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Ampliação do Conceito de Família

Por:   •  17/4/2018  •  1.958 Palavras (8 Páginas)  •  251 Visualizações

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Com o advento da religião católica os cultos passam a ser feitos nos templos ou capelas e reconhece-se a família como entidade religiosa e o casamento como sacramento. Porém, conservou-se na figura do filho homem a manutenção da unidade familiar e, em especial o primogênito (J. Santos; M. Santos, 2011), ainda com o mesmo intuito de manutenção da raligião. O casamento religioso passa a ser a única forma de constituir família até a instituição do casamente civil no século XVIII, na França

Diante disto, até a idade média o que se tem é um conceito de família extensa a saber que não existia o divórcio e qualquer outro arranjo coexistia, porém, não de forma voluntária e e amplamente aceita. As separações que ocorria eram sempre

2. Heteronormatividade;

A base da formação familiar, reconhecida legalmente na maior parte do mundo, compõem-se de homem, mulher e filhos. Dentro dessa configuração cada um dos componentes, dispõe de posições e tarefas que lhe são designados há tanto tempo que muitas vezes são atribuídos como naturais dentro do grupo familiar.

A heteronormatividade limita as relações afetivas “normais” apenas, entre macho e fêmea, qualquer outra relação de cunho sexual que se distancie desta norma, é marginalizada e considerada “anormal”. As famílias baseadas no conceito da heteronormatividade são em sua grande maioria patriarcais, ou seja, o homem é o mantenedor e senhor da casa. Mesmo na contemporaneidade essa posição de poder pode ser facilmente reconhecida, mesmo que de forma sutil.

Esse modelo familiar lega à mulher o papel de educadora, o ser naturalmente dotado da capacidade de afeto, tanto à prole quanto ao marido. É ela a responsável pela educação dos filhos e o bom andamento da casa. Apesar de, atualmente, também trabalhar fora e manter, juntamente com o homem, financeiramente a família, o trabalho doméstico e as responsabilidades quanto aos filhos lhes são designadas quase que naturalmente.

Os filhos são educados, desde muito cedo, que existe um mundo feminino e um mundo masculino, e qualquer comportamento que fuja desse modelo é logo repreendido. Portanto, existem brincadeiras, roupas, brinquedos e comportamentos específicos do mundo feminino e outras do mundo masculino, ultrapassar esse limite significa romper a barreira “natural” dos sexos.

3. Monoparentalidade;

As transformações que os grupos familiares sofreram com o decorrer das décadas fez surgir outro modelo familiar, muito comum hoje, a monoparentalidade. Esse modelo se caracteriza pela existência de apenas um lado dos genitores presente no grupo familiar, os motivos para essa configuração variam de viuvez a adoção. Leite (2003, apud. J. Santos; M. Santos, 2009) cita que “uma família é monoparental quando a pessoa considerada (homem ou mulher) encontra-se sem cônjuge, ou companheiro, e vive com uma ou várias crianças”.

Seria leviano afirmar que esse modelo familiar é um fenômeno moderno. Sempre existiram famílias monoparentais, mas o surgimento do direito ao divórcio aumentou o número de famílias composta por apenas um dos genitores. A monoparentalidade mais antiga era imposta pela morte de algum dos cônjuges. O divórcio e a separação são mais recentes. Mas existem outras situações que podem caracterizar uma família monoparental. Dentre elas podemos citar outra situação muito comum, as das mães solteiras.

Mesmo tendo todo reconhecimento oriundo da legislação, as mães solteiras ainda, são marginalizadas pela sociedade. Esta ambigüidade, onde a lei reconhece, mas a sociedade despreza, decorre do fato de ser a sociedade brasileira extremamente tradicionalista. Contudo, tal situação tende a mudar, pois já se percebe um abrandamento dos costumes, através da defasagem do casamento e da tendência desta geração a coabitar.

(J. SANTOS; M. SANTOS, 2009, p. 14)

Independente da classe social as mães solteiras além dos preconceitos por serem mulheres criando uma criança sozinha, sofrem também com a jornada de trabalho dupla, fora para o sustento da família e em casa cuidando dos filhos. No entanto, as mulheres periféricas e sem estudo são as que mais sofrem. A precária assistência prestada pelos governos dificultam ainda mais a vida dessas mulheres. As famílias monoparentais estão cada vez mais presentes na sociedade contemporânea. E esse cenário tende a se ampliar, cada vez que a instituição matrimonial perde força e a liberdade sexual ganha mais espaço.

4. Homoparentalidade;

Por fim, outra configuração familiar presente na sociedade contemporânea são as relações homoparentais. Segundo Rodrigues & Gomes (2012), a homoparentalidade é a “situação na qual ao menos um indivíduo homossexual assume a responsabilidade por uma criança”. Essa situação pode surgir tanto da adoção dos filhos consanguíneos dos parceiros, quanto à adoção externa e mediante medidas reprodutivas.

Existem algumas questões que marginalizam as relações homoparentais. Primeiramente, como dito anteriomente, as relações familiares predominantes são heteronormativas e marginalizam qualquer relação que fuja de suas características. O modelo homoparental se distancia desse modelo tradicional, principalmente por ser composta por cônjuges do mesmo sexo. Por conseguinte, o preconceito criado em torno das relações homoafetivas criam a ideia deturpada de que filhos criados nesses ambientes tenderiam a ser homossexuais, reduzido as questões de gênero e sexualidade simplesmente ao convívio.

Apesar desse modelo, ser algo novo e revolucionário, os modelos tradicionais de família persistem. É possível observar a necessidade de uma figura mais maternal mesmo em casais homoafetivos. Existe uma necessidade por parte das famílias homoparentais de pertencimento social. Segundo Rodriguez & Gomes (2012) “a construção de uma nova família por parte dos homossexuais está marcada fortemente pelo imaginário tradicional e carrega como particularidade a combinação do ‘novo’ com o ‘velho’ no processo de busca pela funcionalidade da família”.

Conclusão

Portanto, levando-se em consideração os aspectos apresentados no trabalho, pode-se afirmar que, a família nem sempre foi monogâmica e com núcleo patriarca. A família já passou pelo direito de consanguinidade materno numa era primitiva, assumindo um caráter patriarcal no desenvolvimento e expansão da propriedade privada, quando a mulher assume posição secundária

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