Resumo do filme Anjos do sol, com discussões referentes a problemáticas presentes no mesmo.
Por: Hugo.bassi • 11/10/2018 • 1.390 Palavras (6 Páginas) • 660 Visualizações
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A Constituição Federal de 1988 no art. 227 diz que é dever da família, da sociedade e do Estado garantir à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, e também proteger-lhe de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão (SILVA, 2005).
Segundo Porto (2011) O abuso sexual é considerado como todo ato ou jogo sexual (podendo ser uma relação heterossexual ou homossexual) realizado por alguém está em fase de desenvolvimento. O agressor tem a finalidade de estimular a vítima sexualmente ou utilizá-la para sua própria satisfação sexual. O abuso é imposto à criança ou aos adolescentes por meio de violência física ou ameaças. Podendo variar até mesmo em atos encontrados na literatura que citam casos onde não se tenha necessariamente o contato físico (voyeurismo, exibicionismo), e não é necessário haver penetração nesses casos.
Quando o abuso acontece, além de violência sexual a criança sofre também violência física e psicológica. É comum, quando o crime começa em casa, o menor se sinta na necessidade de abandonar esse lar. Esse pode ser o inicio de um processo de desapropriação do próprio corpo. Na rua, as crianças se deparam com dificuldades que vão de necessidades físicas até as emocionais. Nas ruas, as vitimas passam por abandono e omissão total, tornam-se incapazes de reconhecer o poder do próprio corpo, fadados à utilizá-lo apenas como objeto de troca.
CONSIDERAÇÕES
O filme Anjos do sol faz analogia a uma realidade que a pouco tempo ainda era atual no Brasil. Infelizmente nas famílias de baixa renda, crianças deixavam de ir para escola e trabalhavam desde muito novas. Hoje, o cenário político-econômico possibilitou uma ascensão dessas famílias, a partir de ajudas governamentais.
Infelizmente, vemos na escola, adolescentes que vivem precocemente as experiências sexuais. Essas experiências muitas vezes acarretam em consequências irreversíveis como gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Em alguns casos, esse tema, é tratado com ignorância por parte de gestores. A escola não cuida dessa temática, e omite conversas francas e informativas, mesmo percebendo que o cenário já está montado. Isso reflete em jovens desinformados, desorientados e cheios de tabus que, possivelmente reproduzirão os mesmos descuidos.
À nós, quando possível, cabe colocar pauta os assuntos que são pertinentes ao público em questão. Vale lembrar que, na adolescência, muitas coisas estão sendo sentidas e pensadas, e o repertório de resposta é muito rico. Quando nos propomos à ouvir esses indivíduos, em grupos ou individualmente, provocamos um desconforto existencial nos mesmos, que pode resultar numa nova reorganização de sentimentos e ideias. Essa, é uma boa oportunidade para o próprio sujeito se avaliar e se posicionar diante das situações em debate. Conversas francas e claras são também uma boa forma de dar à eles liberdade para se expressarem genuinamente.
Como visto no estudo realizado, o problema é de origem biopsicossocial, devemos criar políticas públicas que envolvam todo o contexto, todo o meio que esse jovem e sua família estão inseridos, para que possamos pensar em mudanças.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Profissionalização de auxiliares de Enfermagem: cadernos do Aluno-Saúde da Mulher, da criança e do adolescente. Ministério da Saúde. Secretaria de gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da área de Enfermagem. 2. ed. Brasilia/DF, 2003.
BRASIL. Centro Estadual de defesa dos Direitos da criança e do Adolescente. Estatuto da criança e adolescente 20 anos: Direito à proteção Integral - prioridade Absoluta. Paraíba: CEDCA-PB, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Adolescer: compreender, atuar, acolher: projeto Acolher/ Associação Brasileira de Enfermagem. Brasília: ABEN, 2001.
OHARA, Elisabete Calabuig Chapina; SAITO, Raquel Xavier de Sousa. Saúde da Família: considerações teóricas e aplicabilidades. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2010.
PORTO, Celmo Celeno. Vade-mécum de Clínica médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
SILVA, Anamaria Santana da; SENNA, Ester; KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Exploração sexual comercial de crianças e adolescentes e tráfico para os mesmos fins: contribuições para o enfretamento a partir de experiências em Corumbá-MS. Brasília: OIT, 2005.
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