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Pragas (Insecta e Acari) em Produtos Alimentícios Comercializados em Supermercados e Feiras Livres de Itacoatiara-AM

Por:   •  2/4/2018  •  10.322 Palavras (42 Páginas)  •  428 Visualizações

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No Amazonas, o clima com alta temperatura e umidade, típico de regiões tropicais, favorece ainda mais a ocorrência de insetos e ácaros em produtos armazenados. No entanto, as informações sobre quais pragas ocorrem nos produtos armazenados nesse estado ainda são escarças. Tais informações são de extrema relevância para a realização de intervenções corretas, que possam reduzir os danos causados por essas pragas. Desta forma objetiva-se identificar as espécies e caracterizar os danos de insetos e ácaros que ocorrem em produtos alimentícios, armazenados e comercializados em supermercados e feiras livres de Itacoatiara-AM.

MATERIAIS E MÉTODOS

O projeto foi desenvolvido na área urbana de Itacoatiara, Amazonas. A etapa de coleta foi realizada em dois supermercados e duas feiras livres. As demais etapas foram realizadas no Laboratório de Zoologia do Instituto de Ciências Exaras e Tecnologia – ICET/Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

A coleta dos produtos foi feita em um supermercado e uma feira livre, onde foram adquiridos produtos alimentícios (Tabela 1), oriundos de armazenamento, comercializados já embalados ou a granel. De acordo com a disponibilidade em cada local de coleta, foram amostrados produtos como grãos e derivados, farinhas, proteína animal seca, frutas cristalizadas, condimentos, e ração. Para os produtos já embalados foram adquiridas embalagens suficientes para garantir, no mínimo, 500 g de amostra. Para os produtos a granel foram adquiridos 500 g. As amostras foram identificadas com o local e data de coleta, tipo de produto (substrato) e coletor. As amostras assim identificadas foram transportadas para o laboratório.

Foram colocados em cada recipiente plástico com tampa transparente, de 500 mL de tampa hermética 250 g do produto coletado. Em cada recipiente foram colocadas todas as informações de coleta da amostra.

O material assim acondicionado foi incubado por um período de 60 dias, para garantir que os insetos e ácaros presentes completassem seu ciclo, chegando a fase adulta, facilitando assim a identificação.

A cada 15 dias após o período de incubação, danos no produto e/ou estruturas que caracterizam a presença do inseto ou ácaro praga neste, foram retirados das subamostras para serem caracterizados. A caracterização ocorreu através da descrição dos mesmos, e registros através de fotografia digital, com auxílio de uma câmara fotográfica Fujifilm Finepix S4000, para macro danos e estruturas, ou Bel DV-5000 acoplado a um estereomicroscópio, para meso dados e estruturas. Quando necessário, micro danos e estruturas foram registrados com o auxílio da câmara Bel DV-5000 acoplado a um microscópio.

Para os macros registros, as imagens foram padronizadas. Para este fim a câmara é fixada com o auxílio de um tripé, a 30 cm do foco. A associação das espécies de insetos e ácaros aos danos e estruturas caracterizadas e registradas foi realizada por ocasião da emergência dos adultos e/ou com auxílio das informações levantadas em pesquisa, após a identificação da espécie.

As imagens de cada dano e estrutura foram editadas, com auxílio do Software Adobe Photoshop 10, para acrescentar marcações e nomenclaturas em seus pontos característicos. Caso seja necessário desenhar algum dano ou estrutura, este era feito a partir das imagens já registradas, adaptando-se os métodos sugeridos por Fisher e Dowling (2010). Assim, será utilizado o Software Adobe Photoshop 10 instalado em um computador acoplado ao Hardware Wacom Intuos Pen Small CLT-480 (mesa digitalizadora), com o qual será feito o desenho em meio digital.

Por ocasião da renovação do ar, os insetos e ácaros adultos que estavam acima da superfície da amostra foram coletados para identificação. Ao encerramento do período de incubação todos os exemplares de insetos e ácaros, jovens e adultos foram coletados. Para facilitar a coleta às subamostras foram colocadas em congelador por 30 minutos, com intuito de matar ou reduzir o metabolismo dos insetos e ácaros, evitando que haja movimentação de caminhar ou voo durante a coleta. Em seguida, cada subamostra foi vertida e espalhada em uma bandeja plástica, branca de 50 x 30 x 10 cm (comprimento x largura x altura), formando uma fina camada para facilitar a remoção dos insetos e ácaros.

Amostras de cada morfoespécie coletada foram montadas para identificação, sendo os demais exemplares preservados. Toda montagem e conservação estão foram feitas conforme adaptação da metodologia de Triplehorn e Johnson (2011). Para os insetos adultos, as amostras foram montadas em via seca, em alfinete entomológico ou triângulo de papel com alfinete entomológico, conforme o tamanho do inseto, e postas para secar em estufa por 24 h a 50 °C. Os ácaros coletados também estão foram amostrados por morfoespécie e montados para identificação, sendo os demais exemplares preservados.

Toda montagem e preservação estão foram feitas conforme adaptação da metodologia de Moraes e Flechtmann (2008). Desta forma os ácaros coletados estão foram montados em lamina para microscopia com meio de Hoyer. Após serem montados as lâminas já montadas foram postas para secar em estufa por uma semana a temperatura de 50 oC. Após a secagem as lâminas foram lutadas com verniz cristal. Os espécimes não montados foram individualizados por morfoespécie e subamostra de produto e guardados em via líquida em uma solução com Álcool 70% + Glicerina. Todo material é etiquetado com dados de coleta e de identificação taxonômica da espécie.

Os espécimes montados foram submetidos a identificação, realizada com base, principalmente, nos trabalhos de Agriculture Research Service (1986), Costa Lima (1945, 1950, 1952, 1953, 1955 e 1956), Cruz (1988), Flechtmann (1986), Gallo et al. (2002), Gorham (1991), Hagstrum et al. (2012), Lorini et al. (2010), Moraes e Flechtmann (2008), Pereira e Almeida (2001), Pereira e Salvador (2007), Suiter et al. (2011), Trivelli e Velázquez (1985), Viñuela et al. (1993) e Zucchi et al. (1993).

Uma vez identificada a espécie, estão foram realizadas pesquisas para levantar informações bioecológicas e formas de manejo, para insetos que são pragas, além de outros para conhecimento. Foram tomadas como base as referências citadas que abordem as informações agora desejadas.

Com base nas identificações, caracterizações, registros, informações de bioecologia e controle foi elaborado um guia ilustrado de pragas em produtos alimentícios armazenados e comercializados em Itacoatiara. Este material ficará a disposição para atividades institucionais, como cursos e atividades de

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