O Relatório Enfermagem
Por: eduardamaia17 • 17/9/2018 • 7.163 Palavras (29 Páginas) • 319 Visualizações
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- - RELAÇÕES HUMANAS
ϖ Para Mayo e seus colaboradores , a organização tem duas funções básicas:
∙ Produzir bens e serviços (função econômica externa)
∙ Distribuir satisfação entre os seus participantes ( função social interna)
Ao conjunto de interacções que mantêm os indivíduos no seio de uma sociedade dá-se-lhe o nome de relações humanas. Estas têm por base os vínculos, muitas das vezes hierárquicos, que existem entre as pessoas e que têm lugar através da comunicação (podendo ser visual, linguística, etc.).
Considera-se que as relações humanas são primordiais para o desenvolvimento individual e intelectual de cada ser humano, já que graças a estos laços se constituem as sociedades, quer as mais pequenas (por exemplo, nas aldeias) quer as maiores (nas cidades). As relações humanas implicam, necessariamente, pelo menos dois indivíduos.
Muitos conflitos gerados nos ambientes de trabalho são decorrentes da falta de interação entre os indivíduos e a falata de comunicação no cotidiano do trabalho. No trabalho em saúde o modo de operar os serviços de saúde é definido como um processo de produção do cuidado. Para Merhy (1995) torna-se um serviço peculiar, fundado numa intensa relação interpessoal, dependente do estabelecimento de vínculo entre os envolvidos para a eficácia do ato. Ainda segundo o mesmo autor, os serviços produzidos no setor saúde se concretizam pelo encontro entre quem produz e quem recebe, ou seja, a produção é singular e se dá no próprio ato. Portanto, a necessidade de trocar informações no desenvolvimento do trabalho é essencial na saúde para cooperar na melhor assistência ao indivíduo, família e comunidade, contribuindo dessa forma com o trabalho em equipe, permitindo o relacionamento entre os indivíduos.
Esta relação acaba sendo imprescindível para a organização do processo de trabalho, pois, o relacionamento interpessoal é, sem sombra de dúvida, um dos fatores que influenciam no dia-a-dia e no desempenho de um grupo, cujo resultado depende de parcerias internas para obter melhores ganhos. É esperado que as equipes de saúde e no nosso caso específico, equipe de enfermagem, estejam afinadas com os objetivos traçados pelas mesmas e com a missão dos serviços de saúde, pois caso isso não ocorra podem prejudicar o desempenho de toda a equipe, interferindo nos resultados esperados impactando inclusive no clima organizacional do serviço.
É importante saber conviver com as pessoas, até mesmo por ser o cenário da saúde muito dinâmico obrigando uma intensa interação com os outros, inclusive com as mudanças que ocorrem no contexto socioeconômico-político e cultural ou até mesmo diante de troca de lideranças. A comunicação e o dialogo tornam-se ferramentas fundamentais para a boa relação interpessoal e para o bom desempenho da equipe. Os problemas de relacionamento às vezes não são visíveis, ficam mascarados e embutidos intrinsecamente em cada um dos trabalhadores, e às vezes, só podem ser percebidos por meio de ações, do comportamento e no modo de agir com os outros membros da equipe (SILVA, 2008).
A contribuição entre os membros das equipes é fundamental para se atingir as metas determinadas pelas equipes. Algumas considerações realizadas por Silva (2008) para o relacionamento interpessoal de ambientes organizacionais de empresas se adequam a saúde (grifo da autora): saber lidar com a diversidade existente no serviço de saúde, respeitar as diferenças e as particularidades de cada um; conquistar o apoio dos profissionais
Trabalhar em equipe, ninguém trabalha sozinho (SILVA, 2008, adaptado por FARAH, 2010). A forma de conduta dos gestores e gerentes de equipes está relacionada ao estilo de gestão e consequentemente das ações desenvolvidas decorrentes do modelo, e podem influenciar no desempenho dos liderados. Assim, o gestor terá que dar o exemplo para os demais, saber como falar com seus colaboradores, pois a maneira com que irá tratá-los poderá refletir no relacionamento entre a gerência x trabalhador e, conseqüentemente, nas metas e objetivos do trabalho em equipe (adaptado de SILVA, 2008). Silva (2008) relata alguns problemas que podem ocorrer com profissionais que assumem liderança e que interfere nas interelações: não conseguem lidar com pessoas adversas e com opiniões diferentes da sua, deixam se levar por uma impressão negativa sem ao menos procurar compreendê-las e conhecê-las mais detalhadamente.
O mesmo autor cita também que ―um dos vilões que pode prejudicar o relacionamento entre os membros de uma equipe é o mau humor‖ (SILVA, 2008, p. 2); as pessoas (mal humoradas) geralmente se isolam das demais impedindo que seus colegas se aproximem para pedir algum tipo de ajuda, ou até mesmo para conversas sobre amenidades. Esta situação pode impactar o seu próprio desempenho de suas tarefas e nas da equipe, comprometendo a assistência, à saúde dos indivíduos, porque ela evitará a sua exposição e nem sempre poderá contar com alguém para auxiliá-la. Deixará de ouvir opiniões diferentes e de compartilhar com os demais membros da equipe alternativas e tomada de decisões. Na maioria das vezes, o trabalho será realizado pelo profissional de maneira individualizada, contrariando a lógica do serviço de saúde que é coletivo.
Quando se enfrenta problemas de relacionamento, a gerência da equipe de saúde, o enfermeiro, tem a missão de sanar a dificuldade o quanto antes para não comprometer o clima de trabalho. É necessário que se tome medidas imediatas a fim de identificar as causas, para minimizar o efeito que este fator pode gerar, bem como sensibilizar os membros da equipe para que eles não deixem que essa variável prejudique o desenvolvimento das tarefas, resultando em queda na qualidade do atendimento e na produtividade.
O gerente tem o papel de dar apoio, feedbacks com profissionais da equipe, evitando problemas que possam ocorrer futuramente na equipe. É necessário ressaltar que essa tarefa não depende somente do gerente: todos terão que estar envolvidos nesse processo. Os profissionais da equipe também têm um papel importante para a construção de um ambiente saudável, pois depende de suas condutas e atitudes para acabar com problemas desse tipo.
O papel do gerente, do coordenador da equipe ou do enfermeiro no processo é de extrema importância, pois é de sua responsabilidade: administrar os conflitos existentes entre as pessoas da equipe, fazer com que o clima interno seja agradável, permitindo um ambiente sinérgico
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