Trabalho sobre Labelling Aproach
Por: Lidieisa • 30/9/2018 • 4.071 Palavras (17 Páginas) • 287 Visualizações
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Em 1969, estudantes e voluntários da utopia hippie ocuparam um terreno abandonado da Universidade de Berkeley, transformando-o em um parque público (chamado People’s Park), com fontes de água, playgrounds, concertos de Rock. Temendo o movimento, Ronald Reagan, Governador da Califórnia convocou a polícia que acabou com o movimento. Um estudante foi morto.
O ano de 1968 foi o estopim do movimento jovem contra o Establishment Social, Cultural, Político. Aconteceram muitas revoltas estudantis por todo o mundo. Na França, no histótico Maio de 1968, no chamado Plano Fouchet, Paris foi tomada, transformada em um verdadeiro cenário de guerra civil. Lider do movimento francês, Daniel Cohn Bendit, foi processado, perseguido e expulso da França por dez anos.
No Brasil, à época, a morte de Edson Luiz, estudante de 19 anos, é o estopim para a Passeata dos Cem Mil. O regime militar no Brasil foi frontalmente atacado pelo movimento contracultural ao Establishment.
O movimento no Brasil foi inevitável, e esteve ligada à política partidária, tendo em vista que na época o plano político repressivo misturava-se com a repressão cultural, social, existencial, porque a democracia partidária era reduzida a 2 partidos permitidos no poder: Arena e MDB, os quais apenas legitimavam o sistema vigentes.
Uma importante vertente contestatória foi a crítica racial norteamericana, que influenciou na própria essência do Estado Americano. Papel importante neste movimento teve Martin Luther King Jr., ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1964. Assim como seu pai e avô, Martin Luther King foi pastor batista. Ele se formou doutor em filosofia. Conhecendo o pensamento concernente à não-violência de Mohandas Gandhi ele iniciou a sua luta pública pelos direitos dos negros em 1956.
Um dia, uma mulher, Rosa Parks, na cidade de Montgomery, Estado do Alabama, indo do trabalho para casa, sentada na parte traseira do ônibus destinada aos negros, recusou dar o assento a um homem brando que entrara no coletivo. Ela foi detida e arrastada para a prisão. A população da cidade de insurgiu-se contra a atitude da polícia. A partir de então, Luther King passa a pregar a não-utilização de ônibus coletivos com discriminação de assentos. Milhares de pessoas chamam a atenção da nação ao andarem muitos quilometros à pé, para não se submeterem ao racismo nos ônibus. Pelo episódio Luther King foi processado e condenado à prisão, mas isso o fez ganhar a opinião pública na defesa dos direitos civis.
Em 1963, Luther King conseguiu reunir 250 mil pessoas na Marcha de Washington para cantar musicas de liberdade. Como um dos oradores da marcha expôs um dos mais notáveis discursos de protesto contra o American Way of Life: “I have a dream”. Foi um questionamento à própria essência do sonho americano de ascensão social e igualdade. Ele queria que os negros fossem tratados com igualdade e também pudessem usufruir da ascensão social. Este grande líder negro se consagrou pelo discurso pacifista.
Embora o movimento pela igualdade e liberdade de Luther King fosse pacífico, havia de outra parte um movimento mais militante e aguerrido. Malcom Little foi a principal figura desse movimento. Ele foi preso por roubo e na prisão vinculou-se à Nação do Islã, seita muçulmana. Ele se tornou ministro dessa seita. A partir disso ele deixou de ter uma visão negra do problema racial, olhando-a de forma religiosa. Malcom Little afirmou não ser mais um negro, mas sim um ser que tem Alá como guia. Eram contra o racismo, a sociedade de consumo tradicional, Guerra do Vietnã.
O movimento feminista também lutou contra o Establishment, especialmente com a postura de Betty Friedan. Essa pensadora criticou a ideia de que a mulher poderia satisfazer-se completamente com os papéis socialmente a ela atribuído (mãe, esposa, dona de casa). Ele enfrentou muita ficuldade para públicar seus artigos, e, em 1963 ele consegue finalmente editar sua principal obra: “The feminine mystique” (A mística feminina). Em três anos seu livro vendeu 3 milhões de exemplares. Ele fala sobre um senso de vazio das donas de casa, decorrente da vida doméstica. Então, ela advogou um plano conciliar a vida doméstica com a carreira profissional feminina. Ele defendeu o abandono da American Dream, para que as mulheres pudessem ir às universidades, lutar por melhores empregos, obter espaço no mercado de trabalho, etc..
A partir dos movimentos, “Políticas de Ações Afirmativas” que instituiram a prevenção à discriminação foram implementadas nos EUA nas diversas áreas, em decorrências das pressões dos movimentos.
Todos esses movimento (políticos, sociais, raciais, feministas, etc), constituiram-se em um componente a mais na ruptura, foram fermento de ruptura que mais tarde se materializaram na teoria do labelling approach.
O labelling approach
A teoria do labelling approach surge, precipuamente, nos Estados Unidos no início dos anos 60. Muitos autores, em uma análise superficial desse período, chegam a mencionar que se trata de uma teoria crítica ou nova, fazendo alusão a toda a carga modificadora ínsita a esse grupo de pensadores. Tais autores diziam que essa nova perspectiva introduzida era, de fato, crítica ao direito penal e a criminologia tradicional. No entanto, desponta nos anos 70 uma outra teoria, a partir das obras de Taylorp, Walton e Young, Criminologia nova e Criminologia radical, em que os autores fazem uma análise de cariz marxista e que passa a ser chamada de teoria radical ou crítica (ou ainda, nova). Uma perfeita diferenciação destes pensamentos, que em grande medida divergem, ao não poder mais chamar os teóricos do labelling approach de críticos.
A expressão "interação simbólica" foi concebida por Herbert Blumer em 1937. Indica um ramo de sociologia e da psicologia social que se concentra em processos de interação. Tal visão parte da ideia segundo a qual as relações sociais em que as pessoas estão inseridas as condicionam reciprocamente. As relações sociais, então, não surgem como determinadas de uma vez por todas, mas como abertas e dependendo de constante aprovação em comum. Em princípio básico do interacionismo simbólico explica a sua afinidade metodológica com os chamados métodos qualitativos, particularmente a abordagem de dados biográficos e a utilização da observação participante.
Este último recurso metodológico foi usado por Goffman para análise das instituições totais. Já nos anos 50, Edwin Lemert traz à baila os conceitos de criminalização primária e secundária; este último advindo da adoção do estereótipo pelo agente do delito.
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