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Sofosbuvir no Tratamento da Hepatite Crônica Tipo C

Por:   •  27/3/2018  •  2.575 Palavras (11 Páginas)  •  300 Visualizações

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da fraca eficiência terapêutica, os antigos principais medicamentos disponíveis, interferon (IFN) e ribavirina (RBV), provocam efeitos colaterais importantes e devem ser aplicados por um tempo prolongado, exigindo monitorização médica especializada constante (STRAUSS, 2011). Devido aos efeitos colaterais deste regime, os candidatos devem ser avaliados para elegibilidade. A contraindicação líder foi presença de sintomas depressivos, pois além do seu possível agravamento, o principal efeito colateral da utilização do interferon-alfa é a depressão (ROWAN e BHULANI, 2015).

A partir de 2011, novas drogas orais mais eficientes têm sido inseridas no tratamento de infecção crônica de VHC com o percentual de cura em 90%. Estas novas drogas introduzem novos tempos no tratamento da infecção crônica pelo VHC após dois séculos e meio de sua descoberta. Durante esses anos, a linha tradicional de tratamento teve muitos efeitos colaterais com sucesso limitado e baixa resposta virológica sustentada (RVS) - carga viral indetectável (negativo) seis meses após o final do tratamento. Ao contrário do que foi visto, a nova classe de drogas é chamada de antivirais de atuação direta (DAAs) (MOHAMED et al., 2015) e já proporciona grande revolução.

Drogas DAAs aumentam as taxas de RVS, os pacientes que são tratados com o novo protocolo terão uma terapia mais simplificada, um curto período de tratamento e o medicamento será administrado por via oral e diminuindo os efeitos colaterais, proporcionando então uma nova esperança para pacientes com o vírus da hepatite C (MOHAMED et al., 2015).

O sofosbuvir (SOF), simeprevir (SIM), e daclatasvir (DCV) são as novas gerações de DAAs que aumentam as taxas de RVS com menos efeitos colaterais e curta duração do tratamento. Estes medicamentos são empregados com ou sem pegIFN e/ou combinação de ribavirina com diferentes durações de tratamento de acordo com a combinação utilizada. A monoterapia com SOF, SIM, e DCV não é recomendada (MOHAMED et al., 2015).

O SOF é inibidor de nucleotídeos pan-genotípico antiviral específico do VHC, que atua como terminador de cadeia, quando incorporado como um substrato por meio de RNA polimerase do genoma de VHC-RNA nascente, conduzindo à inibição da replicação viral que tem uma elevada barreira de resistência (MOHAMED et al., 2015).

MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa trata-se de uma revisão de literatura sobre estudos em relação a novos antivirais de ação direta no tratamento da hepatite crônica tipo C.

Para compor a amostra, foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos científicos disponíveis em texto completos e não pagos (free); textos de documentos da Secretaria de Saúde referente ao tema; estudos com ensaios clínicos que avaliaram o uso dos antivirais de ação direta no tratamento da hepatite C. Os critérios de exclusão foram os seguintes: estudos que incluíram outras enfermidades, como exemplo, síndrome da imunodeficiência adquirida; estudos que associaram o uso dos antivirais a outras formas de tratamento no mesmo indivíduo e estudos que utilizaram animais.

O levantamento dos estudos para esta pesquisa foi realizado no período de janeiro a julho de 2016, a partir de buscas em publicações científicas indexadas nas bases de dados PUBMED. Foram usados os seguintes descritores na língua inglesa: Direct-acting antivirals, Hepatitis C, Sofosbuvir. Os estudos foram obtidos por meio do cruzamento do descritor em inglês usando o operador boleano “AND”.

RESULTADOS

A partir dos descritores utilizados foram encontrados 119 artigos científicos, sendo que após criteriosa avaliação 61 foram excluídos por não obedecer aos critérios de inclusão. Restaram 58 artigos, que após serem lidos na íntegra, foram excluídos 50 artigos por não apresentarem a discussão necessária sobre os efeitos colaterais ocasionados pelo medicamento estudado, restando apenas 8. O ano de publicação variou de 2011 a 2016.

DISCUSSÃO

A disponibilidade de vários agentes antivirais de ação direta, sem a necessidade de interferon alterou radicalmente o cenário da terapia antiviral para a Hepatite C. Autores como Mohamed et al. (2015), Kowdley e Sundaram (2016), Rowan e Bhulani (2015), concluem em suas pesquisas que o sofosbuvir junto ou não com os outros DAAs aumentam as taxas de RVS, estes novos regimes têm uma eficácia superior em todos genótipos; a linha do tempo de tratamento é relativamente breve (menor duração da terapia pode além de desejável para o paciente, leva também a custos reduzidos); e os pacientes passarão a utilizar os novos medicamentos via oral ao invés da autoadministração dos antigos antivirais através da injeção. Além disso, um significativo parece ser o perfil favorável de efeitos colaterais. Os mais relatados são: fadiga, insônia, náuseas, erupções cutâneas, anemia, dor de cabeça, artralgia e alteração na bilirrubina. Rowan e Bhulani (2015) acrescentam que dados de ensaios clínicos apontam que os antivirais de ação direta, não-interferon-alfa / nenhum regime de ribavirina são bem mais naturalmente aceitáveis pelos pacientes em geral, e não manifestam ter contraindicações psiquiátricas relevantes. Nakamura e colaboradores (2016) relata no desfecho de sua pesquisa o êxito clínico do processo de tratamento envolvendo sofosbuvir nos genótipos tipo 1, 2, 4 e 5, além de co-infectados pelo HIV. Acrescentou, porém, que apesar do sofosbuvir tornar-se velozmente o padrão de cuidados para o tratamento de diversos genótipos do VHC, a sua eficácia contra o genótipo 3, sobretudo em pacientes com cirrose, não tem sido satisfatória. A ótima duração do tratamento e uso de novas combinações com outros DAAS deve ser melhor verificada para o futuro. Yau e Yoshida (2014) complementam em seu artigo que o uso continuado de pegIFN e RBV nestas novas combinações de antivirais, no entanto, continua a apresentar uma dificuldade porque os pacientes com cirrose descompensada e comorbidades médicas e / ou psiquiátricas significativas são excluídos do tratamento. Além disso, ele diz que é bastante notório que nem todos estes antivirais irão sobreviver ao licenciamento e o mercado. Stedman (2013) mostra dados de sua pesquisa que a depressão é um efeito colateral comum do tratamento com interferon, e ocorreu em 14% dos doentes tratados com peginterferon, ao contrário, apenas 5% dos pacientes que receberam sofosbuvir mais ribavirina apresentaram os sintomas.

Dugum e Oshea (2014) elucidam que em ensaios clínicos, os efeitos colaterais ocorreram mais frequentemente quando sofosbuvir foi combinado com o interferon

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