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A Sociologia Clássica

Por:   •  16/9/2018  •  1.798 Palavras (8 Páginas)  •  289 Visualizações

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No centro da teoria da modernidade de Durkheim estava a preocupação de explicar os efeitos que as transformações modernas ocasionavam nos mecanismos de integração dos indivíduos na sociedade,a modernidade se caracterizava pela divisão do trabalho e pela especialização das funções.

Para explicar a mudança social Durkheim elaborou três fatores responsáveis pelo crescimento da sociedade que são:Volume,Densidade material e Densidade moral.

A divisão do trabalho foi considerado por Durkheim como a característica central da sociedade moderna,em relação a dimensão econômica,ele argumentou que a divisão do trabalho social não pode ser compreendida apenas como um mecanismo que aumenta a produtividade e eficiência,ela contém ainda a função integradora e modifica os laços de solidariedade entre os indivíduos.

“Somos levados,assim a considerar a divisão do trabalho sob um novo aspecto.Nesse caso,de fato,os serviços econômicos que ela pode prestar são pouca coisa em comparação com o efeito moral que ela produz,e sua verdadeira função é criar entre duas ou várias pessoas um sentimento de solidariedade(DURKHEIM,1995,P.21)”.

Durkheim considerava que seria um erro concluir que a função social da divisão do trabalho social era resultado somente da interdependência das atividades.

Não é apenas porque os indivíduos necessitam uns dos outros que a divisão do trabalho cria a unidade social,pois,desta forma,ela não teria nenhum efeito moral.

No entanto,longe de haver apenas unidade,coesão e harmonia,a sociedade moderna era atravessada também por crises,lutas e conflitos e como explicar essa aparenta contradição,se a divisão do trabalho era fonte de uma nova solidariedade,como explicar o estado de desagregação social que imperava naquele tempo,Durkheim também estudou este fenômenos que para ele seriam”formas anormais”ou patológicas,dividindo-os em três tipos:

- divisão de trabalho anômica:suas principais manifestações seriam as crises industriais e cormeciais,o antagonismo entre trabalho e capital e as falências.

“se a divisão do trabalho não produz a solidariedade,é porque as relações entre os órgãos não são regulamentadas,é porque elas estão num estado de anomia”(Durkheim,1995,p.385).

- divisão do trabalho forçada:neste tipo Durkheim considerou especialmente as “guerras de classes”.Ele procurou explicar a existência dos conflitos sociais como resultado do fato de que certos indivíduos era obrigados a aceitar certas funções independente de suas escolhas.Desta forma o autor criticou a desigualdade de condições:

“eis por que,nas sociedades organizadas,é indispensável que a divisão do trabalho se aproxime cada vez mais desse ideal de espontaneidade que acabamos de definir”(p.399)

- divisão do trabalho burocrática: Neste caso,a divisão especializada das tarefas esta conjugada com a falta de produtividade e um desejuste na coordenação das funções,o que também diminui a solidariedade ou integração social.

No texto “o suicídio” o pensador francês tenta mostrar que o comportamento de suicidar-se também possui causas sociais,com base nesse recurso,Durkheim distingui quatro tipos de suicídio:

- Suicídio egoísta:resultado da não integração dos indivíduos as instituições,grupos ou redes sociais que permeiam a vida social.

Esta forma de suicídio tem como causa fundamental o excesso de individualismo e também se verifica em momentos de desagregação social,refletindo-se em sentimentos como a depressão.

- Suicídio altruísta:praticado quando o indivíduo se identifica tanto com a coletividade,que é capaz de tirar sua vida por ela(márires,kamikazes,honra,etc.)Neste caso, “o ego não se pertence”.

- Suicídio anômico:é aquele que se deve a um estado de desregramento social,no qual a normas estão ausentes ou perderam o sentindo.

- Suicídio fatalista:seria um resultado do excesso de regulamentação moral sobre o indivíduo,de tal maneira que suas aspirações e desejos ficam anulados por uma diciplina excessivamente opressiva.

“Segundo Durkheim,a essência da religião está na distinção da realidade em duas realidades distintas:a esfera sagrada e a esfera profana.A esfera sagrada se compõe de um conjunto de coisas,de crenças e de ritos que formam certa unidade que podemos chamar de religião.Como diz o próprio Durkheim(2003,p,19)”.

“Quanto a esfera profana,trata-se daquele conjunto da realidade que se define por oposição ao sagrado,constituindo,em geral,a geral,a esfera das atividades práticas da vida:economia,família,etc.A respeito da oposição entre estas duas esferas,Durkheim(2003,p.21-22)”.

Depois de definir o fenômeno religioso,Durkheim preocupa-se em demonstrar sua origem,destacando o fato de que este fenômeno tem uma gênese social.

De acordo com sua tese,esta foça difusa,anônima e impessoal,mas ,acima de tudo,superior,que os homens sentem que age sobre eles e à qual devem obediência,não passa de uma percepção não elaborada da força da sociedade sobre o indivíduo.

“Uma sociedade não é constituída simplesmente pela massa dos indivíduos que o compõem,pelo solo que ocupam,pelas coisas que utilizam,pelos movimentos que realizam,mas antes de tudo,pela ideia que ela faz de si mesma.Seguramente há razões para saber por que os ideais evoluem:mas seja qual for a resposta a esse problema:a verdade é que sucede no mundo do ideal(grifos nossos)”.

Durkheim era um agudo defensor dos ideais republicanos e lutava fortemente por uma educação estatal laica,desligada da religião.Além disso,em textos como “O individualismoe os intelectuais”,ele debateu abertamente o caso Dreyfus(polêmica que mobilizou a França em torno da condenação por traição de um militar,motivada por sentimentos antissemitas)e também se pronunciou sobre a primeira guerra mundial(“A Alemanha acima de tudo” e “Quem quis a guerra?”).

No texto Os intelectuais e o individualismo ,escrito em 1898,ele estabelece uma importante distinção entre o “egoísmo”e o “individualismo”.De acordo com sua visão,o egoísmo representa a perseguição dos interesses próprios sem qualquer consideração pelo coletivo.

Durkheim sustentava que o “culto do indivíduo”ou individualismo era a principal base moral da sociedade moderna.

O individualismo,neste caso,significa a valorização da figura do homem e o respeito pela pessoa humana:

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