A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Por: kamys17 • 28/5/2018 • 8.445 Palavras (34 Páginas) • 304 Visualizações
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A escola e a cidadania negada
A "ausência" do usuário: limitação no uso da coisa pública
A merenda escolar
Os remanejamentos e as atividades de recuperação
O desrespeito profissional
A escola pública de qualidade é possível
A participação popular no controle do Estado — os movimentos populares e a organização dos educadores
Leituras complementares
Uma escola, no meio de três favelas, é respeitada e protegida por pais de alunos e pela comunidade
A propósito de Estado e educação — o caso do município de São Paulo
Democratização da gestão: o planejamento como instrumento de participação popular
Atividades
Bibliografia complementar
Referencial bibliográfico
Apresentação
Este livro destina-se àqueles que querem atuar como professores. Apresenta um conjunto de conhecimentos e reflexões da Sociologia, cujo estudo possibilitará uma apreensão mais profunda dos fatos e problemas que envolvem a realidade educacional vivida por professores e alunos. A Sociologia da Educação é uma disciplina que integra a Sociologia Aplicada, isto é, uma disciplina que, em conjunto com outras, procura interferir racionalmente nos processos educacionais.
A escola básica é um direito da população brasileira inserida ainda num contexto de desigualdades sociais. Compreender as relações entre esta escola e a a sociedade brasileira nos níveis político, econômico e social é de fundamental importância. O que se quer é buscar na Sociologia subsídios teóricos e instrumentos de reflexão que contribuam para colocar os alunos de frente para a escola e para a sociedade no sentido de (re)conhecê-la em seus múltiplos aspectos. Nesta proposta, está em jogo a compreensão da escola, de seus desafios e possibilidades, procurando formas de contribuir para a superação de seus limites sociais e institucionais.
Acredita-se que a Sociologia da Educação possa, a partir de seus temas centrais de investigação, auxiliar na compreensão dos problemas da escola, participando da construção de práticas escolares mais adequadas ao papel que a escola pode ter, voltando-se, especialmente, para as relações entre a escola e a sociedade.
A escola brasileira está inserida no sistema social mais amplo do país, marcado pelo sistema capitalista. Embora com características comuns, o capitalismo não se realiza da mesma maneira em todos os lugares. É preciso identificar suas diferentes formas de realização: na coleta de peixes na Amazônia, na extração de minérios do Brasil Central e do Norte ou, ainda, nas relações que se desenvolvem no campo ou na cidade. É preciso não só desvendá-lo, mas também buscar na realidade escolar, no funcionamento das escolas e das práticas docentes, mecanismos que revelem traços ou necessidades dessa escola, situada nessa realidade específica.
Os estudos que têm sido realizados sobre a escola, a partir de vários enfoques — sociológicos, políticos, ideológicos — têm mostrado que um dos pontos críticos dessa escola são os mecanismos de exclusão social. A identificação e a reflexão sobre as causas desses mecanismos escolares serão a preocupação central desta proposta de Sociologia da Educação, seu fio condutor.
Temos certeza de que a solução desse problema não é técnica, mas sim política, e passa pela capacidade de organização e de pressão da população, o que inclui pais, alunos, professores, funcionários, autoridades e trabalhadores de modo geral.
Nesse processo de transformação o professor, por sua atuação, pode contribuir de maneira decisiva.
Contudo, a realidade exige, além de vontade de mudança, que se deixe de acreditar na inferioridade do povo brasileiro, que se tire a máscara do preconceito dissimulado, e que efetivamente se busque transformar a ação no dia a dia.
O conteúdo temático deste livro está disposto em quatro capítulos, que atendem à organização do ano letivo, dividido em quatro bimestres. Essa divisão foi feita, ainda, com a intenção de respeitar o desenvolvimento do conteúdo, segundo o fio condutor proposto.
Em cada capítulo há uma introdução, seguida de textos de apoio ao desenvolvimento do conteúdo nela apresentado. Seguem-se leituras complementares e um conjunto de atividades. Parafraseando o poeta, espera-se que, neste livro, "as atividades sejam o seu tom principal", por trazerem a realidade para dentro da sala de aula. Assim, é a partir dessa realidade problematizada que professores e alunos devem reconstruir o conteúdo proposto na introdução, com base nos textos de apoio e nas leituras complementares, ou, ainda, em outros textos que julgarem necessários. Aconselha-se, portanto, que, antes de iniciar cada capítulo, o professor analise, de maneira crítica, as atividades apresentadas, planejando-as com antecedência.
O Capítulo I — A EDUCAÇÃO COMO TEMA DA SOCIOLOGIA — é um pré-requisito ao estudo da escola na perspectiva adotada. Trata dos conceitos de interação social, educação, cultura, instituições sociais e conhecimento, procurando localizar esses conceitos em uma perspectiva histórica. Seu grande objetivo é fazer com que alunos e professores se situem como seres históricos, aclarando esses conceitos através da reflexão sobre a história de vida de cada um.
O Capítulo II — O CONTEXTO BRASILEIRO — CAPITALISMO E AS EXPLICAÇÕES DA SOCIOLOGIA — tem como objetivo conhecer melhor o contexto brasileiro, as relações capitalistas presentes nessa sociedade que, obviamente, têm conseqüências na forma de realização da escola. Nesse capítulo será ampliado o enfoque de análise proposto no capítulo anterior: dos indivíduos e instituições sociais mais próximas, para o conjunto das relações sociais e das instituições que compõem a sociedade. Será retomada a contribuição da Sociologia Geral, através do estudo de Durkheim e Marx, autores que representam posições opostas em sua forma de análise da sociedade.
O Capítulo III — A ESCOLA NO BRASIL — é o capítulo central do livro. Tem como
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