A Ira De Um Anjo

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Nesse Centro, é necessário que o controle seja tomado delas, uma vez que essas crianças não confiam em ninguém, também não se pode confiar nelas tendo em vista o que já fizeram antes. Assim, uma vez que elas não aceitam que ninguém mande nelas, é necessária uma mão firme para assumir as rédeas. Essa postura severa se mostra essencial, pois é preciso desconstruir a ideia que há dentro da cabeça dessas crianças de que elas são más e de que não têm valor, para em seguida construir a ideia de que elas são amorosas e valorosas.

Para que isso dê certo, é preciso moldar a autoestima delas pouco a pouco à medida que vão mudando seu comportamento. Desse modo, é mostrado a elas que elas não são os monstros que imaginavam ser o que muda o modo como se enxergam. Esse tratamento deu certo na Beth, que em alguns meses conseguiu desenvolver um sentido de certo e errado, além de responder à afeição, conseguindo, inclusive, fazer amigos após voltar para casa.

A princípio, seus pais não confiavam nela. Continuava dormindo trancada, mantinham alarmes pela casa. Mas com o passar do tempo, ela foi ganhando a confiança deles. Mais importante, ela mereceu essa confiança. Dentro desse contexto, é muito importante destacar que isso só foi possível porque ela teve uma família ao seu redor que realmente se importava com ela e que quer estar com ela, o que a motivou a querer mudar a si mesma, a perceber que pode e merece ser amada.

Após isso, ela é capaz de perceber que a raiva que tinha antes vinha das lembranças do que seu pai biológico tinha feito com ela e que por causa disso queria machucar as pessoas. Sente-se mal ao lembrar-se do que fazia com elas e sente-se mal ao fazer algo ruim, tanto que desabafa, às lágrimas, no fim, que não gosta mais de machucar as pessoas “Porque quando machuco as pessoas, estou ferindo a mim mesma.”.

Fernanda Corrêa 1°BM