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A Degradação do Trabalho no Século XX

Por:   •  21/12/2018  •  6.155 Palavras (25 Páginas)  •  336 Visualizações

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O autor, que participou dos meios de trabalho manual e nos escritórios modernos, utilizou a experiência do contato com ambos os mundos, fabril e administrativo, para produção de sua obra. Destaca-se que o fez buscando não interferir no caráter científico desta.

Assume que o livro foi composto sobre a influência intelectual de Marx.

Percebe a separação entre administradores e administrados no âmbito industrial. Acredita que tal problema possa ser enfrentado com eficácia por meio da análise concreta e histórica da tecnologia e da maquinaria, bem como das relações sociais, de modo a entender como esses elementos se reúnem nas sociedades existentes.

Considera o capitalismo como um tecido feito através dos séculos, de modo que, por isso, este parece-nos natural, inevitável e eterno.

Defende que toda a classe trabalhadora deve ser estudada, não apenas uma parte selecionada arbitrariamente. Não trata da consciência, organização ou atividades, mas sim da classe trabalhadora como uma classe em si mesma, e não para si mesma.

Será discutido no livro, o modo de produção capitalista, a maneira pela qual os processos do trabalho são organizados e executados, bem como o desenvolvimento destes ao longo dos anos. Possui como objetivo o estudo dos processos de trabalho da sociedade capitalista e do modo específico pelo qual eles são constituídos pelas relações de propriedade inerentes ao capitalismo.

I Parte – Trabalho e gerência

Capítulo 1 – “Trabalho e Força de Trabalho”

O trabalho humano é consciente e proposital, ao passo que o trabalho dos animais é instintivo. Assim, o trabalho como atividade proposital, orientado pela inteligência, é produto especial da espécie humana e a espécie humana é um produto especial desta forma de trabalho. “Ao agir assim, sobre o mundo externo e transformá-lo, ele ao mesmo tempo modifica sua própria natureza” – Marx. O trabalho que ultrapassa a mera atividade instintiva é assim a força que criou a espécie humana e a força pela qual a humanidade criou o mundo como o conhecemos.

Onde a divisão de função no seio de outras espécies animais foi atribuída pela natureza e impressa no genótipo sob a forma de instinto, a humanidade é capaz de uma infinita variedade de funções e divisão de funções com base nas atribuições da família, do grupo e sociais.

Ex: A aranha tece sua rede de acordo com uma incitação biológica e não pode delegar esta função a outra aranha, desenvolvendo esta atividade por ser inerente à sua própria natureza. Já os homens e mulheres, possuem os padrões de trabalho definidos pelas formas sociais. Deste modo, os animais possuem como inviolável a unidade entre força motivadora do trabalho e o trabalho em si mesmo, enquanto os homens não. Assim, a ideia concebida por uma pessoa pose ser executada por outra.

O autor define que os economistas burgueses estão interessados nas relações dos preços, na produção e no ponto de vista burguês, em detrimento das relações sociais, do trabalho, e do ponto de vista humano.

O objeto de análise passa a ser não o trabalho geral, mas o trabalho nas formas que ele assume sob as relações capitalistas de produção. Defende que, por mais que as relações capitalistas exijam intercâmbio de relações, mercadorias e dinheiro, o traço principal destas é a compra e venda de força de trabalho. Para este fim, existem 3 condições básicas :

- Separação entre trabalhador e meio de produção: os trabalhadores só podem ter acesso aos meios de produção caso vendam sua força de trabalho aos detentores destas.

- Os trabalhadores estão livres de constrições legais, tai como servidão ou escravidão, que os impeçam de dispor de sua força de trabalho.

- O propósito do emprego do trabalhador torna-se a expansão de uma unidade de capital pertencente ao empregador, que está assim atuando como um capitalista.

O processo de trabalho, começaria, portanto, com um contrato ou acordo que estabelece as condições de venda da força de trabalho pelo trabalhador e sua compra pelo empregador.

Braverman faz uma breve análise histórica deste fenômeno, ao citar que no início do século XIX, quatro quintos da população norte-americana trabalhavam por conta própria; Por volta de 1870, cerca de um terço; Em 1940, não mais de um quinto; no ano de 1970, apenas perto de um décimo da população trabalhava por conta própria.

A partir desta análise, julga tal relação social como de data recente, e cita a rapidez como ela obteve supremacia em numerosos países, o que realça o extraordinário poder da tendência das economias capitalistas a converter todas as demais formas de trabalho em trabalho assalariado.

Classifica o processo de trabalho como: algo que seria para gerar valores úteis mas que tornou-se um processo para a expansão do capital, para geração de lucros.

O estudo então se direciona para a maneira pelo qual o processo de trabalho é dominado e modelado pela acumulação de capital.

Considera o trabalho como propriedade inalienável do indivíduo humano, assim como as funções vitais do corpo, uma função física e mental inalienável. Deste modo, o trabalhador não entrega ao capitalista a sua capacidade para o trabalho. O que o trabalhador vende e o capitalista compra não é uma quantidade contratada de trabalho, mas a força para trabalhar por um período contratado de tempo.

Mais-valia: Um boi moerá mais trigo do que come se mantido no serviço por adestramento e compulsão.

Como não é a mais-valia que distingue a força de trabalho humano das “não humanas”, o que o faz é o caráter inteligente e proposital desta, que lhe dá uma infinita adaptabilidade e que produz as condições sociais e culturais para ampliar sua própria produtividade, de modo que seu produto excedente pode ser continuamente ampliado. Deste modo, o capitalista busca ,por todos os meios, ampliar a produtividade da força de trabalho contratada.

O autor ainda afirma que, essa mesma característica que diferencia o trabalho humano dos demais, e que é base para a obtenção do lucro pelo capitalista, se configura em um problema, em um desafio ao próprio capitalista, pois é infinita em potencial, mas limitada em concretização pelo estado subjetivo dos trabalhadores, por sua história, cultura, condições sociais e de trabalho.

Torna-se,

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