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UM PARECER SOBRE A EDUCAÇÃO: LEVANTAMENTO DESDE O PROJETO DA FAMÍLIA MODERNA ATÉ O PROJETO REPUBLICANO E SUAS PRÁTICAS EDUCATIVAS

Por:   •  22/12/2018  •  3.743 Palavras (15 Páginas)  •  415 Visualizações

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Embutido à ideia de preservar e disciplinar constata-se a partir do século XVIII, a preocupação com a higiene e saúde física, “um corpo mal enrijecido inclinava à moleza, à preguiça, à concupiscência, a todos os vícios.” (ARIÈS, 1981, p. 168).

Tudo o que se referia às crianças e à família tornara-se um assunto sério e digno de atenção. Não apenas o futuro da criança, mas também sua simples presença e existência eram dignas de preocupação - a criança havia assumido um lugar central dentro da família. (ARIÈS, 1981.)

Junto ao sentimento de infância surge a concepção de família, em meados dos séculos XVI e XVII. Porém o conceito de família no decorrer do século XIX passa por transformações. “O modelo colonial passa a ser gradativamente substituído pela família colonizada”. (CUNHA, 2003, p. 451.).

Com o advento da Idade Moderna, movimentos notáveis que produziram grandes impactos sociais e econômicos foram acontecendo: intensificação da divisão social do trabalho e o surgimento de grupos funcionais especializados, por consequência houve um deslocamento para o trabalho fora do espaço doméstico e a necessidade por conduzir as crianças à escola se intensificou.

Se estabelece então uma aliança entre escola e família, pois a família sozinha não tinha tempo nem competência para tal missão. Porém, a escola ao longo de seu desenvolvimento transfigurou-se em mais do uma instituição meramente de apoio à família passou a possuir um papel opositor à mesma. Os pais passam a atuar como coadjuvantes na educação de seus filhos. Como consequência reduziu-se significativamente a relevância do agrupamento familiar, a educação torna-se alçada do poder público.

A grande contrariedade entre essas duas instituições ocorre, pois o discurso da ciência caracteriza-se por desqualificar a família no tocante à educação do corpo e do espírito. “Mais do que nunca cabia à escola lutar contra a família, pois sendo esta a “antítese do meio escolar”, reduzia a pó os bons ensinamentos dos professores." (CUNHA, 2003, p. 460.).

Devemos lembrar que a família definiu-se, historicamente, como instituição que credita à escola por instruir e educar seus filhos de acordo com os padrões mais avançados da ciência. De outra parte, a escola deseja que os pais e mães assimilem os conhecimentos científicos disponíveis e compreendam o trabalho dos professores – caso contrário, que se afastem do terreno educacional. (CUNHA, 2003, p. 464.).

CONSOLIDAÇÃO DA PEDAGOGIA COMO MÉTODO

Apenas no início do século XVII identifica-se uma expressão e prática convencional que possibilita conceituar como pedagogia. O contexto histórico vigente – Reforma, Contrarreforma, surgimento do novo sentimento de infância, o problema urbano – emergia a necessidade crescente de escolas. Os efeitos decorrentes disto impulsionaram mudanças.

O ensino torna-se uma preocupação e requer um método especializado, segundo Gauthier (2010, p.134), “Comenius traça, a pedagogia que só se conjuga no plural e que exige um método, isto é, a aplicação de uma ordem cuidadosamente elaborada, a fim de garantir que todos os alunos aprendam mais, mais depressa e melhor.”

A pedagogia é em essência, um método, que propicia ordem e controle de tudo que compõe a classe, para tal, destacam-se alguns dispositivos: A organização dos saberes, – essencialmente a formação cristã, o domínio da leitura e escrita e matemática básica, aperfeiçoamento dos costumes – introdução de ensino graduado, – primeira classe destinada a leitura, segunda classe a escrita, terceira a gramática, ortografia e cálculo – bem como, gestão do espaço e tempo – deveria ser ensinado mais e em menos tempo, não poderia haver ócio, o ambiente escolar deveria ser fechado para o mundo exterior, os lugares eram fixos e os punidos tinham um lugar especial – e por fim o aperfeiçoamento de costumes e condutas – com objetivo conter os excessos, falta de postura, desordem, etc.

Essencialmente a pedagogia tinha por objetivo eliminar o acaso e a desordem, bem como submeter os corpos e as almas aos bons costumes para formar sujeitos policiados, instruídos e cristãos. (GAUTHIER, 2010).

AS PRIMEIRAS APLICAÇÕES DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

As primeiras ideias que surgiram a fim de implantar a Educação Jesuítica no Brasil, se deram em meados de 1500, ano em que a Esquadra de Cabral chega ao país.

A Igreja Católica passou a ter fortes relações com o Estado português, através dela criou-se a Companhia de Jesus em 1534, uma ordem religiosa que tinha os jesuítas como educadores e catequizadores dos índios e dos colonos, além disso, eles também faziam missões para cativar e manter as pessoas na Igreja Católica, porém, antes dessa educação que foi instaurada, já existiam outras no Brasil para a população ameríndia. A implementação do ensino jesuítico se deu por meio do formalismo pedagógico.

Foram criadas em 1550, na Bahia e em São Vicente duas escolas de ler e escrever para a formação de sacerdotes, para que os mesmos ajudassem os jesuítas a catequizar. Haviam 8 instituições de ensino em 1570, 5 de nível elementar e 3 de nível médio, essas eram subsidiadas pelo Estado português e tinham o dever de formar sacerdotes sem custo nenhum. Começaram a criar então escolas elementares, secundárias, seminários e missões por todo Brasil até 1759.

Os jesuítas foram os formadores da elite intelectual e também os preparava para o ensino superior em Portugal, foram eles os unificadores da língua portuguesa no Brasil.

a estrutura e o círculo do ensino jesuítico, baseados em um ensino livresco, humanista ornamental que trazia as marcas da herança “anti-científica” do Ratio Studiorum”. Através dele, a classe dominante adquire um verniz cultural que a distingue dos demais; do povo rude, plebe. (RÓSARIO; MELO, 2015, p.385)

Foram colocadas 4 tipos de ensino sucessivos e propedêuticos no Brasil que eram o curso elementar, de humanidades (em latim), artes e teologia. Proibiram universidades no país, para que se mantivesse a subordinação da colônia. Houve até um momento em que pararam de ensinar o índio e ensinava-se somente os filhos dos colonizadores.

Os jesuítas com sua teocracia queriam acabar com os costumes dos índios, então os converteram ao catolicismo, modificaram seus hábitos e ensinaram o português, o que acabava colaborando para que fossem escravizados, mesmo com padres sendo contra.

Em 1759, os jesuítas são

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