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Responsabilidade Social

Por:   •  21/12/2017  •  6.417 Palavras (26 Páginas)  •  232 Visualizações

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Assim, de um lado uma camada superior de camponeses ricos, que multiplicava a posse da terra e acumulação de um pequeno capital, aplicado no comércio e na usura. Por outro lado levou à criação de uma camada inferior empobrecida, forçada pela miséria e pelas dívidas a trabalhar para um vizinho mais abastado, a hipotecar e até desfazer-se das suas terras (DOBB apud CATANI, 1986, p.50).

As relações capitalistas de produção, pautadas nas relações do trabalho assalariado experimentaram um processo de amadurecimento durante cerca de dois séculos, até o surgimento da Revolução Industrial. Neste período, o proletariado recrutado do campo e da cidade forneceu a força de trabalho necessária ao processo de industrialização em expansão. O crescimento do processo de industrialização tornou-se um campo de investimento para uma crescente acumulação de capital (DOBB, apud CATANI, 1986, p.51-52).

O sistema capitalista se evoluiu e passou por uma nova fase com forte tendência de concentração de capital nas mãos de pequenos grupos, porém poderosos.

Como afirma Catani (1986, p.63-69) “o capitalismo atual é um capitalismo de empresas industriais gigantescas que lançam seus tentáculos por toda a face da terra”. Nesse contexto, afirma o autor, o capital terminaria nas mãos de poucos, constituindo de uma pirâmide absolutamente separada da base.

Marx já admitia que o proletariado sofreria uma progressiva depauperação, proporcional à acumulação de capital. Sendo que as relações sociais têm se tornado tensas sob essas condições, necessariamente, teriam de ser feitas diversas concessões às classes empobrecidas como forma de amenizar sua situação de precariedade.

Mas ao contrário, como observa Anderson apud Bueno et al (2000, p. 3-4), o que se observou é que nessa fase de alta concentração de poder econômico, a máquina do Estado acabou por tornar-se um instrumento dos grupos monopolistas dominantes.

A grande concentração de poder (capital) dentro do sistema capitalista, tem, de modo contrário às expectativas da sociedade, resultado num controle político forte sobre os governos. Desse modo, o Estado acaba por representar e favorecer mais os interesses capitalistas que os interesses de uma sociedade expropriada (DE BENEDICTO, 2002, p. 16).

4 O Estado Moderno e seu papel social

As origens do Estado moderno (Estado Democrático) são fundamentadas na organização e defesa da sociedade, tendo em vista os valores primordiais do ser humano, como, por exemplo, a propriedade privada.

O conceito de democracia teve sua origem na Grécia Antiga, sendo difundido por Aristóteles. A concepção de democracia hoje permanece a mesma da Grécia gerando um sentido de “governo do povo”. A democracia, portanto, sugere que o povo deve escolher aquilo que é melhor para si, usufruir seus direitos sem deixar de lados os deveres de cidadãos.

Historicamente o Estado tem sido um elemento importante no combate às desigualdades sociais e, sem esse elemento central e norteador das ações caminha-se em uma direção centrada na desumanidade.

No entanto, o próprio modelo econômico leva o Estado a uma crise de identidade profunda, e por esta razão, percebe-se um Estado ineficiente e perdulário, deixando ao mercado e à sociedade civil, a responsabilidade pelo desenvolvimento da nação.

Objetivando garantir um espaço no mercado e sua subsistência (no momento em que o Estado se afasta de suas funções sociais), as empresas se apropriam de uma oportunidade, passando a contribuir para o desenvolvimento social.

O Estado não cumpriu a ”milenar” promessa de ser, em tese, solução para os problemas sociais. Essa promessa não foi cumprida. Ao contrário, tem-se presenciado o crescimento da desigualdade e da concentração de renda.

Enquanto o Estado vai perdendo campo, verifica-se uma participação progressivamente maior das empresas na realização dos anseios da sociedade. É surpreendente o progresso nas cadeias produtivas, em razão do desenvolvimento produzido nas áreas de ciências, tecnologia, informática, telecomunicação, etc. “as corporações empresariais tornam-se cada vez maiores e economicamente mais poderosas, podendo inclusive influir nos destinos das nações e nas decisões de seus representantes” (LIMA, 2000, p.4).

O século XX foi marcado por profundas transformações e contradições, em variadas dimensões da realidade, para toda a humanidade. De um lado, foram observados grandes progressos tecnológicos, trazendo à tona a microeletrônica, a robótica, os revolucionários sistemas de comunicação, os avanços de ciência médica e outros.

Por outro lado, toda essa revolução é seguida de um número crescente de excluídos e pobres, oriundos do sistema capitalista moderno, através da concentração da riqueza nas mãos de grupos minoritários.

A economia global cresceu, mas isso não erradicou a pobreza. Mesmo alguns países prósperos sob diversos aspectos, não conseguiram eliminar a pobreza.

5 Surgimento e evolução do pensamento administrativo empresarial

Já no século XIII, o teólogo e filósofo Tomás de Aquino defendia que a relação entre “trabalhar versus ganhar dinheiro” era somente para atender as necessidades de sobrevivência do indivíduo. Quaisquer recursos angariados além das necessidades básicas individuais deveriam ser canalizados para ajudar no crescimento da comunidade, ou seja, a atividade empresarial tinha como objetivo maior a função social. Contudo, essa ideia não floresceu por muito tempo. A economia defendida por Adam Smith, acumulação de riquezas, já se restringia a um número reduzido de pessoas, gerando graves problemas sociais como consequência (LUX, 1993).

A análise da evolução do pensamento administrativo inicia-se pelo estudo das empresas pertencentes ao sistema fabril. Afinal, foi nesse momento que, através da concentração da produção e fortificação da necessidade de capital, o capitalismo ganha força, passando assumir um papel central na economia e na sociedade. Os autores: Faria, Marques e Bertu (1993, p. 145-6) descrevem os operários da Inglaterra, nesse período, como sendo escravizados pela divisão do trabalho. Ao invés de se elevarem com o progresso da indústria, tornaram-se cada vez mais empobrecidos e o crescimento desse pauperismo acabou por superar as vantagens trazidas pelo novo sistema.

Por meio dos relatos históricos, pode-se inferir que a classe capitalista do período da revolução industrial já era possuidora de uma consciência

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