La Industrialización Trunca de América Latina
Por: Evandro.2016 • 24/4/2018 • 945 Palavras (4 Páginas) • 313 Visualizações
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O autor também menciona o desempenho do empresariado nacional como fator determinante para a configuração industrial do continente como um todo. A atuação de empresas transnacionais (ET’s) oligopolizadas aparece aqui como um fator que inibe o crescimento da industria regional por si só, resultando em uma grande penetração de firmas estrangeiras. Aqui, elas suprimem a deficiência das empresas nacionais, principalmente no âmbito tecnológico que, por razões ligadas a complexidades operacionais e incapacidade de inovação, não se desenvolvem plenamente. A própria vocação empreendedora latino-americano é apontada como frágil por uma falta de liderança no que se refere a um poder competidor frente aos produtos internacionais que assim abre terreno para uma ´´invasão`` de ET’s. Esse tipo de entrave não ocorreu em outras regiões do mundo cujos desenvolvimentos se deram no mesmo período como, por exemplo, os países asiáticos.
Tomando por exemplo um país dessa região, o Japão, Fajnzylber traça uma comparação entre o esquema protecionista desse país, e o latino-americano. O modelo japonês era baseado no aprendizado de conglomerados nacionais com grupos internacionais em áreas industriais estratégicas para que, em seguida se tornasse exportador nessas áreas. Já o modelo de industrialização adotado na América Latina incentivava exclusivamente a simples reprodução do padrão dos países avançados. Como o mercado era extremamente aberto às empresas transnacionais, que contavam com investimentos em tecnologia de suas matrizes, não sobrava espaço para que a industria interna crescesse. Desse modo, todo o esforço de industrialização acabava por conta das ET’s e assim criava-se uma barreira natural à entrada de empresas nacionais no mercado.
Portanto, o autor adota um ponto de vista crítico à maneira que a região Latino-americana realizou seu processo de industrialização. Segundo Fajnzylber, o ele foi precário e frustrado, já que deixou os países periféricos em grande dependência do mercado externo e foi iniciativa de grupos transnacionais, sem grande participação da embrionária industria nacional. Essa subordinação às importações adquire contornos mais graves se levado em conta que ocorre principalmente quando da necessidade de adquirir produtos que possuem maior valor agregado como, por exemplo, bens de capital. Além disso, como resultado de todo esse processo desenvolvimentista acelerado, houve um inchaço dos grandes centros urbanos que não estavam devidamente estruturados para esse impacto populacional.
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