Resenha para disciplina de FES II
Por: Sara • 13/11/2018 • 4.454 Palavras (18 Páginas) • 415 Visualizações
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- O crescimento da indústria
- Para Roberto Simonsen, o primeiro surto industrial ocorre na década de 1880 a 1890.
- Observa-se que houve uma progressão espetacular da indústria entre 1907 a 1920.
- Para analisar corretamente a importância da indústria nascente no Brasil, é necessário relacioná-la com as transformações econômicas e sociais por que passa o país e, em particular, a região das grandes plantações. Já que a indústria tende a se concentrar na região do café.
- No centro das transformações econômicas pelas quais o país passou temos a abolição do trabalho escravo e a rápida formação de um mercado de trabalho graças à imigração e a constituição do trabalho assalariado.
- Há uma ruptura da forma de acumulação devido ao fim do trabalho escravo. Mas, esta ruptura não se deve somente à inserção do trabalho assalariado, mas, também, aos bancos, o grande comércio de exportação e importação. São essas transformações que tornam a economia cafeeira o centro de uma rápida acumulação de capital baseada no trabalho assalariado. E é como parte integrante dessa acumulação de capital que nasce a indústria no Brasil.
- É indispensável reunir café e indústria como partes da acumulação de capital no Brasil que tem suas origens na década de 1880 a 1890. Portanto eles não podem ser considerados elementos opostos
- O estudo tem por função analisar a gestação de novas formas de acumulação baseadas no trabalho assalariado e no capital, das condições que determinam historicamente essas novas formas: a economia cafeeira e, através da economia cafeeira, o modo de inserção do Brasil na economia mundial capitalista.
- O crescimento da grande indústria
- Na análise da própria indústria devemos diferenciá-la entre suas unidades de produção tais como artesanato, manufatura e a fábrica. Manufatura e fábrica diferem-se do artesanato pelo número de trabalhadores. Já a fábrica se difere da manufatura pelo grande capital empregado. Logo quando falamos em industrialização, pensamos na passagem para as fábricas com sua produção mecanizada.
- Pela análise dos dados de 1907 vemos que as fábricas (com 100 ou mais operários e capital igual ou superior 1000 contos de réis) agrupam praticamente todo o capital e a maior parte dos operários do conjunto das empresas com 100 ou mais operários.
- Logo, percebemos que os números se mostram contrários à tese de que durante o período da hegemonia do café, a indústria caracteriza-se por pequenas empresas voltadas para reduzidos mercados locais.
- Analisando os dados de 1920, vemos que as fábricas são aquelas que melhor caracterizam a estrutura industrial brasileira durante o período do estudo. O crescimento das chamadas grandes empresas é semelhante ao que é sugerido para o conjunto da indústria, através da comparação direta dos dados gerais de 1907 a 1920.
- Logo, são as grandes empresas, e não as pequenas empresas de tipo artesanal ou pequenas manufaturas, dispersas por todo país e destinadas a atender um mercado local, que caracterizam a indústria nascente no Brasil.
- Origens da burguesia industrial
- Na região do café, uma grande parte, senão o próprio núcleo da burguesia industrial nascente encontra as suas origens da emigração européia.
- O imigrante desprovido de recursos e a pequena empresa são os elementos centrais das teses sobre as características da burguesia industrial nascente no Brasil. Porém, Warren Dean mostra o equívoco dessas teses, mostrando que esses imigrantes industriais eram na verdade “burgueses imigrantes”
- Para a burguesia industrial nascente, a base de apoio para o início da acumulação não é a pequena empresa industrial, mas o comércio, em particular o grande comércio, cujo centro está na atividade de exportação e importação. Nessa época o comercio interno é em grande parte controlado por importadores.
- Graças ao controle do grande capital comercial, o importador está muitas vezes na origem das empresas industriais que se constituem a partir dos anos 1880.
- Dean mostra como o crescimento da demanda conduz o importador a realizar no próprio Brasil certo número de operações industriais. Logo, com esse desenvolvimento do mercado são criadas empresas que se constituem verdadeiros apêndices da importação, com os importadores no controle.
- A matriz da indústria nascente é o grande comércio e não a classe media européia.
- Logo, o comércio tem posição dominante na economia brasileira, que resultam da hegemonia do capital cafeeiro e da subordinação da economia brasileira à economia mundial.
- Aspectos contraditórios das relações café-indústria
- A indústria nascente encontra a mão de obra necessária para o seu desenvolvimento na imigração em massa provocada pela expansão cafeeira e organizada pela grande burguesia do café.
- A maioria dos estudos feitos acerca do imigrante, o enxerga, somente, no seu aspecto “consumidor” e não o vê como parte dos trabalhadores que ajudaram a impulsionar a atividade industrial
- O crescimento vertiginoso da eletrificação e da urbanização, elementos fundamentais para a indústria nascente, não podem ser entendidos sem que consideremos os progressos simultâneos da indústria. Ele é, ao mesmo tempo, condição e resultado dos progressos da indústria.
- O elemento essencial do nascimento e ulterior crescimento da indústria não podem ser encontrados ao nível da demanda de produtos importados, nem mesmo ao nível da demanda em geral. Logo, não podemos afirmar que a indústria aparece no Brasil para atender a uma demanda até então satisfeita por importações
- Essa questão é fundamental para que possamos analisar corretamente as conseqüências da subordinação da indústria nascente ao café, subordinação implícita na tese de que essa indústria faz parte de um desenvolvimento cujo centro é constituído pela economia cafeeira.
- A subordinação da indústria nascente à economia cafeeira implica que os movimentos desta repercutam forçosamente sobre a primeira. Mas não implica, entretanto, a aceitação da tese segundo a qual qualquer enfraquecimento ao nível da economia cafeeira só pode ter efeitos negativos sobre o crescimento da indústria.
- Há uma impossibilidade de se aceitar a tese proposta por Dean na medida em que ela estabelece uma relação unívoca entre expansão do
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