Qual a Importância do Partidarismos, do Apartidarismo e da Hostilidade Partidária na Eleições

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onde é gravado um vídeo de Quintão afirmando que vai “chutar a bunda deles”. A aliança passou a divulgar o vídeo em suas inserções na TV e também a distribuir material como camisetas, adesivos e panfletos com o slogan “A minha bunda ninguém chuta”, os matérias passaram a ser disputados nos eventos da coligação, passando a ser o centro da campanha na reta final do segundo turno.

A partir deste ponto a candidatura de Lacerda reduz o personalismo e passa a evidenciar os partidos presentes na coligação, também foram minimizadas e até retiradas as aparições de Aécio Neves e Fernando Pimentel da campanha, trazendo a frente o candidato Marcio Lacerda, que no primeiro turno quase não participou na campanha de rua e, deixou de comparecer em debates. O vermelho do PT anteriormente deixado de lado passa a dividir espaço com o laranja do PSB.

Ao analisarmos as mudanças de comportamento na reta final do segundo turno onde Lacerda obteve 59,12% dos votos, vemos que o apoio oferecido pelo Governador e pelo Prefeito através do prestigio político dos mesmos, não foi transferido para o candidato da coligação. Mostrando que o voto não foi reflexo do apoio dos líderes locais.

Já a campanha de 2012 foi realizada a sombra do julgamento dos réus do “Mensalão” ocorrido durante o processo eleitoral. Porem nenhum caso de corrupção foi tratado nas campanhas oficiais dos dois principais candidatos à prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias (PT) e Marcio Lacerda (PSB).

Segundo Telles e Lopes (2013) o foco dos dois candidatos foi a apresentação da respectivas trajetórias políticas e realizações durante seus mandatos como prefeitos. Lacerda (PSB) era candidato à reeleição e Patrus Ananias já havia sido prefeito da cidade. Entre os temas mais tratados, sobretudo por Lacerda, estava a saúde, que era a principal preocupação dos belo-horizontinos à época do processo eleitora.

Apesar de apresentar projetos para um eventual governo, Patrus Ananias criticava duramente o adversário, o que não foi visto como uma estratégia adequada já que Lacerda obtinha uma avaliação positiva pelo eleitorado. Lacerda havia sido considerado o prefeito mais bem avaliado entre as maiores capitais do país.

Estando a frente nas pesquisas Lacerda optou por se voltar para as propostas e realizações. Já Patrus que não podia se colocar como candidato do continuísmo, passou a investir em seus apoiadores Lula e Dilma, também buscando mostrar suas qualidades como gestor. Porem a imagem de “gerente eficiente” já estava ligada a Lacerda.

Nas campanhas online ambos candidatos foram atacados com vídeos e notícias na tentativa de desmoraliza-los pela proximidade da corrupção. Já durante o HGPE os candidatos se mantiveram longe deste tema, que poderia se voltar contra ambos, uma vez que o material era suficiente para gerar acusações de ambos os lados.

No tema sobre a percepção da corrupção, o maior favorecido foi o candidato Patrus Ananias, porém este tema suficiente para combater a análise da regressão trazendo um voto marcado pelo pragmatismo, ao considerar positiva a gestão em curso.

Fica notório que a decisão do voto nas eleições de 2012 em Belo Horizonte, foi relacionada ao voto retrospectivo, principalmente pelo boa avaliação da gestão executada pelo candidato a reeleição.

Traçando um paralelo entre as campanhas eleitorais de 2008 e 2012 em Belo Horizonte, podemos notar que no pleito de 2008 foi dada grande notoriedade a coligação PT/PSDB para candidatura de Marcio Lacerda, até então desconhecido no ambiente político de Belo Horizonte. Considerando que seria certa a eleição em primeiro turno através do apoio do então Governador de Minas Gerais Aécio Neves e do Prefeito em exercício Fernando Pimentel, veio como uma surpresa o empate técnico com Leonardo Quintão. Sendo que para conquistar a vitória ouve uma mudança de postura no segundo turno, que mesmo sem experiência política Lacerda se posicionou a frente da campanha e mostrou ser o candidato do continuísmo, acompanhando o desejo dos eleitores.

E em 2012 Marcio Lacerda já havia adquirido capital político em seu primeiro mandato, e sendo o prefeito mais bem avaliado dentre as maiores capitais do país. Com um eleitorado com desejo de continuidade, Lacerda foi reeleito em primeiro turno. Mesmo com a percepção da corrupção pelo eleitorado, isso não fez com que a visão de seu primeiro mandato seja afetada.