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RELATORIO SOCIAL

Por:   •  28/2/2018  •  2.461 Palavras (10 Páginas)  •  314 Visualizações

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Relata que muitas vezes ao deitar para dormir chora muito, pois acha que ninguém gosta dela, se sente culpada e abandonada.

RELATÓRIO SOCIAL Nº 001/2016

Referente a denúncia de maus tratos à criança.

Assunto: Visita Domiciliar

Data: 13/05/2016

Local: Paranapanema/SP

Identificação:

Mãe: Áurêa Corrêa

Data de Nascimento: 22/09/1950

Idade: 65 anos

Estado Civil: Casada

Escolaridade: 1º ano primário

Endereço: Rua das Paineiras, 171 – Centro – Paranapanema/SP

Visita Domiciliar:

Na data de 13/05/2016, realizamos Visita Domiciliar à Sra. Áurêa Corrêa. Chegamos à residência às 14:00 horas e fomos atendidas pela mesma.

A casa possui seis cômodos, é ampla, arejada, mobiliada de forma simples sendo tudo muito limpo e organizado, não se vê nada fora do lugar. A filha Eliane, que está grávida de quatro meses, estava em um dos quartos, veio nos cumprimentar e saiu para uma consulta no Posto de Saúde. A criança Marlene tinha ido à casa de sua irmã Roseli, que mora em um bairro próximo, para levar um remédio, e depois iria ao supermercado a pedido da mãe.

A Sra. Áurêa manifestou curiosidade em saber o que queríamos, nos apresentamos, expusemos que fomos visitá-la, pois na data de 12/05/2016 a Sra. Helena Cintra, professora de sua filha Marlene Corrêa ficou preocupada com os hematomas apresentados pela criança relatando à Diretora Sra. Ana Godoy que nos informou dos fatos e pediu para que verificássemos a situação.

A princípio a Sra. Áurea ficou muito revoltada e falou vários palavrões, quase nos colocou para fora, falou que ninguém tinha que se meter na vida dela.

Quando se acalmou um pouco falou sobre a filha Marlene. Nos disse que ela era uma menina muito rebelde, que não obedecia suas ordens e também não cuidava dos afazeres domésticos, disse que os castigos físicos eram para educá-la, para fazer com que ela virasse gente, e que já tinha problemas demais para ficar aguentado reclamações dessa menina que ela “pegou para criar”.

Conta que sofre de depressão profunda, mas afirma que não toma nenhum tipo de medicação para louco. Fala que adotou Marlene com oito meses de vida. Tinha feito uma promessa à Nossa Senhora Aparecida na hora do nascimento de sua filha Eliane, como parto estava muito complicado, com a criança correndo risco de morte, prometeu que caso sobrevivesse adotaria uma criança em agradecimento.

Relata que encontrou Marlene na casa de uma comadre, deixada lá por sua mãe biológica, que era conhecida dela. Essa comadre passava por necessidades extremas e pediu que ela ficasse com a criança, pois caso contrário a mesma morreria de fome ali. A comadre afirmou que Marlene já tinha sido “adotada” por várias famílias, mas que sempre a devolviam porque não acreditavam que sobreviveria, pois se encontrava em estado de desnutrição severa.

A Sra. Áurêa trouxe a criança para sua casa sem o marido saber e nem ter tempo de concordar ou discordar de sua decisão. Depois de muita discussão o marido deixou a criança ficar.

A criança foi adotada com o consentimento de sua genitora, que segundo a Sra. Áurêa era uma vagabunda e alcoolista. O pai biológico havia falecido quatro meses antes, deixando a esposa desamparada, com Marlene e mais um filho de dois anos, em uma situação de extrema miséria e vulnerabilidade social.

A Sra. Áurêa nos conta que cuidou de Marlene dia e noite e, graças a ela, a menina sobreviveu. Conta que Marlene sempre foi uma criança arteira e que agora que estava ficando “mocinha” piorou seu comportamento.

Admitiu que Marlene costumeiramente apanhava, mas que não fazia nada direito, e também era uma ingrata porque depois de tudo que Áurêa fez por ela Marlene não valorizava e nem reconhecia seu esforço, e não cumpria suas tarefas domésticas, que incluíam lavar e passar roupa e limpar a casa, que a irmã Eliane estava grávida e não podia ajudar, falou que já estava de idade e cansada, mas que jamais ia deixar sua casa virar um chiqueiro.

Admitiu que Eliane perdia a paciência e também dava uns tapas em Marlene, mas que a menina merecia mesmo porque era muito mal-educada.

Falou que tinha se arrependido dessa adoção e se fosse possível desfazer não pensaria duas vezes. Disse que gostava de Marlene, mas com o passar dos anos estava ficando difícil conviver com uma pré-adolescente, disse que já era para ela estar tranquila, com os filhos crescidos, e agora ficava passando por esse tormento, tendo esgotado sua paciência.

Sobre seu marido, Sr. José Corrêa, disse que ele passava bastante tempo viajando, sustentava a casa e o genro Roque Almeida ajudava com as despesas, não deixava faltar nada, ela nunca tinha trabalhado.

Contou que era ela quem lhe informava sobre o comportamento de Marlene, e quando ele se encontrava com a criança dava muitas broncas por tudo que ela tinha aprontado com a mãe, mas ele sempre fazia questão de lembrar que o tempo todo era contra essa adoção, que a Sra. Áurea havia insistido nessa história e que, portanto, o problema era dela.

RELATÓRIO SOCIAL Nº 001/2016

Referente a denúncia de maus tratos à criança.

Assunto: Parecer Social

Data: 18/05/2016

Local: Paranapanema/SP

Parecer Social:

Evidenciamos através da visita Domiciliar que a criança sofre violação de seus direitos de forma cotidiana e permanente. É clara a necessidade de prestar ajuda à criança que é vítima de abusos físicos e psicológicos. A criança está sofrendo um processo de objetalização, reduzindo-se a condição de objeto de maus tratos, a relação está baseada no poder disciplinador do adulto e na desigualdade adulto-criança.

A violência psicológica, amplamente citada na interferência negativa do adulto sobre a criança, tornou-se um comportamento habitual. A mãe rejeita a criança, revelando

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