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VIABILIDADE DO USO DE CONTÊINERES MARÍTMOS COMO UMA ALTERNATIVA ECONÔMICA E SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL ENGENHARIA CIVIL

Por:   •  20/9/2018  •  1.995 Palavras (8 Páginas)  •  397 Visualizações

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Dados da World Shipping Council (2014) revelam que existem cerca de dezoito milhões de contêineres utilizados em transportes pelo mundo. Araújo (2012) diz que os contêineres apresentam uma vida útil de dez a quinze anos, sendo assim, uma enorme quantidade de contêineres ficam inutilizados em portos. Ou seja, as construções com contêineres, além de gerarem menos resíduos que a alvenaria tradicional, ajudam a reciclar materiais que trariam danos a natureza.

4.1 Aspectos Gerais dos Contêineres

Os contêineres são estruturas de metal em forma de paralelepípedo de seis lados. Sua estrutura é composta por quatro vigas superiores e quatro inferiores, que se conectam através de pilares posicionados nas esquinas, formando uma armação intertravada com alta rigidez.

FIGURA 1 – Componentes de um contêiner.

[pic 3]

Fonte: Carbonari (2015)

4.2 Tipos de Contêineres

Existem vários tipos de contêineres, eles foram criados de acordo com a necessidade da carga a ser transportada e é a norma ISO 830 (1999) que os define.

Na Tabela 1 é possível ver os três tipos mais utilizados de contêiner, com suas respectivas dimensões.

TABELA 1 – Tipos mais utilizados de contêineres.

[pic 4]

Fonte: Carbonari (2015)

4.3 Resistência e Capacidade Cúbica dos Contêineres

Os contêineres são materiais muito resistentes, são produzidos para resistir a várias intempéries e o fazem sem dificuldade. Além disso, suportam altas cargas, cerca de dez vezes o seu peso próprio, sendo assim, eles podem ser empilhados em agrupamentos estáticos de até oito unidades de altura no sentido transversal e três no sentido longitudinal. Segundo a NBR ISO 668 (ABNT, 2000), a carga que o contêiner Dry Box de 20’ suporta é de 21, 67 toneladas, sendo que seu peso próprio é 2,33 toneladas e sua capacidade cúbica é de 33,2m³. O Dry Box de 40’ suporta 26,93 toneladas e seu peso próprio é 3,55 toneladas, enquanto sua capacidade cúbica é de 67,6 m³ O contêiner High Cube 40’, que é o maior de todos, possui 4,15 t de peso próprio, capacidade máxima de carga de 26,33 toneladas e capacidade cúbica de 76,2 m³.

4.4 Parâmetros da Norma NBR 15575

As pessoas costumam ter preconceitos em relação à edificação que utilizam contêineres como método construtivo. Isso se deve ao fato deles passarem a sensação de que esquentam muito no verão e esfriam muito no inverno, por serem compostos por um material metálico, que é um ótimo condutor térmico.

Figuerola (2013) diz que assim como as edificações que utilizam métodos convencionais, as edificações feitas com contêineres, devem atender aos requisitos da Norma de Desempenho NBR 15575 (2013). Esta norma estabelece alguns critérios técnicos que uma edificação deve atender para que seja segura, habitável e sustentável.

De acordo com Carbonari (2015) os contêineres marítimos são capazes de atender aos requisitos da NBR 15575 (2013), desde que recebam certos tratamentos. Por si só, os contêineres são materiais duráveis, pois tem sua vida útil em torno de 100 anos, com pinturas e cuidados esse número pode ser muito maior. Para atingir o desempenho térmico e acústico, uma alternativa é a utilização de lã de pet, que além de sustentável, atua tanto melhorando o desempenho térmico quanto o acústico. Outra alternativa possível é a utilização de lã mineral.

4.5 Cuidados na Compra do Contêiner

Na hora de realizar a compra do contêiner, com a finalidade de reutilizá-lo como método construtivo, é de suma importância levar em consideração o tipo de carga que ele carregava. Contêineres marítimos transportam todo tipo de carga e podem estar contaminados.

4.6 Aspectos Construtivos

4.6.1 Seleção dos Contêineres

Figuerola (2013) diz que a primeira etapa no processo construtivo de edificações com contêineres, é a seleção técnica. Nesta etapa é verificado o estado do piso, a integridade da estrutura e a existência de resíduos químicos no container.

4.6.2 Transporte

De acordo com Slawik (2010), para se utilizar contêineres na construção de edificações, deve-se levar em conta o transporte e o equipamento que vai ser utilizado em sua manipulação, pois os custos com o deslocamento podem ser altos a ponto de inviabilizar o uso dos contêineres. Além disso, o terreno deve ter espaço suficiente para a movimentação do maquinário. Normalmente utiliza-se um caminhão convencional para transportar o contêiner e um guindaste para descarrega-lo.

4.6.3 Fundações

As edificações feitas com contêineres, apesar de terem um peso próprio relativamente menos do que as com alvenaria tradicional, costumam requerer algum tipo de fundação.

Figuerola (2013) diz que o tipo mais comum de fundações em estruturas de contêineres é o que se apoia a laje diretamente ao solo, muitas vezes utilizando radier, vigas baldrames e sapatas isoladas de concreto.

Os contêineres devem ser fixados por cantoneiras nas fundações, impedindo assim que a edificação tenha movimentações indesejadas e permitindo a transferência de cargas da edificação para o solo.

4.6.4 Aberturas

Segundo Figuerola (2013), os contêineres normalmente já chegam ao canteiro de obras com os devidos cortes previstos em projetos. Isso ocorre porque normalmente as empresas que os comercializam, investem no maquinário e em mão de obra especializada para realizar os cortes, gerando menos trabalho para o cliente.

4.6.5 Compartimentação Interna

O RSCP (2014), diz que normalmente após a estabilização e o nivelamento dos contêineres, é realizada a compartimentação interna. Os materiais mais utilizados normalmente são wood frame ou steel frame. A vantagem dessas estruturações é que elas permitem que as instalações elétricas, hidrossanitárias e as estruturas de isolamento térmico e acústico, se localizem entre os fechamentos internos e externos.

4.6.6

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