Resumo do capítulo do livro gramática contextualizada

...

A autora fala da gramática de uma língua dentro da concepção interacionista da linguagem. Aqui ela explica que a gramática é apenas um dos componentes de que se constitui uma língua. Somos nós, usuários da língua, que vamos criando aquilo que é chamado como norma, ou seja, de uso habitual. "Isto é, não existe uma gramática fora da língua". É na interação que a gramática se consolida e torna-se algo constitutivo do saber linguístico. Antunes também problematiza a normatização da gramática, pois ela afirma que esta, serve à divisão de classes sociais quando os que "menos sabem" falar têm sido os mais pobres enquanto que os que "mais sabem", os mais inteligentes são os de classes superiores.

Dessa forma a autora abre a questão do porquê diante do estudo léxico não haver o mesmo interesse que há em relação ao estudo gramatical. Se o que realmente caracteriza uma pessoa falar, ler e escrever bem é a habilidade de dizer de forma clara e coerente o que é pra ser dito, e a um determinado interlocutor, num determinado contexto, e para isso é preciso ter conhecimento lexical e sociocultural. "Reiterando: a gramática é necessária mas não é suficiente". Porém, a autora relata que pouca coisa mudou na maioria das escolas públicas ou privadas, pois ainda permanecem as concepções de linguagem descontextualizada, sem sujeito e sem intenções. Onde o único fator importante é a correção gramatical. Assim ela conclui que perdemos o conceito da atividade da linguagem, pelas concepções que admitimos e "escolhemos não apenas o que ver, mas também o que não ver", retirando o empenho de linguistas, alguns gramáticos e bons dicionaristas que aceitaram o desafio de pôr fim nestes equívocos e sugerir concepções teóricas mais consistentes que possam definir não somente a pessoa que fala/lê/escreve bem como também definir o papel da gramática em relação a isso.

Referências

ANTUNES, Irandé. Linguagem como interação social. In: Gramática contextualizada: limpando "o pó das ideias simples". São Paulo: Parábola Editorial, 2014. p.15-29.