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O Toyotismo

Por:   •  13/9/2018  •  1.835 Palavras (8 Páginas)  •  250 Visualizações

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2004, p. 114-115).

“Em lugar do trabalho desqualificado, o operário é levado à polivalência. Em vez da linha individualizada, ele integra uma equipe. No lugar da produção em massa, para desconhecidos, trabalha um elemento para satisfazer a equipe que vem depois da sua na cadeia. Em suma, o ‘toyotismo’ elimina, aparentemente, o trabalho repetitivo, ultra simplificado, desmotivante, embrutecedor” (GOUNET, 1999, p. 33).

O desenvolvimento capitalista nos últimos trintas anos, ocorreram transformações significativas nas diversas instâncias no setor social, com um grande destaque para o mundo do trabalho e da reprodução social. O toyotismo, traz ideologia orgânica da nova produção capitalista, esse foi o momento mais importante da reestruturação produtiva do capital. Sob o toyotismo, tende a constituir-se, pelo menos como uma promessa frustrada do capital. Esta constitui-se como um elemento da nova disposição sócio-subjetiva instaurada pelo toyotismo que caracteriza uma nova experiência do corpo, tanto no processo de trabalho quanto no processo sócio-reprodutivo.

“Nos pós grandes indústria não desaparece a subordinação material do trabalho ao capital. Ao contrário, se restabelece uma nova oposição entre o indivíduo e o processo material, o que implicaria considerar o surgimento de um novo estranhamento. A subsunção real do trabalho ao capital assumiria um novo sentido - é a subordinação formal- intelectual” (ou espiritual, p. 71).

Na reformulação de linha de produção e premidos pelas limitações ambientais, Toyoda e Ohno desenvolveram uma série de inovações técnicas que possibilitavam uma dramática redução no tempo necessário para alteração dos equipamentos de montagem. Assim, modificações nas características dos produtos tornaram-se mais simples e rápidas. Isso levou a uma inesperada descoberta: tornou-se mais barato fabricar pequenos lotes de peças estampadas, diferentes em si, que enormes lotes homogêneos. As consequências foram a redução dos custos e mais importante, a possibilidade quase instantânea de observação dos problemas de qualidade, que podiam ser rapidamente eliminados, todo esse processo exigia a presença de operários bem treinados e motivados. Vale lembrar que toda essa reformulação foi dada pela relação entre a Toyota e seus empregados logo depois da Segunda Guerra, assim nascia um novo modelo de relação capital-trabalho que acabou se tornando a fórmula japonesa, com seus elementos caraterísticos como emprego vitalício, promoções por critérios de antiguidade e participação do lucro (Gestão Toyotismo).

“[...] não é tanto para economizar trabalho, mas, mais diretamente, para eliminar trabalhadores. Por exemplo, se 33% dos ‘movimentos desperdiçados’ são eliminados em três trabalhadores, um deles torna-se desnecessário. A história da racionalização na Toyota é a história da redução de trabalhadores; [...] Todo o seu tempo [dos trabalhadores], até o último segundo, é dedicado à produção (Kamata apud ANTUNES, 2003, p. 56).

Trabalhando com essa mão-de-obra diferenciada, Ohno realizou uma serie de implementação nas fabricas. A primeira foi agrupar os trabalhadores em torno de líder e dar-lhe responsabilidade sobre uma série e tarefas, isso passou a incluir conservação da área, pequenos reparos e inspeção na qualidade, assim passa a ser marcada reunião para discutir melhorias no processo de produção.

Outra inovação foi de que qualquer operário pudesse parar a linha de produção caso detectasse algum problema. Isso deveria evitar o procedimento, observado no ford, relacionado à detecção de problemas apenas no final da linha de produção, que gerava grandes quantidades de retrabalho e aumentava e muitos os custos. No primeiro momento das implantações na linha de produção parava por diversas vezes seu processo, mas com o tempo isso foi corrigindo e assim diminuindo os defeitos e a melhora na qualidade geral dos produtos.

Sob o aspecto distribuição, os japoneses também inovaram, transferindo para a rede de vendas o conceito de parceira utilizado com os fornecedores e construindo, com isso, uma relação de longo termo. Conseguiu-se, assim, integrar toda a cadeia produtiva, num sistema funcional e ágil. (Artigo, fordismo, toyotismo, p. 13)

No modelo Toyotismo organiza-se seus principais fornecedores em grupo funcionais que, por sua vez, adotava o mesmo critério com os seus respectivos subfornecedores formando, assim, uma estrutura piramidal de fornecedores. A relação entre cliente-fornecedor era de parceria e visava ao longo prazo. Os fornecedores no Toyotismo eram companhias independentes, reais centros de lucro, era intimamente envolvido no desenvolvimento dos produtos da Toyota.

Com o sistema que opera a redução dos estoques intermediários, remove, por isso, as seguranças e antecipar os problemas e evitam que ocorram (Just-in-time), sobre esse aspecto da organização, a engenharia e o desenvolvimento de produção (Sistema Toyota), também foram influenciados pelos princípios adotados na produção. Enquanto nas companhias de produção em massa o problema da complexidade técnica de especialidade, na Toyota optou-se pela formação de grupos sob uma liderança forte, integrando as áreas de processo, produto e engenharia industrial.

Toyoda e Ohno levaram mais de 20 anos para implementar completamente suas inovações e ideias, os resultados foram enormes e com consequências positivas para o produtividade, qualidade e velocidade de resposta do mercado.

O sistema Toyota foi especialmente bem-sucedido em capitaliza as necessidades do mercado consumidor e se adaptar às mudanças tecnológicas. Com os veículos adquirindo maior complexidade, o mercado foi exigindo maior confiabilidade e maior oferta de modelos.

Em uma visão mais ampla, o toyotismo, em essência, não seria mais que uma evolução do fordismo. Nesse ponto de vista na análise do seu surgimento pode se dizer que o sistema estaria exposto ás mesmas contradições básicas do seu antecessor, mas com suas vantagens competitivas e melhor adaptação das tecnologias,

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