensibilidade alimentar, incluindo anti-histamínicos H1 e H2, corticosteroides e inibidores de prostaglandina sintetase. Alguns desses medicamentos podem modificar os sintomas de alergia alimentar, mas, de modo geral, apresentam eficácia mínima ou produzem efeitos colaterais indesejáveis (DURHAM, 1994).

Segundo dados da ClinicalPediatrics, crianças que moram em áreas urbanas têm mais riscos de terem alergia alimentar. Levantamentos apontam que enquanto 9,8% das crianças de centros urbanos tem alergia alimentar, 6,2% das que vivem em áreas rurais têm o problema. Uma hipótese é a de que a exposição nas primeiras fases da vida a certas bactérias associadas com a vida rural pode proteger contra a hipersensibilidade hereditária a alguns alergênicos. Há ainda a tese de que muitos poluentes encontrados em áreas urbanas podem desencadear o desenvolvimento de alergias (PEDIATRICS CLINICAL, 2013).

Estudos indicam que de 50 a 70% dos pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia.A predisposição genética, a potência antigênica de alimentos e alterações a nível de intestino parecem ter importante papel.

O tema é multiabrangente, não se sabe perfeitamente por que algumas substâncias são alergênicas e outras não, nem por que nem todos os indivíduos desenvolvem uma reação alérgica após exporem-se aos alérgenos(ASBAI, 2007).

2. OBJETIVOS

- Objetivo Geral

• Elaborar uma revisão bibliográfica sobre o assunto Hipersensibilidade do tipo I com ênfase na alergia alimentar provocada pelas proteínas potencialmente alergênicas do ovo;

- Objetivos específicos

• Identificar respostas imunológicas baseadas na relação antígeno e anticorpo, envolvendo os principais mecanismos e moléculas potencialmente alergênicas encontrados no plasma do indivíduo exposto ao alérgeno do ovo;

• Relatar a genética envolvida nas alergias alimentares do tipo I, com enfoque no ovo, bem como os genes responsáveis por desencadear tal hipersensibilidade;

• Salientar os sinais e sintomas provocados após ingestão do alérgeno e as possíveis formas de diagnóstico e tratamento.

3. METODOLOGIA

Foi realizado inicialmente levantamento bibliográfico a partir de duas bases de dados,Medline (National Library of Medicine dos EUA) e SciELO(ScientificElectronic Library Online), o qualserviu de instrumento para a revisão destetrabalho. A pesquisa considerou artigos publicados no período de 2003 a 2014, nos idiomas português e inglês, utilizando-se as palavras-chaves, “alergia alimentar”, “hipersensibilidade do tipo 1”, “proteínas alergênicas”.O estudo constou de 46 publicações, onde26 são artigos em revistas científicas, 02dissertações de mestrado, 09 bibliografias de livro, e 09 sites de internet de associações brasileira, americana e britânica de alergia. Dentro desta amostra, foi realizado um procedimento de análise dos resumos dos artigos identificados nas bases de dados citadas, avaliando a organização das informações e compreendendo as principais ideias expostas para contribuição da pesquisa. Como resultado deste trabalho, criamos um banner ilustrativo e uma maquete que foram utilizados para divulgação, através do evento “ Viva Praça” realizado no dia 22-10-14 na região central de Belo Horizonte, com o objetivo de levar informação à população e a conscientizar em relação aos efeitos causados pelas proteínas alergênicas do ovo.

- DESENVOLVIMENTO

4.1 Mecanismos imunológicos consequentes da ingestão de proteínas potencialmente alergênicas do ovo

Estudos epidemiológicos sugerem um aumento significativo na prevalência de doenças alérgicas nas últimas duas ou três décadas (YAZDANBAKHSH et al., 2002).

A alergia alimentar, em particular, é uma patologia que afeta 6-8% das crianças menores de 3 anos e aproximadamente 2% da população adulta no mundo industrializado (SCHÖLL, 2005).

Os antígenos que provocam as reações alérgicas são também chamados de alérgenos que em geral são proteínas ambientais comuns. (HELM; BURKS, 2006).

A maioria dos indivíduos em contato com esses antígenos não produz IgE específica nemdesenvolve reações potencialmente lesivas. No entanto, essas reações podem sedesenvolver em pessoas geneticamente susceptíveis quando as barreiras fisiológicassãorompidas (SAMPSON, 2007).

Relativamente, poucos alimentos são responsáveis pela grande maioria dasreações alérgicas. Esses alimentos incluem leite, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. Alergias a ovos e leite de vaca são observadas com maior freqüência em crianças, enquanto frutos do mar e amendoim são as causas mais comuns de alergia em adultos (SEIBOLD, 2005).

Os alimentos que causam reações

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