A Peça de Sociologia - Infernet
Por: Rodrigo.Claudino • 28/5/2018 • 1.186 Palavras (5 Páginas) • 309 Visualizações
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Sophia (Digita): Lucy eu preciso falar com você, é algo importante, algo que você precisa saber.
Lucy (Digita): Se for sobre você ter publicado minha história para todos da escola saberem, não perca seu tempo, eu já sei de tudo.
Sophia (Digita): Não, não sabe. Você pensa que fui eu quem publicou, mas não foi.
Lucy (Digita): O Rafael que mandou você falar isso?
Sophia (Digita): Mas, que é Rafael?
Lucy (Digita): Não foi ele quem te contou o meu segredo?
Sophia (Digita): Não, foi a Hannah. Ela queria que eu publicasse, mas, eu não quis, por isso, acho que ela publicou e colocou a culpa em mim.
Lucy (Digita): Você tem como provar isso?
Sophia (Digita): Sim, eu consegui acessar os registros da ultima postagem, e eu consegui achar um numero de telefone. Eu ainda não liguei, mas...
Lucy (Digita): Me passe o numero. Eu quero ligar.
Gabi (Narradora): Lucy digita os números no seu celular e suspira, esperando que alguém atenda.
Lucy (Fala): Alo?
Hannah (Fala): Alo? Quem é?
Lucy (Fala): Sou eu, Lucy.
Hannah (Fala): Como conseguiu meu numero? Não me lembro de ter te passado.
Lucy (Fala): Não me lembro de ter te pedido que contasse meu segredo para toda a escola. Na próxima vez em que eu pensar em te contar algo, eu mesma publico.
Gabi (Narradora): Lucy desliga o telefone se sentindo um pouco melhor.
Alguns meses depois de ter seu segredo revelado para a escola, Lucy tenta recuperar sua “invisibilidade”.
Por indicação de alguns professores ela começa a frequentar um grupo de apoio.
Beatriz (Fala): Bem vinda ao nosso grupo de apoio, Lucy.
Lucy (Fala): Obrigada.
Beatriz (Fala): Eu acredito que nem todos vocês estejam aqui por vontade própria, mas, acreditem estamos aqui pelo mesmo motivo. Todos nós queremos ser aceitos em nossa sociedade, embora, nem sempre seja tão fácil.
Hoje temos uma nova companheira, e eu gostaria que ela compartilhasse um pouco da sua história conosco.
Lucy (Fala): Eu sempre fui tímida e meio solitária, mas, há algum tempo atrás eu achei ter encontrado amigos de verdade. Eu confiei neles, contei meus segredos e... A escola toda soube. Eu sou portadora do vírus HIV. Provavelmente todos vocês já devem saber disso.
Beatriz (Fala): E o que houve com seus amigos?
Lucy (Fala): Eles não são mais meus amigos, eles nunca foram...
Gabi (Narradora): Nesse momento Rafael entra na sala e interrompe Lucy.
Rafael (Fala): Mas, como assim? Eu sempre fui seu amigo.
Lucy (Fala): É verdade. Você foi meu amigo mesmo quando duvidei de você. E eu sinto muito por ter culpado você injustamente.
Rafael (Fala): Eu desculpo você.
Gabi (Narradora): Lucy e Rafael se abraçam.
Beatriz (Fala): Nosso tempo acabou, mas, você pode entrar para o grupo online, se quiser.
Lucy (Fala): Não sei se é uma boa ideia.
Beatriz (Fala): Bom, a decisão é sua, de qualquer forma, vou esperar.
Gabi (Narradora): Depois de pensar por um tempo, Lucy resolve entrar no grupo online. Ela se surpreende, pois, não esperava encontrar tanto apoio e tantas pessoas legais, pessoas verdadeiras.
Lucy (Fala): Agora eu consigo ver o verdadeiro lado bom da internet. É saber que você pode prolongar as coisas boas que você já tem em sua vida.
Rafael (Fala): É passar mais tempo com aquilo ou aquele que te faz bem.
Hannah (Fala): É descobrir que confiar nas pessoas erradas, faz parte do lado ruim da internet.
Sophia (Fala): A internet sempre terá lados bons e ruins. E quem faz ou decide quais são eles, somos nós.
Beatriz (Fala): E fazemos isso tomando decisões sensatas, porque, por apenas um deslize, um erro, ou escolha errada, podemos tornar a internet em uma INFERNET.
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