POR UMA GEOGRAFIA DO DESAFIO: A UTILIZAÇÃO DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM PELOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL CASTELO BRANCO

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1- REFERENCIAL TEÓRICO

As possibilidades técnicas e informacionais atingem diversos segmentos da sociedade, e dentre alguns, destaca-se aqui o reconhecimento dessas novas ferramentas a serem utilizadas no âmbito do processo educativo. Os elementos informatizados utilizados de forma orientada podem contribuir para o encontro de uma nova escola, sujeitando o instrucionismo enraizado no bojo do sistema educacional a uma realidade que envolva a totalidade de práticas educacionais siginificativas para o aluno (MARINHO, 2001; MÉSZAROS, 2007).

Cada período histórico é o reflexo da unidade dialética entre a sociedade e sua forma manifestante contrária de se apropriar do espaço, desta forma, a sociedade contemporânea, marcada pela ideia da cultura digital revela a aceleração informacional desse período, assim, diante desse cenário o papel da escola é realizar o acompanhamento dessas transformações, oportunizando ao aluno um processo de ensino-aprendizagem voltado para um caráter que agregue valor, abarcando significados, integração e atos colaborativos. Nesse sentido, as novas possibilidades tecnológicas e informacionais apresentam-se como ferramentas que podem auxiliar na potencialização do ato educativo, explorando a capacidade do aluno de forma desafiadora, colaborando para a formação de sua autonomia diante do processo de ensino e aprendizagem.

Assim, registra-se que apenas as formas repetitivas e tradicionais possuem as suas limitações de alcance em busca do aprender significativo para esse novo aluno, desta forma entende-se-se que a apropriação dos novos recursos tecnológicos e informacionais sirvam como elementos essencialmente fundamentais no encontro entre os processos de aprendizagem associativa e construtiva.

Diante dessa perspectiva, o papel da Geografia no ensino fundamental e médio constitui o ato colaborativo na formação de um aluno que deva se movimentar no mundo de hoje, reconhecendo a complexa realidade deste milênio, e assim como prepará-lo para as possíveis tranformações futuras. Porém, reconhece-se no geral que as práticas pedagógicas da escola do século passado ainda encontram-se transitando com certo destaque nas insituições de ensino desse novo milênio, e somente essas velhas práticas não garantem e/ou sustentam mais a formação desse novo aluno (PONTUSCHKA, 2007).

Apesar de um número siginificativo de trabalhos que envolvem a exploração da área de ciência e tecnologia no campo didático-pedagógico, percebe-se que a Geografia muda pouco em sua prática no que diz respeito à aproporiação desses recursos em sala de aula. Nesse contexto, enfatiza-se ainda o pequeno número de trabalhos que são direcionados sobre a educação no contexo geográfico, assim como os raros trabalhos que envolvem a temática do processo ensino-prendizagem desta disciplina associado ao uso das novas tecnologias (CASTELLAR, SACRAMENTO, MUNHOZ, 2011). É neste sentido que objetivamos trabalhar com as articulações enquanto abordagem relacional, portanto considerando as relações professor – aluno, aluno – aluno em AVA, ou seja, considerando o contexto contemporâneo da aceleração e difusão das TICs.

O novo pensar sobre o ensino da Geografia pode ser concebido através da apropriação em sala de aula desses novos recursos tecnológicos, adaptando-os ao contexto da Geografia e possibilitando o processo de ensino-aprendizagem que se apresente como inovador tanto para o aluno quanto para o professor, estabelecendo a criação de eventos e a proposição de problemas que desafie o aluno, objetivando o estimulo e oportunizando alternativas para a formação construtivista de saberes (CASTELLAR, SACRAMENTO, MUNHOZ, 2011).

2. METODOLOGIA DA PESQUISA

No presente trabalho foi desenvolvida a pesquisa qualitativa, com vistas a atender os objetivos, entendendo que essa é a maneira mais adequada para se responder ao problema de pesquisa apresentado. Deste modo, este trabalho consiste numa intervenção organizacional, pautado na mudança de uma situação de inércia no uso do AVA, para as atividades práticas considerando a linha de proposta pedagógica do Desafio Nacional Acadêmico (DNA). Buscou-se, portanto, uma ideia de ensino de geografia além das práticas instrucionais, visando à transformação nas práticas cristalizadas dos professores de geografia, em particular e nas ações dos alunos diante de um AVA.

Como se trata de uma intervenção organizacional, a metodologia proposta considera três elementos presentes em um recorte organizacional: estrutura, tecnologia e comportamento, daí recorrer-se ao uso de AVA, o qual perpassa estes elementos. Pautado nestas considerações da pesquisa qualitativa e da intervenção organizacional, seguem as etapas metodológicas desenvolvidas ao longo do trabalho:

- Levantamento bibliográfico relativo à apropriação da temática considerada no âmbito do estudo;

- Aplicação de questionário semiestruturado visando o reconhecimento da forma como o aluno tem se apropriado dos recursos disponíveis na internet: foram consultados 17 alunos, que responderam às perguntas relacionadas ao uso de tecnologia em seu cotidiano, o que de certa forma possibilitou a realização de inferências acerca de suas condições socioesconômicas. Foram alguns destes alunos os participantes das atividades relacionadas à atividade aqui aplicada;

- Coletar, selecionar e armazenar os temas que foram abordados na dinâmica de aplicação da proposta, destaca-se que esses temas foram trabalhados em diferentes linguagens como: visuais, auditivas, interpretativas e entre outras;

- Elaboração da atividade adaptada da proposta pedagógica do Desafio Nacional Acadêmico (DNA) apresentando temáticas interdisciplinares, portanto não centrando o interesse no conteúdo, mas sim visando, principalmente o processo de descoberta, contribuindo para o estímulo curioso do aluno sem que houvesse necessariamente o papel do professor como agente direto nesse processo;

- Aplicação da proposta ambientada em salas com computadores (LIED), acesso à intenet, caixa de som e material suplementar impresso;

- Análise qualitativa dos pontos observados durante a aplicação da proposta de ensino e aprendizagem.

2.1- Desafio Nacional Acadêmico- DNA

A discussão em torno da utilização de recursos midiáticos no processo de ensino e aprendizagem geográfica vislumbra novos mecanismos na construção do saber, permeando no aluno a possibilidade do desenvolvimento de novas habilidades e competências.

Neste