Para uma história prazerosa e consequente
Por: Juliana2017 • 2/11/2018 • 4.149 Palavras (17 Páginas) • 263 Visualizações
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Qual seria, portanto trabalho da escola em fazer ninguéns são questões difíceis que devem ser respondidas com articulações por sujeitos coletivos e singulares, dispostos a inventar atalhos para encontrar caminhos para a escola alem de frustrados canais ao mercado de trabalho.
Ao penetramos escolas e conversamos com professores e diretores ouvimos deles que alunos não seriam trabalhadores e sim jovens que devidos a problemas principalmente ligados a indisciplina foram transferidos para os cursos noturnos.
Embora a maioria tenha um trabalho, em condições de subemprego, eles se envergonham disso. E tem embaraço para responderem sobre seu trabalho e sua remuneração.
Nossos alunos de cursos noturnos pertencem ao contingente, que segundo IBGE, configura 31 milhões de jovens vivendo em estado de pobreza, ao lado da juventude miserável que soma 17 milhões. Apenas 10 milhões de brasileiros entre 10 e 17 anos estão acima da miséria e pobreza.
Sabemos que faixa dos 15 aos 17 anos que estão concentrados 67% dos assassinatos arrolados na CPI da câmera federal o qual investiga morte de jovens e crianças o qual confirma extrema fragilidade social e insegurança que perpassa a vida sobretudo jovens marginalizados excluídos da sociedade.
Nas escolas o noturno passa a ser visto, em analogia com as favelas, antro de indisciplinados, que por mais que ofereçam oportunidades, não as aproveitam por desfrutarem de preguiça e da delinqüência como escolha de vida.
Ao aceitar que somente através da escola é possível educação e capacitação para viver em sociedade, trabalhadores negam valor de sua experiência cotidiana, patrimônio histórico de lutas que classe trabalhadora vem acumulando e desconfiam de seu senso.
Quando chegam a escola encontram uma escola descaracterizada; prédio mal conservado,com problemas estruturais, professores demissionários inexistência ou precariedade de material didático etc.
Assim eles acreditam na escola e desacreditam dela.
Sabemos que escola não poderá ultrapassar conflitos sociais, enraizados na esfera de produção. É necessário oferecer ao trabalhador cultura letrada ajustada a seus interesses. Mas a necessidade que dentro da escola haja uma disputa que corresponda a outras lutas travadas em todas as outras frentes, definindo rumos na sociedade.
. Cada dia torna se mais evidente o desanimo dos professores diante da realidade escolar.
Cursos de formação de professores universitários não atraem mais candidatos para preencher suas vagas. O que procuram esses cursos com freqüência tem outros objetivos profissionais que não os de seguir o magistério.
Mas culpados não são detectados somente dentro das escolas a diferentes fatos vinculados á família, saúde e circunstancias de vida quais são tomados sem o estabelecimento de relações com as estruturas vigentes no país, como razão dos fracassos escolares.
Fica realmente marcado que a gravidade da problemática escolar dos pobres, como não é produzida exclusivamente dentro da escola, não pode ser resolvida somente dentro dela, embora não se possa resolver sem ela.
Os alunos apontam uma serie questões que devem ser feitas para tornar a escola mais adequada ao interesse dos trabalhadores.
Tais o horário que deve ser mudado, recreio que precisa acontecer no meio do turno, disciplina autoritária que os coage e os intima, banheiros que necessitam de limpeza e ensino que não deve continuar fraco entre outras mais.
No caso do professor, também se faz necessário indagar que tipo de trabalhador é ele, vendo que seu salário de nenhuma maneira respalda sua existência de adulto, com responsabilidades familiares.
Escola representa cenário de uma recíproca recusa entre trabalhadores submetidos a uma desvalia permanente: professor teme se olhar perigosamente retratado no aluno; aluno teme, mesmo depois de muito esforço para chegar ate a escola, não ter acesso a um professor de verdade.
Partiremos de dois pontos que parecem constituir consenso entre os especialistas em currículos.
Primeiro deles é a concepção de currículo como uma seleção arbitraria de conjunto mais amplo de possibilidades, seleção decorrente de determinadas valorizações e relacionadas fundamentalmente a conteúdos, habilidades e crenças que grupos dominantes desejam ver incutido por nossas instituições escolares.
Associar currículo a controle e poder, porem não significa julgar que, no currículo em uso, propósitos de dominação sejam mecanicamente aceitos por alunos e professores.
Segundo ponto aceito consensualmente por especialistas de diversas tendências e nacionalidades é a necessidade de considerarmos a cultura de origem e a experiência de vida do aluno como pontos de partida de uma pratica pedagógica voltada para os interesses dos setores populares. Ainda que existam diferenças em relação a intenções, caminhos e pontos de chegada, conforme corrente que associe o autor, a concordância a respeito dos pontos de partida é indiscutível.
A construção dos currículos dos cursos que preparam professores para os dois primeiros graus de o ensino precisam incluir a discussão de como esses currículos podem melhor contribuir para o rompimento com visão etnocêntrica que somente concebe como cultura as formas dominantes.
A consciência da pluralidade cultural e o confronto constante do pensamento com os variados universos que se renovam ao longo da historia podem ajudar o futuro professor a superar preconceitos, acreditar na capacidade de aprender do aluno e considerar com mais seriedade as condições de vida, crenças,esperanças,anseios, experiências e lutas das camadas subalternas.
Cultura popular tem estado ausente dos currículos de nossas escolas, que vem em geral, reafirmando a superioridade de uma cultura associada a classe, gênero e raça. A cultura do aluno da classe trabalhadora precisa tornar se parte uma pedagogia voltada a seus interesses e necessidades.
A aceitação da diversidade de formas culturais não parece caracterizar o comportamento do professor de primeiro e segundo graus, o que dificulta, a esse professor organizar o ensino e o currículo tomando como ponto de partida a cultura popular.
É também indispensável examinar como proceder a ruptura do preconceito contra as variações lingüísticas diferentes da padrão. Esse preconceito ainda esta presente nas escolas onde professores ainda considera norma
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