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O Realismo Morreu?

Por:   •  26/2/2018  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  328 Visualizações

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- Os interesses dos Estados sempre como primeiro plano. De acordo com Weber, são os interesses que constituem e influenciam diretamente nas ações do homem e não as idéias. Porém, os políticos devem sempre se basear no contexto político-cultural do cenário atual para que assim seja possível moldar seus interesses conforme as necessidades.

Apesar dessa necessidade de se situar no momento atual que se encontra o sistema internacional, os realistas nunca disseram que não é possível modificar para melhor o que for preciso para o desenvolvimento, porém, ao contrário dos idealistas que apenas descrevem como o mundo deve ser, chegando ás vezes em níveis completamente utópicos, os realistas crêem que o mundo pode e deve sempre se transformar para melhor porém esse processo sempre deve ser feito racionalmente.

- A moral existe sim na corrente realista. Os autores realistas tem total noção da importância da moral para o indivíduos, porém, o Estado nunca deve confundir a questão moral com a política.

- As leis morais não podem governar uma nação. Deve ser necessário distinguir as leis morais das leis objetivas, da verdade e a opinião e dos objetivos com as tentações. Apesar de ser comum o sentimento nacionalista/religioso entre os povos, deve-se sempre lembrar que existem outras crenças e culturas que devem ser respeitadas no âmbito do sistema internacional. Tentar sobrepor seus costumes e cultura sobre outros povos não representam um ato racional de acordo com o realismo.

- Política como autônoma. O realista político não nega a existência de outras áreas importantes da sociedade e nem tenta desmentir o ponto de vista das mesmas sobre as ações e reações dos países no âmbito internacional, porém, faz questão de separar-los de seu ponto de vista próprio.

Um ato ilícito de algum país que cause uma reação de outros podem ser explicadas de diversas formas e pontos de vistas separando as áreas uma das outras. De acordo com Morgenthau, o homem real é um ser composto do homem econômico, político, moral, do religioso e entre outros, ou seja, Para compreender a política internacional de forma racional, deve-se compreender todas as áreas de conhecimento envolvidos

Por fim, um dos mais importantes fundamentos do realismo é o de equilíbrio de poder. Esse conceito diz que para o bom convívio das potencias e para evitar confrontos é necessário que todos tenham uma quantidade parecida de poder armamentista. Dessa forma todos se neutralizariam e impediria a existência de um “império global” de um país ou aliança com o objetivo de subjulgar os restantes.

O estado de “guerra de tudo contra todos” de Hobbes retrata bem o cenário do de acordo com a corrente realista, pois os Estados não possuem uma autoridade superior com finalidade de manter a ordem, por isso, vivem em uma situação de permanente conflito e de anarquia e que devem seguir os passos da “realpolitik” e ter como objetivo a busca de poder como forma de garantir sua integridade.

Um fato inegável é que com a evolução do sistema internacional e os debates ocasionais entre correntes novas contra dominantes, é perfeitamente comum o fato de algumas teorias se tornarem “ultrapassadas” e darem lugares a novas teorias mais atualizadas de acordo com as necessidades presentes no cenário. Mas afinal, se tratando da mais importante teoria das relações internacionais, o realismo ainda é valido? Ou o mundo atual se atualizou e essa teoria se tornou ultrapassada?

Essa é uma das questões mais discutidas no âmbito acadêmico e político referente as relações internacionais. Analisando o contexto mundial podemos afirmar que o realismo não morreu e continua totalmente válido devido as poucas semelhanças e a estabilidade vivida no mundo após o fim da Guerra Fria.

Porém, como toda corrente ideológica, o mundo atual não se adéqua totalmente ao realismo dos primeiros debates, porém, cada vez mais as teorias vão se adaptando com a realidade do cenário mundial. Porém, é fato que o sistema como todo e a forma dos Estados agirem de acordo com as necessidades continuam extremamente semelhantes.

Apesar de nem todos os países serem governados de uma maneira racional e ainda existirem países teocráticos ou populistas, pontos chaves da teoria realista continuam em vigor tais como a balança de poder e a necessidade do equilíbrio entre os países, fato que facilitou o sucesso da ONU.

Por fim, a tendência é que o mundo se transforme cada vez mais e que novas correntes surjam aproveitando as contradições causadas pela mudança, assim ocorrendo mais debates. É improvável saber se o realismo continuará figurando o sistema político-internacional, porém, é inegável o fato que é a corrente mais importante e que reflete melhor o comportamento dos Estados entre todas as outras teorias de Relações Internacionais.

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