Resumo Filosofia " O que é Dialética"
Por: Sara • 6/3/2018 • 4.053 Palavras (17 Páginas) • 300 Visualizações
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Elementos da dialética se encontram nos pensamentos de vários filósofos do séc XVII, como Leibniz (1646-1716, Spinoza (1632-16777), Hobbes (1588-1679) e Pierre Bayle (1647-1706). Já se eram achados em Montaigne (1533-1592), no sec XVI. Porém Montaigne e os filósofos do séc XVII viviam em um certoisolamento aos movimentos políticos da época. Por isso a visão que tinham da história, era otimista, ou melancólico, superficial, com conteúdo negativista.
Na metade do Séc XVIII a situação começou a mudar. O Iluminismoque desembocou na Revolução Francesa, deu condições para a compreensão dos filósofos da dinâmica das transformações sociais. Os filósofos iluministas acompanharam de perto a Revolução, e contribuindo para que o mundo novo que estava surgindo fosse racional.
Em sua maioria os iluministas se contentaram com a visão simplificada do processo de transformação social, não refletiram sobre suas contradições internas, então, não trouxeram grandes contribuições para a dialética. O filósofo iluminista Denis Diderot (1713-1784) é uma exceção, contribuindo com uma obra rica.
Diderot compreendeu que o indivíduo era condicionado por um movimento mais amplo pelas mudanças da sociedade em que vivia. Escreveu textos dialéticos importantes, como Sonho de D’Alembert, Suplemento à Viagem de Bougainville, e sua obra mais importante O sobrinho de Rameau.
Jean-Jacques Rousseau (1717-1778) também contribuiu à dialéticaEle se defrontou em assegurar bases para um contrato social, que permitissem aos indivíduos liberdade de compensar o sacrifício da liberdade com que nasceram. Rousseau considerava uma democratização da vida social, em que comunidades se apoiassem em uma vontade geral, por um movimento de convergência. Ele sabia que mudanças sociais profundas eram tumultuadas. Por mais que Rousseau divergisse de Diderot em algumas coisas, os dois não se intimidavam com a ideologia conservadora.
O trabalho
No final do séc XVIII e no começo do sec XIX, a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas mobilizaram as massas populares, as obrigando a pensar sobre questões políticas que antes só eram discutidas por uma elite reduzida.
Essa situação se refletiu na filosofia. Imanuel Kant (1724-1804) que viveu na Prússia Oriental, foi um dos maiores pensadores metafísicos modernos. Em volta das mudanças na Europa, ele começou a pensar nas contradições de um modo geral. O centro de sua filosofia era a reflexão sobre a questão do conhecimento, a questão da exata natureza e dos limites do conhecimento humano. No que ele chamou de “razão pura”, anterior à experiência, ele viu contradições - as “antinomias” -que por nenhuma lógica sairia do pensamento humano.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), também filósofo alemão demonstrou que a contradição era um princípio básico do ser humano. Ele sustentava que a questão central da filosofia era a questão do ser, e não a do conhecimento, porém concordava com Hegel, de que o sujeito humano é essencialmente ativo e está sempre interferindo na realidade. O entusiasmo com que lhe pareceu o sujeito humano onipotente passou quando a RevoluçãoFrancesa atravessou uma fase de terror. Ele percebeu que o homem transforma ativamente a realidade, porém, a realidade objetiva impõe o ritmo e condições dessa transformação.
Hegel estudou os movimentos do sujeito no plano objetivo, aprofundando sua reflexão sobre a Revolução Francesa e a chamadarevolução industrial. Percebeu que o trabalho é a mola que impulsiona o desenvolvimento humano, é no trabalho que o homem produz a si mesmo, é no trabalho que se compreende o núcleo criador da atividade humana. No trabalho que o ser humano, contrapõe-se à natureza, como sujeito ao mundo dos objetos naturais, dominando alguma das suas energias e conquistando certa autonomia diante dela.
O trabalho é conceito- chave para compreender a superação dialética, que para Hegel é simultaneamente a negação de uma determinada realidade, a conservação de algo de essencial que existe na realidade negada e a elevação dela a um nível superior. No trabalho a “matéria prima” é negada em sua forma natural, ao mesmo tempo é “conservada” para ser aproveitada e é elevada em seu valor, sendo modificada aos objetivos humanos.
Hegel era idealista. Os movimentos da realidade material eram descritos à lógica do que ele chamou de Ideia Absoluta, um princípio nebuloso, que era descrita pelo filósofo de maneira vaga.
Karl Marx (1818-1883), foi discípulo de Hegel, que o superou dialeticamente. Ele tinha uma atuação solidária ativa com os trabalhadores, tendo uma compreensão diferente de Hegel sobre trabalho. Marx concordou que o trabalho era a mola que impulsionava o desenvolvimento humano, porém não se concentrava no trabalho intelectual como Hegel, e sim no trabalho físico e material, percebendo seu lado negativo, analisandoàalienação do trabalho nas sociedades divididas em classes sociais, principalmente na capitalista
A alienação
Marx admite que o trabalho é a condição natural para a realização do homem, mas se pergunta porque ele veio a ser o algoz do ser humano. Ele encontra a primeira causa na divisão social do trabalho, que cria meios para alguns homens explorarem o trabalho de outros, criando assim uma nova contradição na condição humana. Para Marx divisão do trabalho e propriedade privada são a mesma coisa, criando alienação e opressões entre o trabalhador e o produto final de seu trabalho
Para os marxistas a única maneira de superar a divisão de classes é promovendo a revolução socialista. Marx não inventou a luta de classes, reconheceu que ela exista, com a ajuda de Friedrich Engels (1820-1895), reexaminou a história social da humanidade e em 1848 no Manifesto Comunista concluiu que a história sempre foi uma história de lutas de classes.
No livro O capital, Marx nota que pela primeira vez uma classe social – o proletariado moderno – não anseia a substituição de um modo de produção baseado na propriedade privada por um outro baseado na mesma propriedade privada, e sim busca a superação da divisão social do trabalho, com uma luta política que pode ser executada.
O trabalho como meio de alienação e não de superação, é segunda forma de deformação do trabalho, com o agravamento da exploração do trabalho sob o capitalismo, que vive em permanente expansão, e suas leis de mercado dominando toda a sociedade. Tudo se transforma em mercadoria, inclusive a força de trabalho. Os trabalhadores além da ameaça
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