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A MARINHA NA GUERRA DO PARAGUAI

Por:   •  7/12/2018  •  2.058 Palavras (9 Páginas)  •  377 Visualizações

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Na Batalha Naval de Riachuelo, em 11 de junho de 1865, o Chefe-de-Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, que ele designara para comandar as divisões no Rio Paraná, obteve uma vitória decisiva, que garantiu o bloqueio e mudou o curso da guerra. Porém, embora com a vantagem em terra sobre os seus adversários a marinha do Paraguai não tinha possibilidade de enfrentar a marinha brasileira, que era superior em qualidade e número de navios. Ocorre que sem controlar o rio Paraná, o Paraguai não podia apoiar eficientemente as suas forças expedicionárias, que corriam o risco de ficar cercadas.

Com o objetivo de ganhar a vantagem táctica também no campo naval, os paraguaios atacaram a esquadra brasileira fundeada nas proximidades da desembocadura de um dos afluentes do rio Paraná. O ataque foi iniciado de madrugada, os navios paraguaios apareceram na neblina, quando os navios brasileiros estavam ancorados próximo à margem. A juntar à artilharia dos seus navios, os paraguaios tinham ainda enviado artilharia terrestre para a margem do rio, com o objetivo de garantir a destruição dos navios brasileiros. Embora com mais e melhores navios, a violência e rapidez do ataque paraguaio, deixou as forças brasileiras desorganizadas e em clara desvantagem táctica. A frota paraguaia, passa em frente aos navios brasileiros, e dispara várias vezes praticamente sem que houvesse resposta brasileira. Depois que os paraguaios seguem em direção a nascente, a frota brasileira, sai do ancoradouro para perseguir os paraguaios, que voltaram para junto da costa do lado norte. Mas era uma armadilha, e a esquadra brasileira caiu nela. Ao tentar perseguir os paraguaios os navios brasileiros aproximam-se demasiado da costa, e ficam ao alcance da artilharia que os paraguaios tinham colocado em terra. A frota brasileira desorganiza-se. Muitos dos navios brasileiros são adequados à navegação no mar e encalham nas águas rasas das margens do rio. Aproveitando a confusão, os navios paraguaios voltam a aproximar-se da esquadra brasileira, com o intuito de tomar os navios, que lhes seriam uteis em futuros combates.

A batalha transforma-se então durante o fim da manhã e até ao fim da tarde numa indescritível confusão. Considera-se normalmente a opção tomada pelo comandante da esquadra brasileira, de utilizar a vantagem do tamanho dos seus navios jogando-os contra os navios paraguaios, este foi um dos factores decisivos para o desfecho da batalha, que parecia tender para o lado paraguaio, porque estes tinham vantagem numérica em termos de homens, nas tentativas de abordagem que efetuaram. As tácticas pouco ortodoxas e mais ou menos desesperadas dos brasileiros, acabaram por deixar os atônitos os paraguaios, e sem capacidade de resposta, tendo ao fim do dia se retirado. O controle brasileiro se estendeu pela Bacia do Paraná até a entrada do Paraguai. Como consequência, a vitória na Batalha do Riachuelo impediu a invasão da província argentina de Entre Rios, destruiu o poderio naval paraguaio e interrompeu a marcha de sucesso do presidente paraguaio Francisco Solano López. A batalha, foi um ponto de viragem numa guerra que até ali parecia favorecer o Paraguai. Sem o controlo do rio Paraná, fronteira entre o território paraguaio e as suas tropas no sul do Brasil e no Uruguai, o Paraguai perdeu a iniciativa e a partir daí a guerra foi travada em território paraguaio, obrigando-os a praticar uma guerra somente defensiva. Com o desastre para a força naval do Paraguai tornava-se impossível permanecer no território da Argentina, com o tempo, o Paraguai seria completamente massacrado.

Em dezembro de 1866, o Visconde de Inhaúma, substituiu o então visconde de Tamandaré, no comando das forças navais brasileiras, quando já havia uma convicção de que a Fortaleza de Humaitá era vulnerável aos navios encouraçados. Tamandaré estava certo de que o general presidente paraguaio, temia a esquadra brasileira porque sabia “que o seu famoso baluarte de Humaitá” não poderia “resistir a um ataque de navios encouraçados”. Inspirada no projeto norte-americano, a Marinha brasileira incorporou à sua frota seis monitores, todos construídos no Arsenal da Corte, sob a direção de Napoleão Level, o maior engenheiro naval da época, três deles – o Pará, o Rio Grande e o Alagoas – foram utilizados para transpor a fortaleza. As tropas aliadas chegaram a Tagy, acima de Humaitá, em setembro de 1867. Dez encouraçados brasileiros já haviam transposto a Fortaleza de Curupaiti em agosto, e ficaram seis meses estacionados entre essa fortificação e Humaitá, numa posição muito delicada. A dificuldade para se obter suprimentos e a vulnerabilidade aos ataques paraguaios na região eram motivos de preocupação. Mesmo pressionado para avançar sobre Humaitá, Inhaúma preferiu aguardar a chegada dos monitores. Provavelmente motivado pela suspeita no plano original, de forçar a ultrapassagem da fortaleza, propondo um duelo de artilharia, até encontrar-se com as tropas aliadas rio acima, desconfiou que isto poderia se tratar de uma artimanha do governo argentino, com intuito de enfraquecer a armada brasileira, deixando-os no pós guerra em posição militar vantajosa. A oportunidade veio em fevereiro de 1868, com a subida do nível do rio, a destruição de algumas barcaças que sustentavam correntes de ferro que atravessavam o Rio Paraguai e o próprio desgaste da fortaleza, ocasionado pelos frequentes bombardeios da esquadra. Os monitores, que chegaram à frente de combate em dezembro de 1867, ultrapassaram Curupaiti em 13 de fevereiro de 1868 e logo se juntaram aos encouraçados.

A operação teve início na madrugada do dia 19 de fevereiro, quando uma divisão naval comandada pelo capitão de mar e guerra Delfim Carlos de Carvalho, formada pelos encouraçados Barroso, Bahia e Tamandaré e pelos três referidos monitores, investiu sobre Humaitá. Durante a batalha, ocorreram alguns contratempos; o encouraçado Bahia, desgovernado, chegou a abalroar o Tamandaré e o Pará, que ficaram bastante danificados, mas prosseguiram em sua missão; o cabo de reboque que mantinha unidos o Bahia e o Alagoas foi partido por uma mina, fazendo com que o monitor, com a força da correnteza que o arrastava rio abaixo, tivesse que avançar solitário, por cinco vezes, contra o fogo concentrado de Humaitá. O Alagoas, o Tamandaré e o Barroso chegaram a ter que encalhar para não afundar. Pouco depois, assim que superou um fogo cruzado em Timbó, a frota brasileira se encontrou com a tropa aliada em Tagy, completando o cerco à fortaleza paraguaia. A conquista definitiva da posição se deu em julho de 1868.

A Guerra da Tríplice Aliança além das lembranças às memórias institucionais militares, causou mudanças nas estruturas hierárquicas da Forças Armadas brasileiras,

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