Introdução Atps de Indicadores
Por: Sara • 14/4/2018 • 1.693 Palavras (7 Páginas) • 347 Visualizações
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A desinformação, ao preconceito e ao desrespeito aos cidadãos da terceira idade soma-se a precariedade de investimentos públicos para atendimento as necessidades especificas da população idosa, a falta de instalações adequadas, a carência de programas específicos e de recursos humanos. Dessa forma ao atender o idoso, a equipe de saúde deve estar atenta a uma serie de alterações físicas, psicológicas e sociais que normalmente ocorrem nesses pacientes, e que justificam um cuidado diferenciado (Brasil, 1999). Esses profissionais tem um importante papel com o idoso, pois acredita-se que através de uma relação empática, haja uma assistência humanizada e um comprometimento com o cuidado personalizado, garantindo o seu equilíbrio físico e emocional (Franco e col., 1999).
O SUS instituiu uma politica pública de saúde que, apesar dos avanços acumulados, hoje ainda enfrenta fragmentação do processo de trabalho e das relações entre os diferentes profissionais, fragmentação da rede assistencial, precária interação nas equipes, burocratização e verticalização do sistema, baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, formação dos profissionais de saúde distante do debate e da formulação da política pública de saúde.
Para Martins e colaboradores (2007), além da saúde, a questão social do idoso, em face de sua dimensão, exige uma política que amenize a cruel realidade daqueles que conseguem viver uma idade avançada. Após tantos esforços realizados para prolongar a vida humana, seria lamentável não se possibilitar as condições adequadas para vivê-la com dignidade.
Em relação às necessidades dos idosos, que requerem uma atenção especifica, implementou-se, no Brasil, a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI), promulgada em 1994 e regulamentada em 1996, que assegura direitos sociais a pessoa idosa, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade e reafirmando o direito a saúde nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde - SUS (Brasil. Lei n. 8.842,1994).
O Hospital Geral é integrante do Sistema Único de Saúde que, embora sem as especificidades assistenciais dos Centros de Referência, possui condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos para realizar, tanto em nível ambulatorial quanto hospitalar, o atendimento geral a pacientes idosos. Já o perfil de um Centro de Referência em Assistência a Saúde do Idoso deve ter requisitos técnicos mínimos que envolvam instalações físicas, bem como recursos humanos e tecnológicos integralmente ajustados com um sortimento de serviços desde a atenção básica até a especializada para a saúde da população de idosos (Brasil, 2002). Cabe destacar que a organização da rede do SUS, seja para definir e /ou readequar planos, programas projetos e atividades do setor saúde, é fundamental para que as diretrizes essenciais dessa politica sejam cumpridas, constituindo como meta final a adequada e digna atenção à saúde para os idosos, especialmente para aqueles que, por uma série de razões, sofreram um processo de envelhecimento marcado por doenças e/ou outras gravidades que limitam o bem estar de suas vidas.
Ao entrevistar idosos, questionando-os como gostariam de ser cuidados durante a hospitalização, Martins e colaboradores (2008) observaram que a maioria referiu que no ato de cuidar sempre estivesse presente a afetividade, a amizade o amor e a dedicação e o respeito. Em reação a hospitalização atual, todos foram unânimes em avalia-la como excelente. Afirmaram que todos os profissionais da equipe de saúde da unidade de internação do estudo proporcionaram um atendimento com empatia, dialogo acolhimento, esclarecimento de duvidas e criação de vínculos. Apesar dos aspectos positivos apresentados pelos usuários, ainda há muito que se fazer para que todas essas transformações se tornem realidade. Aliás, espera-se que todos os estabelecimentos de atendimento a saúde, especialmente aqueles específicos para o idoso, sem exceção, haja um cuidado humanizado, ético e individualizado, o que nem sempre tem sido observado. Para isso é imprescindível o total envolvimento da equipe de saúde, assim como um pleno engajamento dos gestores e usuários num processo continuo de avaliação.
A saúde é uma área crucial para o bem estar e qualidade de vida dos idosos, os dados abaixo mostram de forma resumida algumas informações relevantes para que se possa avaliar o desempenho das políticas públicas relacionada à saúde no Brasil:
- Os serviços públicos são utilizados por dois terços (68%)
- 24% possuem convênio médico ou plano particular de saúde
- 11% costumam pagar médicos ou hospitais particulares
- 7% afirmam recorrer a medicinas caseiras
- 5% contam com os agentes comunitários
Apesar da intensa preocupação com o bem estar da população idosa, pelo leque de políticas e estatutos e programas que asseguram os direitos nos mais diversos aspectos que atingem as necessidades dessa crescente população, especialmente na área da saúde, englobando tanto o lado físico como emocional, existem inúmeros obstáculos impedindo que essas políticas possam de fato ser concretizadas e que também impede o cumprimento da equidade, integralidade e universalidade, diretrizes norteadoras do SUS.
Os avanços visando à qualidade de vida do idoso não são aleatórios, e não se restringem a uma questão de sobrevivência, como alguns podem pensar. O Brasil tem dado passos firmes nesse sentido, mas e claro que precisa melhorar muito, com o tratamento adequado de doenças crônicas e humanização. Mas o direito do idoso não pode ser considerado um peso na saúde, pelo contrario “na verdade quando falamos no direito do idoso, estamos falando no direito de todos os brasileiros, frisa Dália Romero”.
Conclusão
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