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Resenha - Guerra do Paraguai - Francisco Doratioto

Por:   •  6/5/2018  •  2.893 Palavras (12 Páginas)  •  474 Visualizações

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No início de 1866, sem ter acesso aos centros fornecedores de armas, Solano López já não podia mais vencer a guerra, devido a aliança ser superior demográfica e economicamente além de dispor de acesso marítimo ao resto do mundo, o seu intuito agora era o de romper essa aliança. Passados alguns messes em Tuiuti ocorreu a maior batalha travada na América do Sul, que na alvorada do dia 24 de maio de 1866 cerca de 24 mil paraguaios atacaram 32 mil aliados, e seu resultado foi desastroso para o lado paraguaio após as cinco horas de batalha devido ao elevado número de mortos e feridos que foram vencidos pelos aliados, que não se aproveitaram da vitória para promover uma ação rápida perante o inimigo.

Somente em setembro de 1866 se decidiu uma grande foi tomada contra Curupaiti pelos comandantes brasileiros e o General Venancio Flores. A fortaleza de Curupaiti era defendida por uma trincheira, com diversos atributos de dificuldade a se invadir, e em seu interior parte dos canhões eram apontados entre rio e terra, que somente no dia 22 a Esquadra brasileira bombardeou durante horas, mas a artilharia continuou ilesa. Tamandaré acreditando que o ataque fora bem-sucedido deu sinal liberando os 20 mil aliados, devido as condições climáticas da noite anterior as tropas foram retardadas pelo barro da localização, sendo alvos fáceis para serem dizimados. Devido a derrota em Curupaiti o comando aliado ficou abalado e inviabilizou de vez a relação entre Mitre e Tamandaré.

Em 2 de novembro de 1867 Tahí foi ocupada, Solano López por sua vez, tomou medidas no dia seguinte para conter o avanço dos aliados, pois seu objetivo era o de tomar canhões raiados, dos quais os paraguaios não dispunham, e na madrugada do dia 3 pouco mais de 8 mil paraguaios sob mando audacioso de Solano López atacou a Tuiuti, surpreendendo e dominando militares e comerciantes que estavam dormindo até chegarem ao centro onde se encontravam os acampamentos e tropas brasileiras, e como sempre sua ousadia lhe custava a vida de seus bravos soldados, o que não reverteria mais o destino da guerra, sendo esta a segunda derrota paraguaia em Tuiuti, que pôs fim as possibilidades de romper o certo aliado a Humaitá. Os aliados continuavam a sitiar Humaitá no início de 1868.

Os estudos de Caxias estavam corretos, do qual em plano militar o Paraguai não mais representava ameaça. Já sob aspecto financeiro, e parte significativa dos gastos brasileiros com a guerra decorria da aquisição de mantimentos, alfafa, carvão e outros suprimentos para suprir as necessidades dos combatentes, devido a tais compras a Argentina principalmente em Comentes, Entre Rios e Buenos Aires foram beneficiadas com o ouro brasileiro, que enriqueceu seus comerciantes e criou mercado a seus fazendeiros. E o discurso de Caxias era de que a paz pouparia vidas e recursos financeiros do Império, mas os custos de sustentar o Exército e Marinha longe do Brasil penalizava as finanças públicas. Pedro II no entanto, comunicou a Caxias de que a guerra só acabaria com a expulsão de Solano López do Paraguai. E que em documentos a imprensa dos países aliados, o discurso sempre foi o de que não havia rancor contra a população paraguaia, pois o ódio era canalizado apenas para a figura de Solano López. Com isso a paz com Solano López, sem telo derrubado do poder, iria representar uma derrota para o Império e o desgaste do poder monárquico, no momento do acirramento da crise política brasileira.

Entre março e setembro de 1866 houveram especulações de que os irmãos e irmãs de López estariam conspirando para o tirar do poder, assim como todos os homens com condições intelectuais que o poderiam substituir, e organizou diversas simulações de julgamentos aos que supostamente conspiravam contra ele. Solano López tinha a intenção de se apoderar do tesouro paraguaio, do qual a força brasileira que já ocupava Assunção ajudou Ángel Benites, aspirante da Marinha a entrega de 28 mil patacões em prata e 600 onças de ouro, feitas ao representante diplomático americano, General Martin MacMahon, porém esses baús não poderiam ser revistados sem causar incidentes diplomáticos com os Estados Unidos. Solano López também fez envio de outras quantias e joias ao exterior por intermédio de um navio francês e outro italiano.

Já em setembro de 1868, Solano López recuou para o rio Piquissiri e fortaleceu sua desembocadura no Paraguai, que veio a ser o fortim de Angostura, que era cercada por terrenos úmidos e bosques, enquanto seus canhões dominavam um trecho estreito do rio Paraguai, e que dificultava a ação da Esquadra brasileira.

Caxias com sua ousadia elaborou uma estratégia para ataca-lo pela retaguarda, o Chaco, principalmente naquela época do ano, era um terreno tão hostil que Solano López não se preocupou em fortifica-lo, porém a engenharia militar brasileira já estava mais avançada nesse aspecto, do qual tornou possível ao construir uma estrada de 11 km em 23 dias, usando troncos e palmeiras, em que o Exército imperial marcharia, e já do outro lado do rio Paraguai, e retornaria para a margem seca do rio, na altura de Villeta, atrás das posições paraguaias. E em 3 de dezembro os navios da Marinha transportaram soldados brasileiros de palmas até a base aliada ao sul do rio Piquissiri, para o Chaco. Praticamente sem descanso as tropas marcharam durante 48 horas em trechos diversos. Na manhã do dia 5 foram reembarcados para cruzar o rio Paraguai que desembarcariam em San Antônio, pouco acima de Villeta, tropas que deveriam marchar em direção ao quartel-general de López, em Itá-Ivaté, nas Lomas Valentinas, completando o cerco.

Durante este trajeto até Lomas Valentinas, ocorreram as grandes batalhas de conhecidas como “dezembrada” por serem batalhas sangrentas, Itororó dia 6, Avaí 11, e Itá-Ivaté entre os dias 21 e 27 de dezembro, sendo esta a mais decisiva, comandada por Caxias. Já o comando do General Gelly y Obes estava com as forças aliadas em palmas, e realizaram uma ação em Piquissiri para evitar que 3 mil paraguaios ajudassem o ditador a fugir.

No auge da luta na noite do dia 21 para 22, Caxias foi obrigado a se manter a cavalo para que se percorresse o caminho em que as tropas estavam com o intuito de evitar que debandassem devido ao fato de que marcharam por pelo menos quinze dias dos quais houveram combates, e em meio as fortes chuvas que caia naquela noite as tropas não se acovardaram. Pela bravura de seus soldados em meio a situação no período, houve uma trégua para receber reforços. No dia 24 Gelly y Obes e Caxias que agora se encontravam em Itá-Ivaté, buscavam evitar a mortandade que se anunciava pediram a rendição de Solano López, que a recusara.

Às 6 horas da manhã do

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