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ABSENTEÍSMO NO TRABALHO VIRTUAL: UM ESTUDO NA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

Por:   •  25/12/2018  •  4.549 Palavras (19 Páginas)  •  408 Visualizações

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O tema absenteísmo pode ser usado como um importante indicador na avaliação da saúde dos trabalhadores e também nas condições nas quais o trabalho é realizado. Assim, o aprofundamento do estudo deste tema possui relevância nos estudos organizacionais, pois seu impacto pode afetar negativamente a qualidade dos serviços prestados e na produção.

Não diferente, o trabalho virtual ou à distância sofre também essas interferências no ambiente organizacional, mesmo não sendo dentro de um ambiente convencional de uma organização.

Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo verificar o nível de absenteísmo junto aos profissionais que trabalham na maior parte do tempo à distância, utilizando meios eletrônicos de comunicação como plataformas virtuais, correios eletrônicos entre outros.

Estes profissionais possuem uma dinâmica de trabalho diferente dos que atuam presencialmente, uma vez que não possuem horários fixos e ambientes físicos de trabalho fornecidos pela organização, tornando-se relevante entender os fatores que causam seu absenteísmo no trabalho virtual.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Absenteísmo e o Mal-Estar Ocupacional

Para Costa, Vieira e Sena (2009), o absenteísmo é a ausência profissional do emprego, ou seja, é o tempo de labor perdido quando os trabalhadores não comparecem ou atrasam ao trabalho, podendo ser voluntário, por doença, por acidente, doença profissional ou compulsório.

Dentre os fatores que causam o absenteísmo podemos destacar:

a) Fatores interpessoais e do ambiente de trabalho

A maneira como o indivíduo é recebido pelo grupo do qual fará parte no ambiente organizacional pode ser um fator relevante e que contribui de maneira direta para as faltas não justificadas ao trabalho. Para Pérpsico (2012), as pessoas sentem necessidades de inclusão e buscam um relacionamento satisfatório com as pessoas tendo em vista sua interação e associação. Porém nem todos os grupos sentem necessidade de afeição e por isso nem sempre facilitam a cooperação e integração, excluindo o indivíduo.

Outro agente desencadeador da ausência do profissional ao trabalho é o clima do ambiente onde o mesmo está inserido. Segundo Souza (2014), o clima organizacional pode ser um fator causador do absenteísmo, já que este representa os conceitos e sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização e que afetam de maneira positiva ou negativa sua satisfação e motivação no trabalho.

b) Fatores psicossomáticos e de condições de trabalho

As condições de trabalho podem ser um fator desencadeante do absenteísmo laboral uma vez que interferem de forma significativa no desenvolvimento das atividades organizacionais. Para Pereira (2010) o trabalhador exposto a condições insalubres de trabalho vê no absenteísmo uma forma de fuga.

Segundo a autora, o número de faltas aumenta na medida em que as condições de trabalho pioram. “As faltas passam a ser uma forma de alívio, de “respiro” para tentar levar adiante uma situação cada vez mais insuportável” (PEREIRA, 2010, p. 72).

As más condições de trabalho podem ser caracterizadas tanto por fatores de ordem física, como os distúrbios osteomusculares - relacionados ao trabalho (DORT) que “são distúrbios funcionais que ocorrem principalmente nos membros superiores e têm aumentado nos últimos anos em razão do desenvolvimento industrial, à organização do trabalho e ambiente ocupacional” (MENDES, LEITE, 2012, p. 132), como os de ordem psicológica como o estresse.

O estresse no trabalho é cada vez mais frequente e afeta a saúde física e mental do indivíduo, além do funcionamento da organização, podendo ter reflexos importantes para a sociedade. Este fenômeno é responsável por altas cifras e estatísticas indesejáveis que não são motivos de orgulho para os países que as ostentam: níveis altos de absenteísmo aumento de distúrbios psicológicos, maior número de problemas de saúde e investimentos significativos em ações de prevenção e de tratamento. Além disso, o estresse ocupacional tem um impacto negativo sobre o funcionamento da organização: acirramento dos conflitos interpessoais, aumento da rotatividade, degradação do clima organizacional e deterioração da imagem institucional e da qualidade dos serviços (FERREIRA; MENDONÇA, 2012, p. 34).

c) Fatores administrativos laborais

Este fator relaciona-se basicamente entre o que o indivíduo busca na organização e o que esta oferece a ele.

Segundo Chiavenato (2009):

A interação psicológica entre empregado e organização é basicamente um processo de reciprocidade: a organização realiza certas coisas para e pelo participante e inibe-se de fazer outras, remunera-o, dá-lhe segurança e status; reciprocamente, o participante responde trabalhando e desempenhando suas tarefas e oferecendo resultados (CHIAVENATO, 2009, p. 94).

Os benefícios buscados pelo trabalhador nem sempre são oferecidos pela organização na frequência e quantidade necessárias ao atendimento de suas expectativas e de acordo com o esforço empregado pelo mesmo na realização das tarefas. Este fato ocasiona, muitas vezes, desmotivação pelo trabalho e em alguns casos até a perca completa de interesse por parte do indivíduo pela função ou atividade executada. Segundo Chiavenato (2000), se uma pessoa acredita que um grande esforço despendido tem pouco efeito sobre o resultado, tenderá a não se esforçar muito, pois não vê relação entre nível de produtividade e recompensa.

d) Gestão do tempo e da carreira

Para Chiavenatto (1999, p. 56), “as causas do absenteísmo nem sempre são decorrentes de organização, supervisão deficiente, empobrecimento de tarefas, falta de motivação e estilo de gerenciamento na empresa”. Muitas vezes as ausências ao trabalho são causadas pela má administração do indivíduo ao seu tempo bem como a falta de controle sobre os fatores que gerem sua carreira profissional.

De acordo com Farinha (2010) o trabalhador pode atrasar-se ou faltar por enfrentar problemas de transporte, climáticos, doenças ou falecimento de um ente querido, problemas pessoais ou familiares, alcoolismo, entre outros. Podemos destacar, também, como motivo de faltas e/ou atrasos, a falta de gerenciamento do tempo e organização

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