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RESUMO RESENHAS PENSADORES RESTAURO

Por:   •  5/5/2018  •  2.327 Palavras (10 Páginas)  •  416 Visualizações

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Ruskin contribuiu para o avanço das críticas aos trabalhos de restauro e suas intenções, lançando novas ideias sobre preservação, e relacionando-as com a memória e encarando o monumento como, além de uma obra de arte, um bem simbólico à história da humanidade.

Comparativo Le-Duc/Ruskin

Apesar de opostas, são visões complementares: Le-Duc ressalta a obra de arte, valorizando soluções técnicas para manter o edifício, e Ruskin prioriza o valor histórico e subjetivo, criticando os restauradores que, ao buscarem a salvaguarda de um bem, acabam por destruí-lo.

Le-Duc valoriza a arte medieval, principalmente quanto a sua forma e estrutura, enquanto Ruskin cita a arte gótica como fonte de narração histórica.

“Restauradores” – Boito

Conferência apresentada na Exposição de Turim de 1884. Este texto de Boito retoma e desenvolve aspectos dos textos anteriores, como os princípios apresentados no Congresso de Engenheiros e Arquitetos Italianos de 1883. Trata do espírito crítico do século XIX e aprecia a arte gótica. Traça os principais pontos da restauração da escultura, pintura e arquitetura.

A maior contribuição artística diante a postura crítica do século XIX foi a preservação do patrimônio: ao conhecer, compreender, admirar e reproduzir a arte do passado, deve-se deixa-las em paz e restaurá-las. Aponta como conservação, os trabalhos preventivos, e como restauração, os que interferem na obra - a conservação é obrigação do Estado e da sociedade.

Escultura: não recomenda-se a restauração, e as intervenções devem ser retiradas, pois muitas delas basearam-se em interpretações equívocas e modificaram o caráter da obra primitiva, então as esculturas antigas com partes faltantes devem permanecer assim (exceto nos casos em que os acréscimos pautaram-se em outros exemplares ou documentações completas).

Pintura: deve-se intervir como cirurgião (que salva e restitui), e contentar-se com a menor intervenção possível.

Arquitetura: antes de criticar, deve-se entender as razões para saber se poderia ter sido feita de outra maneira. Deve-se realizar constantes trabalhos de conservação do aspecto e caráter artístico e pitoresco dos edifícios, evitando restaurações danosas fundadas em completamentos e adições, porém, sendo inevitáveis, devem aparentar uma obra atual, não antiga.

Boito possui uma postura intermediária, herdando de Ruskin o respeito às fases do monumento como testemunhos históricos, acreditando que é melhor conservar, e como Le-Duc, enfatiza a questão artística na preservação, tração critérios e diretrizes, porém, acredita na preservação do edifício no estado em que alcançou, devendo conservá-lo e restaurá-lo apenas quando necessário.

Os próximos textos são um processo de amadurecimento dos princípios gerais à restauração, originados por Boito e retomados por Giovanoni pela “Carta de Atenas” (1931), e depois na “Carta de Restauro” (1936), na qual são finalmente sistematizados e tratados com maior clareza. Estes três textos contribuíram para o início de uma unificação de pensamentos aos trabalhos de restauração, sobretudo sob os aspectos práticos que envolvem o tema. Ou seja, a restauração passa de conhecimento empírico ao científico, com métodos.

Ao comparar as cartas, percebe-se que a de Atenas possui uma postura mais idealista, abordando aspectos legais (normativos), administrativos, e educativos para estabelecer uma recomendação internacional, enquanto o documento de Veneza prende-se mais completamente às questões de conservação e restauração – as recomendações da Carta de Atenas são revistas e aprofundadas na de Veneza (na primeira, aprova-se o emprego adequado de recursos modernos, como o concreto armado, mas na segunda há uma cautela maior).

“Carta de Atenas” – Giovanoni

Documento que estabelece princípios para proteger os monumentos. Recomenda critérios quanto às técnicas de restauro e conservação, e da postura ética a ser adotada. Estabelece cooperação internacional para salvaguarda das obras primas – o estabelecimento do critério de que a restauração deva ser realizada apenas quando indispensável, denota o início de uma unificação de esforços para a preservação dos monumentos de interesse à humanidade.

Principais aspectos: abandono às restituições integrais; prevalecimento da coletividade sobre a individualidade; respeito ao entorno dos monumentos; uso de materiais modernos desde que não altere-se o caráter e aspecto do edifício; permanência de estátuas sujeitas a degradação em seu local; permissão à anastilose com materiais conhecidos nas ruínas; quando a conservação de ruínas descobertas em escavação for impossível, deve-se enterrá-las novamente após estudo; colaboração por parte do Estado; melhor forma de preservação é por meio da educação; deve-se documentar e publicar os monumentos.

“Verbete Restauração” - Giovanoni

Gustavo Giovanoni conceitua o tema com um breve histórico, no qual explica as principais correntes de restauro, detendo-se naquela codificada por ele e Camilo Boito. Em seus documentos, seguindo a teoria de Boito (mínima intervenção), desenvolve e sistematiza os princípios orientadores aos trabalhos de restauração.

A restauração como meio de consolidar ou dar nova função aos monumentos é um conceito moderno, que entende que as obras artísticas do passado sejam merecedoras de preservação. Os primeiros trabalhos de restauros sob esta conceituação foram realizados no período napoleônico, que evidenciou monumentos clássicos em Roma, e depois os monumentos medievais.

Destacam-se duas correntes principais: arqueológica (monumento como documento histórico – Ruskin), e arquitetônica (monumento em função de seu valor artístico – Le-Duc). Entre estas correntes, surge na Itália uma postura intermediária que enfatiza trabalhos de conservação e reparo para preservação dos edifícios, restringindo a restauração aos casos de extrema necessidade.

Sustentada por Boito e Giovanoni, ela estabelece os monumentos mortos (da antiguidade – recomenda-se a não utilização prática deles, e sua permanência em ruinas), e os vivos (para os que não possuírem conceitos e destinação existentes recomenda-se o uso, mas desde que não muito distante de sua função primitiva, afim de evitar a degradação).

Classifica os tipos de restauro: Restauro

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