COMPARATIVO ENTRE AS CERTIFICAÇÕES - AQUA HQE E LEED

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Maiores estudos e metodologias, foram desenvolvidos após o evento da Eco-92[2], com objetivo de implantar modelos construtivos, atendendo com maior determinação o conforto ambiental e o desempenho energético. Como resultado, surgem diversos sistemas de avaliação ambiental e eficiência energética de edificações em várias partes do mundo (RODRIGUES et al., 2010).

A busca pela eficiência da construção sustentável, dependerá de vários participantes do processo. Leite (2011), afirma que se deve buscar a sustentabilidade em todo o ciclo de vida da construção, compreendendo as etapas, iniciando-se pelo desenvolvimento e concepção, passando pela construção e uso, até o reaproveitamento ou demolição.

Porém, verifica-se que o custo inicial da construção para uma certificação, é um empecilho a massificação do uso destes mecanismos na construção civil, o que poderia reduzir, futuramente, os custos operacionais e agregar valor ao imóvel, ainda impactar positivamente a vida de seus ocupantes e usuários.

LEED

O sistema de certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design ("Liderança em Design Ambiental e Energia") foi elaborado e publicado nos Estados Unidos pelo United States Green Building Council (USGBC)[3]. Sua avaliação de desempenho ambiental, possuí um método de classificação baseado na harmonização, ponderação de créditos, em função do impacto ambiental, da saúde humana e da regionalização. A eficiência energética e redução da emissão de CO2 são itens considerados de maior importância neste sistema de avaliação. O selo certifica edifícios a partir de uma lista de pré-requisitos e créditos, e possui quatro níveis: Certificado, Prata, Ouro e Platina (USGBC, 2012).

A certificação no Brasil é realizada através da GBCB- Green Building Council Brasil[4], e tem função de identificar e informar a eficiência e o desempenho ambiental do edifício a partir de uma análise documental obtida a partir da realização do empreendimento sem auditorias presenciais gerando uma classificação de desempenho ambiental do empreendimento em níveis Certificado (mínimo de 40 pontos), Prata (mínimo de 50 pontos), Ouro (mínimo de 60 pontos), Platina (a partir de 80 pontos), considerando o impacto gerado no meio ambiente em consequência dos processos relacionados ao edifício: projeto, construção e operação, (USGBC, 2012).

AQUA

O AQUA foi implantado pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini – FCAV[5], uma adaptação brasileira da certificação francesa HQE - Haute Qualité Environnementale (Alta Qualidade Ambiental).

O Processo AQUA, avalia o desempenho ambiental de uma construção por sua natureza arquitetônica e técnica, bem como pela gestão. Estrutura-se em dois instrumentos principais: o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e o referencial de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). Na visão deste selo verde, a gestão da edificação, permite definir as vertentes de projeto que irão atingir e manter os níveis de qualidade ambiental (FCAV, 2010).

O processo de avaliação permite que seja verificado nas diferentes fases do empreendimento a adequação ao perfil ambiental definido.

Divididos em catorze categorias e reunidos em quatro grupos: eco-construção, eco-gestão, conforto e saúde, este sistema fica condicionado a seguinte classificação de desempenho: Bom (praticas correntes, legislação), Superior (boas práticas) e Excelente (melhores práticas). Para se obter a certificação é exigido que um número mínimo de três categorias com classificação Excelente e um número máximo de sete categorias da classificação Bom. (FCAV, 2010).

AQUA versus LEED

A literatura é vasta de trabalhos voltados para a demonstração dos benefícios da duas certificações, mas poucos estudos apresentam comparativos entre elas.

Para Leite (2011), existem preocupações comuns aos dois selos, como a geração de resíduos, preservação dos recursos naturais energia e água, redução da emissão de gases, interação com o entorno e conforto do usuário. As diferenças se acentuam quanto aos métodos de avaliação, sendo o LEED baseado em um sistema de pontos, o que pode gerar resultados não homogêneos nos requisitos, pois um critério pode alcançar pontuação suficiente para alcançar média e compensar outros requisitos com notas ruins. O processo AQUA é baseado em desempenho sem pontuação, sendo necessário atender a todos os requisitos nos níveis determinados para se atingir a certificação. Não havendo níveis intermediários para certificação, ela é concebida ou não ao empreendimento.

O artigo apresentado por Grünberg et al (2014), traz um breve comparativo entre os três selos mais utilizados no Brasil, sendo as duas certificadoras apresentadas neste trabalho e o selo da Caixa Economia Federal - Casa Azul. O comparativo demonstrou que um sistema desenvolvido para uma realidade e localidade específicas tem melhor desempenho. Portanto entre as duas certificações comparadas o AQUA, sistema estrangeiro adaptado para a realidade brasileira, obteve vantagens não demonstrada pela certificação LEED, que é utilizado conforme foi concebido para o contexto norte-americano, aparece com menor índice de desempenho.

A ferramenta de avaliação LEED quando aplicada no Brasil, enfrenta alguns problemas de adaptação. Arantes (2012), comenta que, o método considera as práticas construtivas adequadas ao clima norte-americano, se utilizando de técnicas e materiais de difícil adaptação ao modelo de construção civil brasileiro, ainda o processo de execução no Brasil visa ser mais econômico, já nos Estados Unidos, a visão é direcionada para o conforto térmico e acústico do empreendimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A determinação de parâmetros e utilização métodos de avaliação ambiental, para uma construção ser mais sustentável, trazem inúmeros benefícios para o meio ambiente, para as pessoas e para a economia, tendo em vista, a grandiosidade do setor civil e a enorme quantidade de recursos materiais e humanos a que ele envolve.

O planejamento e gestão eficientes ambientalmente, favorecem o custo benefício de uma edificação, o tornando mais produtivo, econômico e rentável no mercado imobiliário.

O marketing ambiental, tem um papel de relevância para a adesão das construtoras aos selos de qualidade ambiental, ao mesmo tempo uma forma de demonstrar o comprometimento da empresa