Resenha Entre Rupturas e Continuidades

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que as aulas ministradas são concretizadas através daquilo que está no texto, ou seja, através dos livros didáticos. O livro didático é responsável pelo ritmo da aula, exercícios e conhecimento a ser ensinado, ele é bem manipulado pelos alunos e serve de suporte textual. A utilização do livro didático e a seleção de conteúdos determinados fazem com que o professor priorize certas habilidades ou operações mentais de cunho mais didático do que relacionado ao pensamento histórico. O conteúdo é dado de forma fragmentada, o que faz com que a subjetividade da aprendizagem do pensamento fique perdida. Esta dependência traz a tona situações em que durante a correção dos exercícios a resposta correta seria o que é encontrado nos textos e não o que o aluno acredita ser o correto, fato este que desconstrói a possibilidade da formação de um pensamento histórico, ou seja, somente o livro está correto e não é possível construir uma ideia própria a respeito do assunto estudado. Neste sentido o ensino de Historia acontece através de uma narração de fatos pré-demarcados. Essa metodologia de ensino ignora a capacidade dos alunos repensarem a historia, forçando-os a sempre adequar suas ideias aquelas predefinidas nos textos. Outro fator que deve ser levado em consideração, é que o livro é uma síntese do conteúdo a ser ensinado, às vezes resumindo um século de historia num só capitulo, o que o torna insuficiente para o aprendizado de história.

A autora do artigo defende que o desenvolvimento histórico deva ocorrer desde as series iniciais do Ensino Fundamental, e conclui afirmando que o ensino de Historia como algo pronto e acabado, com conteúdos predefinidos e sem levar em conta o contexto e os sujeitos envolvidos do processo de aprendizagem, pode levar a um ensino que não contribui para a formação do pensamento histórico e a orientação para a resolução de problemas cotidianos a partir do mesmo.