História externa e interna da Língua Portuguesa
Por: Evandro.2016 • 21/1/2018 • 1.661 Palavras (7 Páginas) • 1.367 Visualizações
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- Fatores de diferenciação Cronologia da romanização
Tipos de romanizador
Modos de romanização
Substrato
Superestrato
Adstrato
3.2. História interna ou estrutural
- Condições linguísticas que permitiram a evolução da estrutura gramatical e lexical até a diferenciação em sistemas linguísticos separados regionalmente.
- Mudanças linguísticas – processo de evolução de uma língua viva, o qual acompanha a evolução da sociedade que utiliza a língua como instrumento de comunicação (Castro, 1991). Essas transformações obedecem a tendências naturais e hábitos fonéticos espontâneos – constância e regularidade das modificações linguísticas.
- OBS.: Mudança ≠ variação (dialeto), embora sejam processos intimamente relacionados. Considerando que uma língua não se realiza uniformemente em todo o território em que é usada e apresenta variedades de ordem geográfica, social, etária, profissional, situacional, pode-se concluir que a variação histórica é decorrência natural desse processo de diferenciação. Assim, o conceito de mudança linguística deve ser encarado como resultado de uma gama de variedades, presentes todo o tempo e em todas as circunstâncias de uso de determinada língua.
- Princípios gerais para o estudo das mudanças linguísticas (Weinreich, Labov, Herzog, 1968):
- Mudança linguística ≠ variações inerentes à fala. Uma variação específica torna-se mudança quando se generaliza, dentro de uma comunidade linguística, se impõe e assume caráter de diferenciação.
- Estrutura ≠ homogeneidade. Há estruturas heterogêneas dentro da comunidade linguística.
- Toda mudança linguística pressupõe variabilidade/heterogeneidade, mas variabilidade/heterogeneidade não pressupõem mudança.
- Generalização das mudanças linguísticas está associada a outras mudanças históricas, sociais, culturais etc.
- A mudança linguística ocorre nos idioletos (gramática individual), que não se apresentam como uma gramática coesa e consistente.
- Continuidade das mudanças linguísticas.
- Inter-relação entre fatores linguísticos e extralinguísticos.
- Mudanças fonético-fonológicas – Mudanças no sistema de fonemas que constroem a expressão da língua. É o ponto de partida para toda a evolução lingüística. São alterações de fácil observação, uma vez que as palavras possuem uma história fonética comum e, muitas vezes, seguem o princípio da regularidade (invariabilidade dos condicionamentos fonéticos, período determinado de tempo, mesma região ou comunidade linguística, inexistência de influência de fatores de outra natureza, como condicionamento semântico ou interferência de outras normas – dialetal ou individual). São as chamadas leis fonéticas – sons mudam dentro de regras gerais.
- Exemplos: /t/ latina > /d/ portuguesa – processo de sonorização da oclusiva dental surda, em condicionamento intervocálico, que ocorreu no período antes da queda do Império Romano (época em que o latim ainda era falado e não foram diversificados nas línguas românicas). Vita > vida; rota > roda; patre > padre.
- OBS. 1: As palavras em que a sonorização não ocorreu foram importadas por via erudita (leitura e escrita, que as protegeram das mudanças fonéticas). Citare > citar; visitare > visitar.
- OBS. 2: Regularidade ≠ homogeneidade, unanimidade e simultaneidade, pois as línguas comportam variedades internas que são partes integrantes do sistema (CASTRO, 1991, p. 11).
- OBS. 3: Críticas ao termo “lei fonética”: (a) a escolha do vocábulo “lei” – não é um princípio válido no passado e no futuro para toda e qualquer língua. As mudanças são fatos cronotópicos, ie, limitados no tempo e no espaço.; (b) “Exceções” às leis fonéticas, como a analogia (mudanças em que há interferência do plano formal no plano fônico – recuperare > recobrar por analogia com o verbo cobrar e c/ a noção formal de que o “re” é um elemento destacável) e como o empréstimo (mudanças em que há intromissão de um elemento estranho no sistema considerado – língua estrangeira na nacional; língua popular na literária; dialetos. Os empréstimos ocorrem de maneira irrestrita e ampla apenas nas formas livres – vocábulos – plano lexical. O vocábulo conserva o semantema e a noção extralingüística (cultural). Os morfemas adaptam-se ao sistema da língua importadora e substituem por morfemas dessa língua. Exemplo: Sacanagem/sacanner).
- Mudanças semântico-lexicais – alterações no significado, criação e desuso. São mudanças de difícil observação, pois cada vocábulo possui uma história semântica diferente.
- Exemplos: aurícula > orelha – formas diminutivas que perderam a noção de grau.
- Mudanças morfológicas – alterações nos elementos em que os segmentos fônicos adquirem significado.
- Exemplos: Forma sintética latina dulcior > forma analítica portuguesa mais doce – tendência para o uso de formas analíticas, como marca de expressividade.
- Mudanças sintáticas – mudanças no encadeamentos das formas lingüísticas em uma enunciação.
- Exemplos: Desinências latinas que marcam as funções sintáticas liber (sujeito) e libri (complemento) > Preposições e artigos o/um livro (sujeito) e do livro (complemento) – incremento do uso de preposições em detrimento das desinências de caso, com a sua consequência redução.
- Mudanças discursivas.
2.3. Ponto em comum entre história externa e interna da língua
- TEXTO: deve ser entendido estrutural e socialmente.
- Importância da FILOLOGIA: ciência que estuda a literatura de um povo e de uma época, bem como a língua que serviu de instrumento de comunicação. Nasceu da necessidade de tornar os textos antigos (arcaicos) legíveis, transportando-os de sua grafia original para a atual. Realiza qualquer trabalho de examinar, reconstruir,
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