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HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Por:   •  23/3/2018  •  2.051 Palavras (9 Páginas)  •  321 Visualizações

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compreensão do ser doente e não da doença. Significa também, reduzir ao mínimo a ruptura ente a vida normal do paciente e a que lhe impõe restrições.

Assim, pode-se dizer que humanizar uma instituição de saúde significa manter com o paciente um ambiente focado no cuidado humano, respeitando sua cultura e valorizando o ser humano que adoece.

Para Oliveira (2001, p.104):

Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano.

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFISSIONAIS.

Segundo o Manual do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar: “humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética” (BRASIL, 2002, p. 16), ou seja, para que o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça outras palavras de reconhecimento. É pela linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Em resumo: sem comunicação, não há humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com nossos semelhantes.

O desenvolvimento científico e tecnológico tem trazido uma série de benefícios, sem dúvida, mas tem como efeito adverso o incremento da desumanização, pois um hospital pode ser excelente na questão da tecnologia e mesmo assim ser desumano no atendimento, por tratar as pessoas como simples objetos de intervenção técnica, sem serem ouvidas em suas angústias, temores e expectativas, ou sequer informadas sobre o que está sendo feito com elas.

A humanização no ambiente hospitalar mostra que somente ciência e tecnologia não bastam para atender bem o paciente, ao contrário, quando apenas esses aspectos são considerados, o atendimento é desumano, pois não considera o sentimento das pessoas envolvidas.

A enfermagem tem importante papel a desempenhar para agregar valor à qualidade da assistência prestada ao paciente, não só de maneira direta, como também por meio das interfaces com os diversos serviços hospitalares.

Humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, que sempre despertam insegurança.

Os padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos não estão prontos, não tendo características generalizáveis, pois cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu processo singular de humanização (MARTINS, 2001).

De acordo com a Política Nacional de Humanização (BRASIL, 2005), a humanização é um pacto, uma construção coletiva que só pode acontecer a partir da construção e troca de saberes, através do trabalho em rede com equipes multiprofissionais, da identificação das necessidades, desejos e interesses dos envolvidos, do reconhecimento de gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde, e da criação de redes solidárias e interativas e participativas.

A proposta de humanização da assistência à saúde visa à melhoria da qualidade de atendimento ao usuário e das condições de trabalho para os profissionais.

Na tentativa de amenizar o sofrimento dos clientes de saúde devido à internação, surgiu a prática da humanização, que é a aplicação de um padrão de serviço hospitalar no atendimento a clientes de saúde, desde o pronto-socorro até o retorno para casa. Mesmo sendo de pouco conhecimento ou pela falta de interesse em realizá-la, a humanização é um caminho de mudança, pois apresenta atendimento diferenciado, caloroso, baseado em proporcionar conforto e bem-estar ao paciente e à família enquanto cliente do hospital.

HUMANIZAÇÃO EM RELAÇÃO AO PACIENTE E SUA FAMÍLIA.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (COFEN, 2010, p.35), afirma que:

[...] o profissional da enfermagem respeita a vida a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo seu ciclo vital, a discriminação de qualquer natureza, assegura ao cliente uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência, cumpre e faz cumprir os preceitos éticos e legais da profissão, exercendo a enfermagem com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.

O cuidado em enfermagem é uma relação humana, o que consequentemente implica a conjugação de duas pessoas totalmente diferentes, que se rege por sentimentos, percepções, pensamentos, emoções e necessidades. Deste modo, facilmente se compreende que o papel do enfermeiro no cuidado com cada uma das pessoas com quem se relaciona diariamente será necessariamente único, uma vez que a própria interação no cuidado se constrói a partir das necessidades exclusivas de um paciente específico (CHISTÓFORO; ZAGONEL; CARVALHO, 2006).

Os autores acrescentam que a relação enfermeiro-paciente-família é a essência do propósito da enfermagem, com o objetivo de ajudar o indivíduo a enfrentar e compreender a experiência da dor, do sofrimento pela qual passa. Nesse sentido, durante o desenvolvimento do relacionamento, ambos, enfermeiro-paciente-família se conhecem.

A garantia do sucesso de qualquer intervenção de enfermagem pode ser atribuída à maneira pela qual são atendidas as demandas físicas, emocionais, sociais e espirituais daqueles que estão envolvidos no processo do adoecimento. Para atender às suas reais necessidades é imprescindível observar a maneira como são recebidos, assistidos, acolhidos e como se estabelece a relação com a equipe de enfermagem, pois são fatores que influenciam significativamente no desenvolvimento do processo a que se submeterá até sua recuperação (SANTOS et. al, 2009).

Nesse sentido:

A humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos são importantes, porém não mais significativos do que a essência humana. Esta sim conduzirá o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana, menos agressiva e hostil

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