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Água e a Responsabilidade Social.

Por:   •  30/12/2017  •  2.962 Palavras (12 Páginas)  •  312 Visualizações

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está diretamente ligado com a quantidade de habitantes, e sim com questões politicas e administrativas.

Com isso, o Nordeste teve um período de expulsão populacional, onde muitas famílias migraram para outras regiões, principalmente o sudeste em busca de uma vida melhor. Essa migração acabou resultando em uma superpopulação que se agravou pela má infraestrutura para receber os novos moradores.

São Paulo e Cantareira

Em decorrência da superpopulação de uma metrópole a produção de lixo acompanha esse crescimento, mas pesar de ter empresas especializadas na coleta e reciclagem desse material, ele não é descartado de maneira correta, indo parar em rios, bueiros e amontoados pela cidade abrigando animais e insetos que transmitem doenças como, por exemplo, ratos e baratas. Em conjunto com o lixo o sistema de esgoto também não tem um tratamento adequado sendo que de todo o esgoto produzido no país somente 38% passa por algum tratamento. Isso significa que mais da metade da população brasileira não possui acesso aos serviços de saneamento básico, resultando no despejo desse material nos mananciais.

São Paulo a maior metrópole do país atualmente sofre com a escassez de agua. Com aproximadamente 44 milhões de habitantes, a situação se encontra em estado crítico se tornando a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Até o momento várias medidas já foram tomadas como, por exemplo, o racionamento de água e a aplicação de multa para quem desperdiçar.

A agua distribuída em São Paulo pelo Sistema Cantareira que é um conjunto de represas que foi criado em 1970 com o objetivo de suprir o crescimento populacional que estava tendo. As represas estão localizadas nas nascentes da bacia do Rio Piracicaba que fica a 70 quilômetros da Capital. A Cantareira depende essencialmente das chuvas de verão, mas no último ano o índice de chuva foi muito abaixo do esperado. Mas isso não deveria ser uma grande surpresa, pois em 2013 choveu abaixo da média.

As chuvas dos primeiros meses de 2015 se concentraram mais ao litoral que possui uma grande massa de umidade vinda do mar que se encontra com o calor da cidade, provocando uma boa média de chuva, mas na Cantareira, onde é realmente necessário, teve pouco acumulo de água, pois do pouco que choveu grande parte foi absorvido pelo solo extremamente seco.

No ano de 2011 a imagem de São Paulo era completamente diferente de agora. Nesse ano houve muitas chuvas provocando enchentes e o acumulo de lixo na cidade acabou agravando a situação, pois com a impermeabilização do solo e os bueiros entupidos a agua não pode escoar. Com as chuvas fortes as represas passaram de 100% do nível suportado, as portas dos reservatórios tiveram que ser abertas para eliminar o excesso. Atualmente a agua esta sendo distribuída através de racionamento, que no inicio o governo estava lutando para evitar, mas que agora é necessário. Isso poderia ter sido evitado, pois há anos apareceram sinais de uma possível crise.

Medidas do governo

Como as chuvas não foram suficientes para encher o reservatório a um nível adequado a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) decidiu utilizar o volume morto, uma reserva de 400 bilhões de litros que fica abaixo do nível das comportas que retiram água do Sistema Cantareira. Foram feitas obras para retirar 180 bilhões de litros dessa reserva. É uma solução que funciona, mas é apenas temporário.

Segundo a ANA (Agencia Nacional das águas) esse volume durará até novembro. Para aqueles que economizarem em pelo menos 20% terá um desconto de 30% na conta de água. Já os que consumirem em até 20% pagarão 20% a mais na conta, e se o consumo for mais além serão 50%. Enquanto isso, um racionamento severo foi imposto de 5 dias sem abastecimento para 2 com, o temido 5x2.

O grande prejuízo fica para a população que além de reduzir o consumo tem que arcar com o custo. Por mais que seja feita a conscientização de todos os moradores da grande São Paulo, ainda assim não é suficiente. O que devemos observar é o consumo de produtos que utilizam muita água em sua produção, como o setor industrial e o agronegócio que é o maior consumidor de água no mundo e consequentemente o desperdício também são grandes. Na agropecuária, por exemplo, são gastos 15mil litros de água para produzir 1 quilo de carne bovina.

O sistema de irrigação está presente em uma área relativamente pequena do total do plantio brasileiro, mas tende a crescer por ser bem mais eficiente evitando que o produtor dependa da chuva, sendo assim um meio muito mais produtivo. Isso significa uma maior quantidade de alimento, mas esse crescimento pode ser perigoso, pois precisará de mais água, podendo competir com o uso humano.

No entanto, esses setores não entram no racionamento de agua por possuírem outorga (para uso da água), mas se os produtores não cumprirem as medidas de eficiência e gastarem água além do previsto, corre o risco de perder a outorga para captar recursos hídricos, porem, segundo a ANA isso não ocorre com muita frequência. Sendo assim, fica claro a grande influencia que esses setores têm no país.

Problemas causados pela seca

A crise hídrica desencadeia uma serie de problemas. Por não disponibilizar mais de tanta água, os moradores das regiões afetadas têm de comprar agua que agora esta com um preço elevado, contratarem um caminhão pipa ou ir a bicas para encher baldes e galões para reservar agua, isso depois de horas de fila. No desespero da atual situação o cidadão ainda tem que lidar com a violência de ser assaltado, onde o ladrão não leva seu dinheiro, mas a agua que conseguiu.

Outro problema é o pouco investimento que o setor hídrico tem. Estima-se que até a agua chegar à torneira do consumidor cerca de 38,8% é desperdiçado por causa de vazamento em adutoras, redes, ramais, conexões e reservatórios, sendo que o ideal seria abaixo de 20%. Em algumas regiões do Norte, por exemplo, esse desperdício chaga a 70%.

Diante disso muitos estabelecimentos estão recorrendo à perfuração de poços, mas isso pode agravar ainda mais a situação, pois se o poço for perfurado muito próximos um do outro, ambos poderão secar, gerando transtornos para outro recurso hídrico: Os lençóis freáticos.

Devido à falta d’agua o horário de funcionamento do comercio é afetada, forçando os estabelecimentos a reduzirem o horário de funcionamento, como shoppings, e a cogitarem períodos de férias coletivas para os funcionários. Contudo, a prioridade será dada apenas a serviços

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