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Estudo dirigido: Ceticismo antigo vs Ceticismo Cartesiano

Por:   •  25/12/2018  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  439 Visualizações

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ressaltar que analogamente a imaginação, assim como a pintura precisam trabalhar em algo real para criar coisas abstratas e novas.

Obs* mesmo o mais abstrato constituindo o fantástico usa as cores reais.

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Entretanto o resíduo do argumento do sono pode ser visto como a matemática e sua extensão. Logo o argumento do sono tem também o seu limite relacionado a fatores essencialmentes matemáticos, como números e o tempo, pois contrários aos objetos sensíveis escapam as razões naturais de duvidar, e sim questões metafísicas. Ou seja, o argumento do sonho não consegue colocar em dúvida a aritmética e a geometria.

Todavia, existem as questões espirituais, pois Deus a princípio bom não me enganaria, mas eu me engano. Tal ponto constitue um dilema: Se tem um Deus pode ser maligno e se não tem sou influenciado por coisas imperfeitas, em um outro eu posso estar enganado sempre. No caso da existência de um Deus, não podemos afirmar que ele não me permita errar e deve ser suposto que isso depende da sua bondade e a maneira como mesmo entenda. Sendo assim, o mesmo pode ser bom, na sua concepção, sendo enganador nos introduzindo noções elementares erradas por um motivo julgado como causa maior, de sua única propriedade. E caso suponhamos que não há um verdadeiro Deus, haverá certo gênio maligno, poderoso e enganador. Descartes então, por motivações não explicitadas, aceita a existência de um Deus sendo ele com motivos próprios para permitir o meu engano.

Sendo assim, nada resta, o edifício está desconstruído. Entretanto, resta o poder de suspender o juízo - a epoché, conceito presente nos antigos.

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Notas 2:

Dúvida - eficiência psicológica na suspensão do juízo.

Gênio maligno, poderia ser entendido como o Deus enganador.

Ordem da argumentação

1 Argumento - Sentidos, põe em dúvida percepções particulares, não posso afirmar que todas elas simultaneamentes estão erradas

2 Argumento - Sono x Vigília, põe em dúvida toda percepção provenientes dos sentidos, inclusive a própria existência de mundo exterior. Porém resta a noção de extensão e a noção de números, a matemática.

3 Argumento - Gênio maligno, põe em dúvida tudo inclusive a racionalidade, sem limitações, Restando somente a possibilidade de uma suspensão de juízo.

Sendo este do Gênio maligno, um dos mais complexos por colocar em cheque questões mais simples. A matemática tem suas correspondentes essências, 2+2=4, e o gênio maligno poderia nos introduzir as noções elementares erradas, sem nem ter criado noções de essências matemáticas.

* A minha crença de estar neste momento escrevendo isto pode ser induzida por falsas noções elementares.

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Diferencie ceticismo antigo x moderno

Tomemos como ponto de partida o ceticismo antigo, este que foi formalizado por Timon de acordo com Pirron. Este movimento, em um contexto de escolas helenísticas, que buscavam em sua maioria a felicidade e a verdade, não constitui de fato uma "escola", por apresentar uma peculiar abordagem. Sendo estruturada no fato de que, nem pela razão nem pelos sentidos podemos conhecer as coisas tais como elas são, e todas as tentativas resultam em fracasso. Não podendo conhecer a natureza das coisas, então devemos evitar assumir posições acerca da mesma.

E como consequência teremos o afastamento de qualquer afirmação ou certeza. Então, em um contexto onde dogmáticos afirmam que a verdade é encontrada, acadêmicos afirmam que a verdade não se encontra, o ceticismo de Pirro não podia afirmar coisa alguma, sendo assim a maneira de alcançar a ataraxia da alma, isto é, o bem viver seria alcançado pela suspensão do juízo, a epoché. Vale ressaltar, que mesmo só com a dúvida a verdade deveria ser buscada.

Para adentrarmos ao ceticismo cartesiano, é necessário uma contextualização referente ao pensamento moderno, que apesar da proximidade de nós, em linha temporal, pode se distanciar a medida que a familiaridade e a naturalização nós tirem a compreensão -- notórios são os processos de naturalização fornecem para nós a capacidade de abdicar da compreensão. O conceito de moderno, em senso comum, associa-se ao novo, ao rompimento com as tradições e etimologicamente designa o que é contemporâneo ao tempo em que se vive. Entretanto, o ceticismo cartesiano se comporta de acordo desconstruindo as estruturas de um antigo edifício, utilizando-se das meditações, estas que por sua vez também utilizam instrumentos já antes discutidos. Sendo assim, analogamente, seria uma nova maneira de desconstruir mas que ainda usa alguns instrumentos antigos e outros novos.

René Descartes, o inaugurador do "pensamento moderno" com seu ceticismo, encontrava-se inserido em um período de crise social, onde ocorria uma transição de tradições e uma nova visão de mundo, principalmente referente às novas descobertas pelas navegações. Sendo assim, configurava-se um contexto dramático pois o homem não tinha mais o seu lugar existencial, de salvação da alma. Tais aspectos constituíram a motivação para a procura de método de entendimento associado ao conhecimento seguro. Em princípio, temos a desconstrução de todo o edifício de conhecimento na sua primeira meditação. Na mesma, Descartes anuncia logo no início sua preocupação com a firmeza das ciências e evidencia a necessidade de desfazer todos os antigos conceitos e fundamentos, isto é, todas as opiniões apoiadas sobre os alicerces da imaginação, sensibilidade e dos sentidos. A partir deste ponto, temos a invalidação dos sentidos associados a dúvida sistemática, tratando como falso o que é duvidoso, e como sempre enganador o que enganou alguma vez. Porém o erro pontual dos sentidos é insuficiente para colocar em dúvida todas as percepções. Dando prosseguimento,

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