Resenha: Raízes do Brasil
Por: Juliana2017 • 4/12/2018 • 1.828 Palavras (8 Páginas) • 497 Visualizações
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Para o autor, o êxodo rural, principalmente daqueles que tinham uma certa importância no meio rural. Isso de certa forma gerou uma formação prematura da vida na cidade.
No capítulo quarto, o autor procura evidenciar as principais diferenças dos tipos de colonização dos portugueses e dos espanhóis, chamando a atenção para aspectos políticos, culturais e sociais, como por exemplo na edificação de cidades, que foi praticada extensivamente pelos espanhóis principalmente no interior das colônias, enquanto que os portugueses não davam grande atenção para a construção de cidades, além de desencorajarem os colonos a saírem do litoral e povoarem o interior das cidades. Para o autor, os portugueses tinham uma visão mais liberal, permitindo estrangeiros e mercadores em toda a costa, desde que pagassem o imposto à coroa, já os castelhanos eram mais rígidos e meticulosos, tentado reproduzir na colônia as características da metrópole.
O autor chama a tenção para os aspectos políticos que diferencias os dois países, enquanto os portugueses possuíam uma certa unidade política, pelo fato de terem se libertado do domínio dos sarracenos ainda no século XIII, conseguiram uma maior homogeneidade étnica. Os castelhanos formavam um povo nitidamente desunido, que viviam sobre o risco de desagregação.
Sergio Buarque considera os portugueses como semeadores justamente pelo fato do processo de colonização produzido por eles ser mais relaxado, espontâneo e voltado evidentemente para a exploração agrícola. Os espanhóis seriam os ladrilhadores pelo fato de encontrarem as riquezas minerais precocemente, fato esse que fez com que os espanhóis desenvolvessem um projeto de expansão e organização das cidades.
No quinto capitulo, o autor chama atenção para o que ele considera ser a contribuição brasileira para a civilização, o homem cordial, que segundo ele está vinculado ao tipo de família patriarcal, que dá grande importância à família em detrimento do estado.
No sexto capítulo, denominado de novos tempos, fala da individualidade característica do brasileiro, que segundo o autor explica o sucesso do positivismo, de Comte, no Brasil. Mas embora o sistema fosse amplamente aceito, era um sistema já pronto, que não sabiam se ajustava-se à realidade brasileira. Na visão do autor o liberalismo democrático nunca foi naturalizado para o brasileiro, embora eles se apropriassem de dos princípios que coincidiam com a negação de autoridade, confirmado a aversão às hierarquias, fato esse que permitia o tratamento familiar aos governantes.
Sergio Buarque considera ainda que os movimentos vistos como reformadores no Brasil, foram sempre iniciados de cima para baixo, ou seja, não possuíam verdadeiramente um caráter transformador, mas apenas de mudar a aparência de uma estrutura já estabelecida, o autor cita como exemplo a implantação da democracia no Brasil, que ele considera que foi um mal entendido, visto que foi importada, mas mantinha os direitos e privilégios da aristocracia (privilégios esses que foram motivo das lutas entre aristocracia e burguesia).
No último capítulo, o autor fala sobre as revoluções que ocorreram no Brasil, destacando a abolição da escravatura e a proclamação da República, que segundo ele se deram de uma forma lenta e sem chamar atenção, deixando de lado a lavoura do açúcar e substituindo-a pela do café, o que aos poucos foi tirando o centro de poder do meio rural para o urbano.
O autor chama a atenção para as revoluções latino-americanas, mostrando que independente da entidade governante, o que domina é o personalismo, no sentido de que não se busca o benefício do todo, mas o benefício pessoal. Sergio Buarque fala que a vitória de um princípio democrático e liberal, nada mais é do que a luta por um personalismo ou contra outro.
Segundo o autor, as ideias da Revolução Francesa, foram de encontro às características nacionais e que a noção de bondade explicita na revolução iria de encontro com o tipo cordial, como já mencionado anteriormente. Para Sergio Buarque, o pensamento liberal-democrático pode ser resumido na frase de Bentham: “a maior felicidade para o maior número”. Essa frase contrasta com o tipo cordial do brasileiro, na medida em que as relações humanas são baseadas em preferências que um tem sobre os outros.
3 CONCLUSÃO
Em resumo, pode-se perceber a o desejo do autor em explicar as diversas transformações que ocorreram no Brasil, baseando-se principalmente na herança legada a nós pelos colonizadores portugueses.
Nesta obra de Sergio Buarque, aborda as principais características que formam a cultura brasileira, fazendo uma análise delas e das suas consequências para o tempo em que esta obra foi publicada inicialmente, focando nos aspectos culturais, sociais e históricos.
4 CRÍTICA DA RESENHA
Esta obra embora tenha sido publicada inicialmente em 1936, ainda mostra aspectos muito comuns na sociedade atual, pois a sua análise social, cultural, econômica e históricas, nos faz refletir sobre o legado que nos foi deixado por nossos predecessores, assim sendo através do estudo do livro Raízes do Brasil, podemos compreender melhor os principais aspectos históricos que foram de crucial importância na formação do Brasil como nação.
Quando o autor comenta sobre a característica aventureira legada a nós pelos portugueses, cita como consequência desse legado o insucesso das industrias em solo brasileiro, visto que o desejo de “se dar bem sem esforço algum” faz parte do espirito aventureiro, que não vê o trabalho como dignificante, mas busca as riquezas de modo rápido e fácil.
No livro Buarque de Hollanda chama a atenção para a característica de tipo cordial dos brasileiros, que faz com que os mesmos prezem por seus interesses acima dos outros. Ao analisarmos essa característica em especial, podemos perceber a grande influência que as características do ser cordial tem sobre a população brasileira de um modo geral pois é muito influenciado pela afetividade.
Podemos perceber também no livro que a obra entra também nos aspectos políticos, visto que as características mais fortes e influentes na cultura brasileira citadas pelo autor vão contra o espirito
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