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TRABALHO ACADÊMICO PARA AJUDAR NO ENTENDIMENTO DO ALUNO

Por:   •  18/12/2018  •  6.775 Palavras (28 Páginas)  •  240 Visualizações

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Convencionalmente a leitura é entendida como receber, tirar, transmitir conhecimentos. Essas são concepções um tanto tradicionais de leitura, mas ao longo dos anos, as concepções de leitura vêm passando por processos de reformulação com os avanços da linguística textual, da linguística aplicada e da didática das línguas.

Assim, observa-se uma discussão latente sobre a questão da leitura, principalmente, no que se refere à Linguística, que vem permitindo, através de suas investigações, resultados que ampliam antigas concepções de leitura. Se no ensino tradicional, a leitura era concebida como mera atividade de decodificação do código linguístico, hoje, pode-se dizer que ela passou por um processo de reformulação em que a proposta teórica recebe colaboração, não só da Linguística, mas também da Psicologia Cognitiva, da Inteligência Artificial, da Análise do Discurso, das Linguísticas Textual e Aplicada, da Didática das Línguas e outras ciências que, com suas diversas perspectivas, dão origem a um novo processo, agora de caráter multi/transdisciplinar.

A seguir, têm-se algumas concepções de leitura, leitura Literária de obras Infantojuvenis e estratégias de leitura, onde, dentro de concepções, será exposto de forma breve, as perspectivas estruturalista, construtivista e interacionista, dando ênfase à última pelo fato de apresentar características que conduzem o aluno ao desenvolvimento cognitivo, linguístico, bem como a sua formação crítica que o permitirá de exercer seu papel, por meio da linguagem, como cidadão de forma ativa na sociedade.

1.1 Concepções de Leitura

A Perspectiva Estruturalista ou Concepção Botton-Up ou a leitura da tradição, é aquela em que o modelo sempre foi calcado no sistema, cujo leitor assume o papel de mero decodificador dos signos linguísticos na busca do significado do texto, pois entende-se que o sentido está totalmente dependente do texto. Esta visão estruturalista e mecanicista da linguagem limita o leitor a reconhecer somente o código linguístico para construir o sentido do texto.

É importante deixar claro que não há a intenção, neste trabalho de se excluir essa concepção tradicionalista de leitura. Pois segundo Guedes (2006),

[...] o professor traz a leitura da tradição para iluminar a leitura individual do aluno, para pôr à sua disposição critérios com que avaliar a significação do que lê. Para nossa contemporaneidade, acesso à educação implica acesso à possibilidade de leitura individual. Fazer a própria leitura é um requisito fundamental para a formação do estudioso e implica, além do ato concreto da leitura da fonte primária, a construção pessoal de uma apreciação da obra lida.

Outra concepção de leitura é a Construtivista ou Concepção Top-Down. Segundo Piaget (1967), esta concepção contrapõe-se a anterior, por defender um ensino de leitura no qual se aprende a ler lendo, não é algo simplesmente transmissível e sim algo construído pelo sujeito por meio de sua ação sobre o objeto. A leitura se caracteriza pela atitude ativa do leitor, que utiliza seu conhecimento linguístico, textual e de mundo no processo de compreensão. Onde ele se permite fazer questionamentos acerca do autor, por exemplo: o que o autor quis dizer com isso? Indagações, como esta, possibilitam ao leitor fazer uma reflexão que forneça uma resposta plausível, ainda que não corresponda com o real significado do texto.

A prática de leitura consiste, então, na atribuição de significados por parte do leitor, que por sua vez, vale-se de estratégias de leitura que norteiam seus objetivos permeando o ato de ler, seja para se informar, para se entreter, para fornecer informações, dentre outras finalidades.

A concepção que foi utilizada para a elaboração deste trabalho foi a Perspectiva Interacionista, a utilização dessa perspectiva explica-se pelo fato dela compreender a leitura como um processo. É uma espécie de aglutinação das duas anteriores. Visto que a prática leitora condensa tanto as informações presentes no texto, quanto às informações que o leitor traz consigo. A construção do sentido se dá pela interação entre leitor e texto. Nesse sentido, Solé (1998), considera o modelo interacional como o mais apropriado para o entendimento do ato de leitura como um processo de compreensão, do qual participam tanto o texto, sua forma, seu conteúdo e suas relações com os contextos sociais onde o texto foi produzido, quanto o leitor, suas expectativas e seus conhecimentos prévios.

Esta perspectiva de leitura permite ao leitor não só a interação com o texto, mas também, enriquecer sua bagagem cognitiva com leituras de textos que são carregadas de elementos extralinguísticos. Pode-se encontrar auxilio para compreender essa perspectiva nos PCN, pois este documento orienta os professores de LM/LP a trabalhar com a leitura de tal forma que ela possa favorecer a reflexão-uso-reflexão da língua.

Desse modo, os PCN (1998) definem como leitor competente, o indivíduo que é capaz de compreender de forma íntegra tudo aquilo que lê; que ultrapassa o nível explícito do texto identificando nele elementos implícitos. Além disso, ele é capaz de estabelecer relações entre o texto que está lendo com outros já conhecidos, atribuindo-lhe sentido que justificam e validam a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos.

Percebe-se, portanto, que a leitura, segundo os PCN, trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível leitora eficiente. Isso implica dizer que o domínio de tais estratégias de leitura proporciona ao leitor uma prática viva do ato de ler, pois de um lado, ele está vivenciando os diferentes modos de leitura que certamente contribuirão para sua prática social, e de outro, responde aos diferentes propósitos pelos quais ele lê.

1.2 A Leitura Literária de obras Infantojuvenis

Partindo do exposto, vê-se que a leitura não se restringe apenas a um conceito. É a prática que irá desenvolver competências e habilidades no aluno-leitor e no caso específico do texto literário, torná-los verdadeiros leitores. Sendo assim, a leitura é entendida como interpretação infinita, não devendo desconsiderar os diversos mecanismos que subjugam os sentidos dos textos.

A relação com o mundo é referenciada na literatura e trabalhar com o texto literário em sala de aula resulta, essencialmente, em um efeito de leitura que envolve muito mais que uma simples decodificação das palavras. Para

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