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Peronismo/Populismo

Por:   •  27/3/2018  •  6.220 Palavras (25 Páginas)  •  263 Visualizações

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cultura e

política, explicado pela crise do racionalismo positivista e a difusão de novas “filosofias de

vida”, idealistas e irracionalistas. Política e cultura tornaram-se aspectos complementares

de uma nova cultura política necessária a nova constituição social de regime e reformismo,

que exaltava o valor criativo da ação social em beneficio do país e com o compromisso de

atendimento as superação das desigualdades sociais. Considerando a política uma via para

materializar a formação integral do homem, criando novas realidades históricas, formando

uma “nova sociedade para um novo mundo”.

Um dos objetivos principais do peronismo foi a diminuição das desigualdades e a busca de

uma conciliação de classes que evitasse os conflitos sociais. Até a década de 1950, o

governo justicialista de Perón desenvolveu sua política com sucesso, mas, a partir destas

datas, as dificuldades e a perda de apoios debilitaram ao movimento peronista, que exibiu

desde então uma tendência mais acentuada para o autoritarismo. Para 1952, duas más

colheitas consecutivas provocaram a diminuição da capacidade exportadora, que, junto ao

acréscimo da inflação e da especulação, determinaram uma crise econômica, agravada

pela falta de reservas do Banco Central e pelo endividamento exterior.

A Heterogeneidade de mobilização social na formação e consolidação de uma matriz

político-ideológico que implicasse um novo regime político, econômico e social na Argentina

surge a partir de um debate sobre condução política de transformação e consolidação

revolucionaria de mudança e alteração de condição estrutural de desigualdades

contrapondo em debate, figuração e cena política esquerda nacional (latina) versus a

esquerda europeia” na proposição de respostas ao desafio da integração interna e

superação na condição de desigualdade geográfica estrutural.

O triunfo eleitoral de Perón, candidato do partido Laborista que foi formado nas vésperas

das eleições com Cipriano Reyes (um sindicalista de orientação socialista), foi produto do

reagrupamento das forças sociais e setores importantes da sociedade argentina. Embora o

apoio fundamental fosse dado pelos setores operários organizados, que demonstraram ter

um poder de convocatória e mobilização até esse momento impensado, o mesmo

complementou-se com grupos de trabalhadores rurais do interior, setores de classe média

baixa, grupos da burocracia (incluindo certos setores do exército) e núcleos de pequenos e

médios industriais de ideologia nacionalista. Perón e os dirigentes mais ligados a seu

projeto haviam conseguido estruturar um amplo movimento poli classista pró-estatal (nele o

elemento nacional-popular se impunha sobre o classista), até então desconhecido na

Argentina: uma coalizão majoritária que, dadas as características da situação sócio política,

mostrava altas possibilidades de manter-se estável e dominante (AZNAR, 1982: 296).

A vitória do peronismo nas eleições de 26 de fevereiro de 1946 apoiou-se

fundamentalmente no voto dos pequenos e médios proprietários, no dos trabalhadores e no

da burguesia industrial. Esta coalizão política soube aproveitar os interesses dos novos

setores sociais que o processo de industrialização conformava. Apoiado institucionalmente

no Exército e nos sindicatos, o peronismo perseguiu a criação de um capitalismo nacional

independente. Deu um decidido impulso à indústria do país, se nacionalizaram importantes

setores da mesma, até então em mãos de capital estrangeiro, e investiram-se grandes

quantidades em obras públicas. A política social, dinamizada pela forte personalidade de

María Eva Duarte de Perón (Evita), reportou importantes avanços trabalhistas, que

culminaram com a proclamação dos Direitos do Trabalhador, e melhorias sociais como o

sufrágio feminino ou a construção de milhares de escolas e centros de saúde. Nutrindo-se

de quadros provenientes do movimento operário: ex-comunistas, ex-anarquistas e exsindicalistas.

Respaldou-se nos dirigentes socialistas, para neutralizar a influência dos

comunistas e posteriormente, também afastou os socialistas do governo, assim como todos

os dirigentes que mostraram certa independência. Deste modo, a dinâmica da política

argentina ficou instaurada: a classe operária, um fragmento das classes médias da cidade e

do campo e boa parte dos sem bandeira, se alinham por trás da figura de Perón, que conta

com o aparelho do Estado e o respaldo da Igreja Católica. De outro lado, o que resta: uma

pequena porção de trabalhadores, comprometidos politicamente com socialistas e

comunistas, um fragmento muito ativo das classes médias das grandes cidades e todos os

proprietários (HOROWICZ, 1986: 106).

Caracterizando-se por uma política de caráter popular e estatizada, onde Estado

encarregado

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