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UTA Educação e Trabalho

Por:   •  10/1/2018  •  2.636 Palavras (11 Páginas)  •  351 Visualizações

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2. DESENVOLVIMENTO

É importante que registremos que trabalho e educação são duas praticas exclusivamente humanas, que essas praticas sociais mudam em relação ao modo como produzimos nossa existência, não sendo, portanto, naturais, antes artificiais porque são criadas pelos seres humanos que ao viver, estes produzem bens que possibilitam viver, reproduzir e inventar a vida.

Podemos identificar três grandes concepções, a essencialista que decorre o entendimento de que a educação seria o desenvolvimento da essência ate chegar à perfeição. Ao educador caberia um trabalho de conformar cada individuo a sua essência ideal e universal que caracteriza o homem e, por meio da educação o ser humano atingiria a perfeição e realizaria essa essência que seria inata em todos os seres humanos. A naturalista que privilegia o empírico, o conhecimento adquirido pela experiência, que possibilita ao homem conhecer a si mesmo e ao mundo. A educação tem Haver com as ações humanas e com as contingências da vida dos homens enquanto seres naturais. Aos educadores, cabem realizar praticas que possibilitem ao homem a educação pelo contato com as coisas. A histórico-social diz que o homem é como ser histórico, não mais visto nem como essência nem como corpo natural, mas como um ser, ao mesmo tempo natural, histórico e social. O ser humano passa a ser considerado como um membro da polis, corpo animado, animal espiritualizado, sujeito objetivado.

Desde que o ser humano necessitou produzir sua existência, há o trabalho e a educação, e que essas são duas práticas exclusivamente humanas. A escola surge na sociedade quando se instala a divisão social do trabalho, a propriedade privada do Estado e os processos artificiais e não naturais. Portanto, nem a escola nem o Estado podem ser entendidos como naturais, antes precisam ser compreendidos como criações humanas históricas e, portanto, passíveis de serem mudadas.

Tanto quanto as pesquisas nos permitem saber, as primeiras escolas surgiram no Egito Antigo, por meio dos ensinamentos morais e políticos. O ser humano teve a necessidade de educar suas gerações a transformar a natureza num processo em que o trabalho e educação se coincidiam. A educação se realiava ao mesmo tempo em que se trabalhava, não havendo a necessidade de instituições ou lugares especiais para o ensino e a aprendizagem.

Com as mudanças nas relações de produção, a crise do trabalho servil e a divisão social do trabalho cooperativo e manufatureiro, a educação escolarizada foi chamada a se organizar para dar resposta ao tempo histórico de transição ao mundo capitalista. Isso se fez com maio controle da escola, das suas regras, do nivelamento dos alunos e da criação de materiais didáticos, ao mesmo tempo em que se dava a Reforma Protestante, que resultou na cisão da cristandade entre católicos e protestante e na revisão e superação dos conhecimentos acumulados na antiguidade.

O trabalho, no modo de produção feudal, era artesanal e correspondia a um trabalho didático preceptoral, a educação escolarizada era para poucos, os clérigos e alguns membros aristocracia. Com a transição do feudalismo ao capitalismo, amplia-se a educação e o trabalho passa à cooperação e manufatura. Imbricada com essas mudanças, a educação escolarizada introduz tecnologias, como o livro didático, o nivelamento e métodos que dão conta de um ensino para mais estudantes sem o aumento de investimentos e formação de professores. Inicia-se um processo que consiste em deixar para trás o “mestre artesão”.

Muitos intelectuais colocam a educação no centro dos debates e preocupações sociais, a educação ganha centralidade, o que se mantém até os tempos atuais.

A expansão da educação escolarizada é uma característica dos tempos modernos, ela prende-se a varias razões que podem se apresentar, a um só tempo, de maneira isolada ou combinada, como a necessidade de alfabetização para que o conhecimento seja entendido e o povo seja civilizado, a exigência de se expandir o voto dos alfabetizados e o trabalho urbano que implicava saber ler e escrever.

Foi abordado que, por conta dessas mudanças, o número de estudantes aumentou, juntamente com o número de escolas, os debates sobre materiais e os métodos de ensino e organização do trabalho educativo. O método mútuo, bem como o simultâneo, que já se preocupava com os estudantes com dificuldades de aprendizagem, e o método Lição de Coisas expressam concepções de como o ser humano aprende e das próprias relações sociais predominantes.

Do ponto de vista da produção e do trabalho, o final do século XIX e o inicio do XX se caracterizavam pela concentração da produção em grandes fabricas, o que implicou também contingentes de trabalhadores e sua educação.

A existência do mercado de trabalho se expandia com a difusão das reformas agrárias, a chegada das maquinas ao campo e a legislação favorável á concentração da propriedade rural e urbana. Neste contexto a educação, sobretudo a escolarização, exerce um papel de disciplinamento. Expande-se uma educação de massas, denominada educação básica, promovida e supervisionada pelos Estados Nacionais. Ao mesmo tempo, verifica-se a existência de uma educação para pequenas elites que possibilita o acesso a cultura, elaborada na sua mais alta expressão. È uma demonstração de que também na educação escolarizada estamos perante a posse desigual dos bens produzidos socialmente, cujo o ônus é distribuído a todos pelos governos de plantão, porem, não seu usufruto, configurado o que chamamos educação dual.

Com a divisão do trabalho, intensifica-se a produtividade, hoje presente em todos os setores. Ao realizar uma única tarefa ou algumas com características próximas o trabalhador se torna habilidoso e mais ágil, aumentando sua capacidade de produção e estimulando os outros a fazerem o mesmo. Por conta dessa organização do trabalho, a educação escolarizada se fez mais disciplinadora.

No inicio do século XX, uma disputa acirrada foi travada entre os que defendiam uma escola laica, publica e republicana, e aqueles que a queriam atrelada á igreja. Nesse processo, liberais progressistas e conservadores se habilitavam a propor e implementar a educação escolarizada. No caso do Brasil, a disputa ocorreu entre as forças sociais que agruparam em torno do movimento escolanovista e a Igreja Católica. Esse movimento escolanovista levantou bandeiras importantes, como a defesa da universalidade da educação, da laicidade e da escola pública, o que lhe valeu ferrenha oposição dos defensores da escola privada, entre os quais

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