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Resenha - O Mundo em 1914

Por:   •  5/9/2018  •  1.158 Palavras (5 Páginas)  •  390 Visualizações

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Os domínios ingleses (Austrália, Canadá, Nova Zelândia e África do Sul) também são importantes no contexto do conflito. Por não se tratarem de colônias propriamente dita e possuírem certa autonomia de política, esses atores desempenharam mais que um papel de dependente, mas sim de aliado da Grã-Bretanha na guerra, podendo fornecer apoio à medida que julgassem pertinente, seja enviando tropas à Europa para participar do conflito central, seja ajudando a derrotar as colônias e domínios de rivais em seus continentes, como os colonos africanos fizeram lutando contra as colônias alemãs. Pode-se dizer, de um modo geral, que esses domínios foram mais importantes que as colônias das principais potências, uma vez que as condições nas colônias não eram tão favoráveis (conforme o autor especifica na declinante produtividade nas colônias e o PIB per capita sete vezes menor do que o da metrópole inglesa).

O fator nacionalismo racial com inspirações no darwinismo, além disso, parece se mostrar essencial. A ideologia se espalhou como a Peste Bubônica do século XIV pela Europa e se fixou até mesmo em intelectuais, como exemplificado pelo autor com o francês Émile Zola, herói da esquerda francesa, e o “fundador” do prêmio Nobel – o inventor da dinamite. Esse fator provocou ainda um fenômeno identificado pelo autor como “culto à ofensiva” principalmente perante as forças militares das potências, justificada pela busca da realização dos objetivos e interesses nacionais. Através de exemplos como a Prússia e o Japão e obras inspiradoras como “On War” – manipulada para mostrar apenas a parte conveniente, da tática ofensiva –, a ideologia foi defendida inclusive por países desprovidos de tais recursos, a saber, a Áustria-Hungria e a França, que acabariam por causar graves danos a esses países. A paz estava definitivamente fora de moda.

Além disso, deve se destacar a corrida armamentista instaurada nas potências europeias. O esforço individual em garantir sua própria segurança através de gastos bélicos exacerbados visando à ampliação da qualidade e quantidade das armas e do exército provocava um esforço do adversário na mesma direção em resposta, o que levava a um vetor resultante sempre no sentido da instabilidade e da guerra.

Portanto, deve-se destacar o papel de inúmeros eventos, ações estratégicas, interesses e objetivos por parte dos países europeus no contexto da formação do conflito da Primeira Guerra Mundial. Formações de alianças, ideologias voltadas para a guerra, expansão beligerante, nacionalismo ferrenho, guerras de interesses e a separação das potências promoveram a formação de adversários mortais, provocando uma instabilidade e um espírito de insegurança muito forte no cenário europeu, facilitando a instauração de um conflito generalizado que acabaria por deixar um legado de destruição e morte pela Europa.

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