Análise do Vídeo
Por: Kleber.Oliveira • 24/3/2018 • 1.499 Palavras (6 Páginas) • 314 Visualizações
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Distante de Drakensberg, Lewis encontrou uma pista esclarecedora. Wihelm Bleek era um linguista que encontrou e entrevistou os SANs que viviam em Drakensberg. Arquivou tudo em
12.000 documentos. Lewis com isso descobriu que havia sim um significado para as pinturas.
Os bosquímanos acreditavam que quando se está vivo, seu espírito pode sair do seu corpo e visitar o mundo espiritual. Eles ficavam em um estado alterado de consciência. Na religião deles, o Shaman entrava em transe durante um ritual. Eles acreditavam que durante o transe, o chamam caia, morria e visitava o mundo espiritual. Lá ele se encontrava com espíritos que precisavam de ajuda, e os curava. Foi nesse ponto que Lewis achou uma ligação.
Lewis observava muito uma pintura em especial:
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Drakensberg, África do Sul.
Ele percebeu que o homem com a cabeça de Antílope que segurava o animal, estava morrendo junto a ele. Os pés cruzados, a posição do animal, características peculiares comprovavam isso. Foi concluído então, que as pinturas eram relatos de quando alguém entrava em Transe. Eles recriavam uma experiência alucinógena com o antílope.
Lewis também percebeu que havia semelhança com pinturas mais antigas encontradas pelo mundo. Eram incrivelmente semelhantes, misturavam característica de animais com humanos, criando novas criaturas.
Mas um detalhe ainda era inexplicável... Porque o mesmo padrão de pontos e linhas? Então ele fez uma pergunta crucial; O que acontece com o cérebro quando se entra em transe?
O cérebro do ser humano é o mesmo. Linhas e cores são padrões gravados em nosso cérebro, isso prova a semelhança das imagens, independente de lugar e tempo.
O Dr. Nigel Spivey (apresentador do vídeo), foi a Londres. Visitou um instituto de psiquiatria a fim de passar pela experiência de transe. Lá encontrou Dr. Dominic Fytche. Ele cuida de pessoas com um distúrbio raro visual, onde o problema não esta nos olhos e sim em uma parte do cérebro que comanda a visão. O Dr. Nigel foi submetido a um aparelho que dispara flashs em diferentes frequências, estimulando campos visuais do cérebro. Durante o experimento, ele relatou enxergar diferentes formas e padrões de cores e linhas. Ele estava de olhos fechados, mas via coisas.
Se ficarmos de olhos vedados por um tempo, ou em lugares de extrema escuridão, (isto se aplica as cavernas), o mesmo padrão de cores e linhas surge no campo de visão.
Considerando todos os fatos pesquisados, Lewis então concluiu que formas eram apenas o começo. Após muito tempo em transe, as alucinações tomavam forma de grande potencial emocional. Para os ancestrais, esse potencial significava suas caçadas e animais de grande porte. O poder desses animais fortes mexia com a imaginação deles.
A pintura não foi inventada de um dia para o outro. O que acontecia, era que as pessoas tinham familiaridade com as figuras, uma vez que elas surgiam na sua mente e eram projetadas nas paredes. “Eles estão retendo visões”- disse Lewis “Não copiando a natureza”.
Fez-se então uma descoberta não só do significado das pinturas, mas também um entendimento científico do que acontecia na cabeça de quem as fazia.
Entretanto, isso ainda não explica como chegamos aos dias de hoje dominados por imagens.
Há 12.000 anos, houve algo inusitado. Pararam de pintar. E os arqueólogos não descobriam o porquê.
Um tempo depois, no Sul da Turquia, base da colina Gobekli Tepe, uma descoberta esclarecedora. Mostrou o que houve no imaginário das pessoas para pararem de pintar. Pesquisadores que passaram por esse local em 1960 encontraram uma vertente que estava coberta com resquícios de uma pedreira. Mas acharam que não havia nada de relevante ali. Um tempo depois resolveram escavar o local, e encontraram esculturas gigantes.
Eram pilares em círculos que representavam claramente um lugar religioso. Por 12.000 anos pararam de pintar, mas decoraram pilares de 6 metros e 50kg. Eram necessárias 500 pessoas para carrega-los da pedreira até o local. Até a própria colina foi feita pelo homem.
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Pilares. Colina Gobekli Tepe, Sul da Turquia.
Descobriram também que foi nessa área que o cultivo de alimentos teve início. As pessoas viajam longas distâncias para chegarem a esse local, (para rezar e trabalhar), visto que eram nômades e tinham que caçar e buscar seus alimentos. Cultiva-lo solucionava esse problema, a necessidade de alimentar todos que ali viviam.
Para comprovar o começo do cultivo, pesquisadores descobriram que a espécie selvagem do trigo que comemos germinava próximo ao local. Foi trazido para alimento. E esse foi só o começo.
A imaginação tomou um papel tão importante no ser humano que levou a grande transformação da humanidade. Nada do que tempo hoje, existiria se não houvesse a revelação por linhas tortas e cores de nossos ancestrais.
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