OS FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
Por: Salezio.Francisco • 1/5/2018 • 3.965 Palavras (16 Páginas) • 319 Visualizações
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Ironia: não tem a conotação pejorativa atribuída atualmente. No início do processo de interrogação e diálogo, é comum instigar o interlocutor a expor seus conhecimentos sobre determinado assunto. Sócrates usava esse método para saber o que o outro estava pensando para entender seu pensamento.
Refutação: consiste em demonstrar ao interlocutor a sua ignorância. Questionar e desqualificar o pensamento do outro, fazendo-o pensar e refletir chegando a conclusão que não sabemos nada. Por isso a famosa frase de Sócrates “só sei que nada sei”.
Maiêutica: ao reconhecer a própria ignorância, o interrogado torna-se apto a elaborar um conhecimento mais próximo da verdade, um conhecimento novo.
- Pautando-se no Mito da Caverna, explique a teoria de Platão sobre o mundo sensível e o mundo inteligível.
Para Platão, a tarefa do filósofo é posta em forma de metáforas, extraídas do Mito da Caverna. A caverna escura é o nosso mundo; os escravos acorrentados são os homens; as correntes são as paixões e a ignorância; as imagens ao fundo da caverna são as percepções sensoriais; a aventura do escravo fora da caverna é a experiência filosófica; o mundo fora da caverna corresponde ao mundo das ideias, o único, verdadeiramente; o Sol que ilumina o mundo verdadeiro é a ideia do Bem, que conduz ao conhecimento; o regresso do escravo é o dever do filósofo de envolver a sociedade na experiência da verdade; a incapacidade do escravo em readaptar-se à vida na caverna é a inadequação dos filósofos; o escárnio do escravo é o destino reservado ao escravo; a morte final do escravo-filósofo é a morte de Sócrates.
Diante do mito, Platão distingue dois mundos: o mundo sensível, no qual nós seres humanos sentimos, temos percepções, adquirimos um conhecimento particular das coisas e experimentamos que elas são mutáveis; e o mundo inteligível (das ideias), um mundo separado, transcendente, no qual as coisas são eternas, imutáveis, perfeitas, únicas e verdadeiras, sendo de natureza totalmente diferente da dos objetos sensíveis.
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- Explique a contribuição de Aristóteles para a educação.
Para Aristóteles há uma relação entre política e educação. Na Política de Aristóteles, o homem é definido como um ser cível que é por natureza levado a viver em sociedade. O homem só terá vida plena se inserido em uma cidade-Estado, pois essa é condição indispensável para sua existência. A Pólis é um organismo vivo, cujo fim é assegurar as necessidades materiais para a sobrevivência do homem e uma vida intelectual melhor. Logo, todo indivíduo possui seu fim último ligado à Pólis, visto ser no interior desta que serão determinadas as suas atividades. Existe uma unidade orgânica entre a natureza política do indivíduo e o Estado.
Dentro dessa fisiologia política de Aristóteles, a educação entra como aquela capaz de desenvolver as condições necessárias para a segurança do regime e para a saúde do Estado. É a educação que fornece unidade orgânica ao Estado; ela deve ocupar toda a vida do cidadão, desde a sua concepção. Só aquele capaz de legislar deve contribuir para a educação. Logo, a educação não pode ser negligenciada, sendo deixada a cargo de cada cidadão. Ela é responsabilidade do legislador, o único que pode estabelecer leis e princípios gerais. É somente através da educação que o homem irá desenvolver aquela que é considerada por Aristóteles a mais importante das ciências, justamente porque tem por objeto o bem-estar comum, ou seja, a Política. Tal educação será promovida através de um conjunto de atividades pedagógicas coordenadas, tendo em vista uma cidade perfeita e um cidadão feliz.
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- Argumente sobre a filosofia na Idade Média.
Tal período é denominado “Idade das Trevas” devido ao obscurantismo científico, algo que se estende à ciência filosófica. Para a maioria dos estudiosos, a investigação científica esteve subordinada à fé, o que impediria avanços significativos ou reais, sobretudo quando se considera a filosofia, que só pode ser empreendida mediante a superação de crenças e ideologias, visto que nesse período a produção intelectual, assim como a educação, principal meio de propagação cultural, estava sob a responsabilidade da Igreja.
- Sintetize as principais contribuições de Descartes, Bacon, Locke, Rousseau e Kant para a educação.
Descartes: A contribuição de Descartes para a educação é a incontestável valorização do pensamento racional e o método desenvolvido para chegar ao conhecimento da verdade. Para Descartes, nada pode ser considerado verdadeiro se não for totalmente evidente, isto é, algo que seja confirmado por meio de três princípios básicos de investigação:
- Dividir cada hipótese, problema ou dificuldade investigada em tantas partes quantas forem necessárias e possíveis;
- Enumerar as dificuldades gradativamente;
- Dedicar-se, primeiramente, à resolução da dificuldade mais simples;
O método de Descartes traduz-se pela seguinte premissa: a compreensão do todo requer o entendimento das partes.
Bacon: Bacon afirmava que o verdadeiro conhecimento não pode ser explicado pelo misticismo religioso. O único caminho seriam as experiências humanas. Na esfera educacional, as ideias de Bacon contribuíram para ratificar a importância da experimentação no processo de investigação científica, impulsionando a revolução científica. Além disso, enfatizava que o conhecimento científico devia ser utilizado em benefício do desenvolvimento humano.
Locke: Para ele, o objetivo do processo educativo deve ser pragmático. Nascemos criaturas racionais e, no entanto, só o uso, o exercício, a aplicação e a diligência nos tornam realmente criaturas racionais. A educação deve ser integral, compreendendo a dimensão intelectual, moral e física, isto é, o saber, a virtude e o vigor físico.
Rousseau: criticava a sociedade burguesa e almejava a formação de um Estado em que prevalecesse a soberania popular. Opunha-se ao materialismo devido à ausência, nessa concepção, de faculdades inatas, os nossos julgamentos são atividades espontâneas (inatas). O processo educacional forma o cidadão, sujeito que se
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