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Sexualidade: sexualidade e do corpo apresenta um interessante objeto de análise sociológica

Por:   •  29/9/2017  •  1.166 Palavras (5 Páginas)  •  576 Visualizações

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[pic 1]Seguidamente farei uma análise ao gráfico 1, relativamente à taxa de fecundidade geral disponível no site da PORDATA. Os anos demostrados no gráfico são de 1961 a 2013. Dados anteriores a 1961 não estão disponíveis, no entanto “sabe-se que em Portugal, na maioria das regiões, um primeiro declínio da fecundidade terá tido início na segunda metade dos anos 20 (Bacci, 1971; Bandeira, 1996; Oliveira, 2007). A este primeiro declínio seguiu-se um período de relativa estabilidade que terminou nos anos 60-70” (Oliveira, 2008:33), como poderemos ver no gráfico, com uma quebra na taxa de fecundidade geral dos portugueses.

Gráfico 1: Taxa de Fecundidade Geral

Fontes de Dados: INE - Estatísticas de Nados-Vivos

Podemos observar que a taxa de fecundidade geral das mulheres portuguesas tem uma tendência para continuar a diminuir sem muitas oscilações. Acredito que esta descida está relacionada com diferentes fatores históricos, culturais e sociais, contudo foquemo-nos apenas no aparecimento e reconhecimento dos métodos contracetivos que se acredita terem sido um dos principais causadores do declínio da taxa de fecundidade em Portugal. Esses designam-se pelo “controlo dos nascimentos porque (…) permite que uma mulher só tenha filhos quando tomar essa decisão.” (Vaisman, 2003:62) o que facilitou à mulher o controlo sobre o seu próprio corpo e a sua sexualidade, que antes era regulado pelo homem, o homem é que comandava e ela tinha filhos apenas quando o homem queria e não quando o desejava.

Foi fundada em Portugal, no ano de 1967 a “Associação para o Planeamento da Família, uma organização não-governamental, cujo principal objetivo é a criação nos serviços de saúde estatais de consultas de planeamento familiar” (Ubac, 2004:61-63). Porém, apenas em 1984 é que as atividades de Planeamento Familiar estabeleceram uma “componente fundamental da prestação de cuidados em Saúde Sexual e Reprodutiva. Estas atividades, enquanto parte integrante dos cuidados de saúde primários, têm contribuído de forma substantiva para (…) o aumento na utilização de meios contracetivos seguros e eficazes.” (Direção Geral e Saúde). Deste modo, com conhecimento e informação que outrora não possuía, a mulher pode passar a controlar a forma de viver a sua sexualidade, deixando essa de ser vista como um modo para a procriação para passar a uma forma de obter prazer tanto para mulher como para o homem, isto foi uma grande conquista para a mulher. Assim, a “sexualidade inscreve-se cada vez mais no campo das decisões e das escolhas individuais” (Ferreira, 2008:1). É importante frisar que atualmente está imposto o objetivo de regular a fecundidade segundo o desejo do casal e graças a estas mudanças no papel e da sua emancipação, as “mulheres já não pertencem aos homens, mas a si próprias. Foram precisos quase vinte anos para o Ocidente chegar até aqui” (Ubac, 2004:64).

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