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A Logística Reversa

Por:   •  14/11/2018  •  8.257 Palavras (34 Páginas)  •  250 Visualizações

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Os objetivos específicos deste trabalho foram verificar estudos que comprovem a redução de custos nas organizações que têm o processo implantado, explicar o aumento da vantagem competitiva relacionado à logística reversa de pós-consumo nas organizações e demonstrar os benefícios para o meio ambiente.

Para Campos; Fonseca; Abras (2011), os clientes estão ficando mais exigentes e é crescente o número de pessoas conscientes da importância da preservação do meio ambiente. Assim, eles esperam que as empresas estejam sempre aprimorando a sua capacidade de equilibrar seu negócio com as questões ambientais. Cada vez mais, organizações tentam passar para seus clientes a imagem de uma empresa que é ecologica e socialmente responsável.

A logística reversa de pós-consumo é uma das partes da logística que tem crescido muito. Isso ocorre devido a exigências legais voltadas para a preservação ambiental e também por ser uma oportunidade de redução de custos e de aumento de competitividade para as empresas. Desse modo, o presente trabalho de pesquisa se mostra necessário para que se esclareça como é possível as organizações estarem de acordo com a lei e, ao mesmo tempo, conseguirem vantagens com a implantação da logística reversa de pós-consumo.

Por se tratar de um assunto ainda pouco explorado, o presente trabalho tem o objetivo de esclarecer, no âmbito acadêmico, o que é a logística reversa de pós-consumo, mostrar quais os benefícios que ela proporciona às organizações e ao meio ambiente, contribuindo assim para futuras pesquisas científicas sobre o assunto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LOGÍSTICA REVERSA

2.1.1 Conceito de logística

Para que o conceito de logística reversa seja compreendido corretamente, primeiro é necessário entender o que é a logística e como se deu seu surgimento. Segundo Novaes (2004), o conceito de logística está relacionado com as operações militares:

Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição, víveres, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. (NOVAES, 2004, p. 31).

Isso é o que acontece nas organizações, uma vez que elas precisam deslocar produtos acabados das fábricas para as suas lojas ou para seus clientes, além de ter um estoque de matéria-prima com o intuito de manter o ritmo da produção dentro da normalidade. É necessário também que elas mantenham um estoque de produtos acabados para atender sua demanda. Todo esse processo de armazenagem, controle e transporte de produtos é denominada logística:

“A logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes”. (C.L.M, 1962 apud BALLOU, 2006). Logo, a logística tem o objetivo de criação de valor para os clientes, pois ela propicia que os produtos e serviços estejam no local e na hora desejada por eles:

A logística tem a missão de colocar a quantidade certa do produto certo, e no momento certo, ao mais baixo custo e nas condições desejadas pelas outras atividades empresariais e pelos clientes, contribuindo para os objetivos da empresa. (COSTA; DIAS; GODINHO, 2010, p.11).

De acordo com Ballou (2006, p. 25), “as atividades de logísticas são a ponte que faz a ligação entre locais de produção e mercados separados por tempo e distâncias”. Para entender melhor isso, deve ser observado o esquema proposto a seguir, que mostra como funciona o fluxo direto da logística. O processo de logística direta funciona da seguinte forma: dos fornecedores de matéria-prima para as fábricas, passando pelas lojas de atacado ou varejo até chegar ao consumidor final.

2.1.2 Conceito de Logística reversa de pós-consumo

Segundo Ribeiro (2008, p. 18): “Atualmente, somente a logística direta não basta para conquistar e fidelizar o consumidor”.

Verifica-se uma mudança na visão de consumo nas sociedades modernas, que tem se preocupado cada vez mais com as questões que tratam do gerenciamento de sobras de produtos, de produtos defeituosos, do destino do produto após o término do seu ciclo de vida ou utilização, bem como das embalagens utilizadas para o seu transporte ou armazenagem, enfim, aspectos relacionados ao equilíbrio ambiental. (RIBEIRO, 2008, p.18).

Por todos esses motivos, foi necessária a evolução da logística direta, passando a logística reversa a ser fundamental na satisfação dos desejos dos clientes.

Stock (1998 apud LEITE, 2009, p.16) define a logística reversa como “em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura”.

Leite (2009) diz que o início dos estudos sobre logística reversa ocorreu nas décadas de 1970 e 1980. Esses estudos – que classificavam esse processo como canais de distribuição reversos – eram focados principalmente no retorno de produtos aos centros de reciclagem onde seriam reaproveitados.

Segundo Leite (2003 apud FERREIRA; MORAES; CAMPOS, 2008, p. 03), a logística reversa atua em duas áreas:

a) Logística reversa de pós-venda: trata do planejamento, do controle e da destinação dos bens sem uso ou com pouco uso, que retornam à cadeia de distribuição por diversos motivos, tais como a devolução por problemas de garantia, avarias no transporte, excesso de estoques, prazo de validade expirado, entre outros.

b) Logística reversa de pós-consumo: trata dos bens no final de sua vida útil, dos bens usados com possibilidade de reutilização (embalagens) e os resíduos industriais. Segundo Santos, Bassenesi e Pavoni (2006), a aplicação da logística reversa de pós-consumo, além de trazer benefícios monetários e resultados positivos para a imagem corporativa de uma organização, pois é uma demonstração efetiva de que a organização está buscando atuar com responsabilidade ambiental e, consequentemente, com responsabilidade social, traz, também, a possibilidade de sustentabilidade no fornecimento de insumos.

Com os avanços tecnológicos e grande necessidade de atender

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