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Economia Brasileira Contemporânea

Por:   •  11/8/2018  •  4.531 Palavras (19 Páginas)  •  207 Visualizações

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Esse conjunto de medidas aumentou o custo de produtos importados, elevação do preço do barril de petróleo de 15 para 35 dólares, porém, a eficácia das políticas adotadas foi anulada pela aceleração inflacionária, provocando a deterioração das contas externas, aumentando a dívida e aumentando a perda de reservas. Com a situação financeira cada vez mais fragilizada, o ajustamento voluntário foi adotado por vias de políticas ortodoxas baseadas no controle de absorção interna por meio da redução da necessidade de divisas. Porém, quando Reagan assumiu a presidência dos EUA em 1980, adotou uma política de recuperação de competitividade (Supply side economics), adequando as condições de oferta, o que permitiu elevar violentamente as taxas de juros creditícios para financiamentos a países com problemas financeiros, deteriorando ainda mais a situação fiscal brasileira incluindo o país no chamado setembro negro, que deu-se pela incapacidade dos países em desenvolvimento a captarem recursos externos obrigando estes a entrarem na política de superávit externo no reconhecimento da dívida externa.

Entre 1981 e 82 a inflação estabilizou em 100% e acelerou em 83 devido a deterioração financeira do Estado, passando de um déficit em 80 para um superávit de 6,5 bilhões em 83 para 13 bilhões em 1984. O ajustamento externo se deu pela própria recessão, causando a queda nas importações e estímulo no aumento das exportações, eliminando o desequilíbrio congênito estabelecido no Balanço de Pagamentos brasileiro pela incorreta distribuição de obrigações dos setores da economia para o pagamento da dívida, causando ônus maiores a alguns, sendo que a maior dívida brasileira era no setor público, mas a maior geração de superávit se acontecia no privado. Desta situação viu-se a alternativa de optar pela transformação da dívida externa em dívida interna, consistindo basicamente em colocar títulos públicos na negociação (maiores juros e menores prazos).

Deste ajustamento da dívida que sacrificaria o crescimento brasileiro, surgiu em 1984 o movimento das Diretas Já, que tinha o desemprego como ameaça latente, dando fim ao regime militar e início a Nova República na tentativa de minimizar os impactos econômicos à população.

Questões:

- O II PND foi o mais relevante e conhecido, sendo uma resposta à crise econômica decorrente do primeiro choque do petróleo, no fim do chamado "milagre econômico brasileiro, visava enfrentar os problemas advindos do choque do petróleo e da crise internacional decorrente. O plano firmou-se politicamente graças ao capital financeiro nacional e às oligarquias tradicionais. Entretanto, apesar dos investimentos feitos, o II PND não obteve o êxito que pretendia e a dívida externa do Brasil aumentou consideravelmente no período de vigência do Plano. O plano se propôs a realizar um ajuste estrutural na economia brasileira. Enquanto os ajustes conjunturais se referem a medidas de regulação da economia ou de gestão da política econômica no curto prazo (através da utilização de taxa de câmbio, taxa básica de juros, regras para exportação e importação, tributação, etc.), o ajuste estrutural tem como objetivo reorganizar as bases da economia. À época da crise do petróleo, o Brasil era altamente dependente do petróleo, principal componente da sua matriz energética. O consumo vinha crescendo a taxas altíssimas, sendo que cerca de 80% do petróleo consumido provinha de importações. Em outra frente, o plano buscou dominar todo o ciclo produtivo industrial ao investir pesadamente na produção de insumos básicos e bens de capital. O sucesso do II PND dependia de grande volume de recursos e de financiamento de longo prazo. Grande parte destes financiamentos foi conseguida com os petrodólares. Outra parte veio das linhas públicas de crédito, oferecidas pelo BNDES (antigo BNDE). O plano conseguiu êxito parcial, uma vez que, pela primeira vez na história, o Brasil conseguiu dominar todo o ciclo produtivo industrial. Contudo essa industrialização ocorreu a um preço alto, que fez a dívida externa explodir, o que acabou resultando na moratória, no final de 1982.

- Os anos 80 são chamados de década perdida no que se refere ao desenvolvimento econômico, vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, esse período de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria destas nações, os anos 80 são o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social. No que se refere à economia brasileira, durante os anos 80, foram verificadas reduções no PIB, Fora isso, as taxas internacionais de juros causaram um crescimento da dívida do Brasil com os EUA, além do aumento do déficit público. A dívida interna seguia o mesmo caminho, aumentando cada vez mais por causa da política fiscal expansionista do Governo brasileiro. Costuma-se dizer que os anos 80 foram o enterro da expansão vivida nos anos 70, que ficou conhecida como milagre econômico. Dentro deste panorama conturbado da economia surgem diversas tentativas de reformas monetárias e ocorre a adoção de planos como o Plano Verão, Plano Bresser e Plano Cruzado. Porém, todas estas tentativas terminam em fracassos e os resultados demonstraram-se sem efetividade no mantimento da estabilidade econômica. Já no que se refere ao âmbito político, foi promulgada a Constituição de 1988, que tornou o fim da ditadura uma realidade. Desta forma, foi recuperada a participação da população nas eleições, que levou Fernando Collor de Melo ao poder no começo dos anos 90. Ao fim dos anos 80, com o fim da Guerra Fria, o Brasil ampliou o processo de abertura da economia e se alinhou ao Consenso de Washington.

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- Reduzir as despesas do Estado e equilibrar o orçamento público;

- Reduzir e controlar a quantidade de moeda em circulação;

- Liberalizar os preços de quaisquer tabelamentos;

- Liberalizar a taxa de juros;

- Liberalizar a taxa de câmbio;

- Eliminar todos os subsídios;

- Reduzir os salários dos setores público e privado.

- A economia brasileira gerou superávit na balança comercial durante a primeira metade da década de 1980, onde foi favorecido pela maturação de alguns dos projetos do II PND, ainda em 1984. Diminuiu em 1985, em comparação ao ano anterior, houve uma modesta retração do saldo

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