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Reuso de Aguas Servidas

Por:   •  28/12/2017  •  6.563 Palavras (27 Páginas)  •  384 Visualizações

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2. DESENVOLVIMENTO

É de conhecimento geral que nos primórdios das primeiras civilizações os vales fluviais férteis dispunham de uma grande quantidade de água, onde a sua maior parte era utilizada na área de irrigações, agricultura e uma pequena parcela deste recurso eram consumidas pelos povos.

Com o decorrer do tempo, as necessidades e o crescimento da população passaram a exigir quantidades cada vez maiores de água e facilidade de acesso ás fontes existentes. Então se iniciou buscas por novas fontes de suprimentos, inclusive no subsolo.

As residências construídas na antiguidade, não possuíam sanitários. Nas cidades e nos campos era comum, as pessoas evacuarem diretamente no solo. A camada mais rica da população usava recipientes para fazer suas necessidades e em seguida descartava o conteúdo em local próximo ás moradias. Quando chovia, as fezes eram levadas pelas enxurradas até os rios, contaminando a águas e disseminando doenças.

Para tornar a água limpa antes de ser utilizada nas atividades domésticas, certos povos, filtravam o líquido em vasos de porcelana.

Com o avanço rápido das áreas industriais, no período da revolução industrial, os serviços de saneamento básico, como suprimento de água e limpeza de ruas, não acompanhavam essa expansão. Em consequência, o período foi marcado pela volta de graves epidemias transmitidas pela água contaminada, que fizeram milhares de vítimas.

Inicialmente a Inglaterra e em seguida outros países europeus realizaram uma grande reforma sanitária. Foram instaladas as descargas líquidas, semelhantes às utilizadas atualmente, transportando os detritos para as canalizações de águas pluviais.(RIBEIRO; ROOKE, 2010)

O reuso do esgoto é uma prática adotada em inúmeros países e em distintas áreas, como por exemplo, na agricultura, na irrigação de jardins, campos, parques e cemitérios, suprimento de lagos ornamentais, em lavatórios, sistemas de irrigação por aspersão de áreas verdes, na indústria (como água de refrigeração), limpeza de logradouros públicos, recarga de aquíferos, entre outros processos.

“[...] No Brasil, para atendimento de grande variedade de usos, os mais significativos são as formas de reuso em área urbana, o reuso industrial, o reuso associado à recarga artificial de aquíferos e o reuso agrícola[...] (LEITE, 2003, p. 46)

Percebe-se que no setor urbano, segundo Leite (2003) o reuso de efluentes (potáveis e não potáveis) está ligado à alta qualidade da água, assim há o requerimento de sistemas de tratamento e de controle avançados, podendo acarretar custos extremamente elevados. Já para fins industriais o reuso pode ser encarado sob diversos aspectos de acordo com as possibilidades que há na situação interna ou externa das indústrias. Para o abastecimento de aquíferos, a prática do reuso também se encontra presente devidos às tecnologias geradas pela hidrogeologia e pela engenharia de recursos hídricos que permitem a realimentação de aquíferos com águas provenientes de diversos efluentes previamente tratados, assim consegue-se aumentar a disponibilidade de água resolvendo problemas localizados. O reuso de esgotos para a irrigação de culturas cresceu significativamente em razão do problema em identificar fontes alternativas de águas para irrigação, custo exacerbado de fertilizantes, a segurança de que os riscos de saúde pública e impactos sobre o solo são pequeníssimos se as prevenções adequadas forem efetivamente assumidas, os custos exacerbados dos sistemas de tratamento que são imprescindíveis para descarga de efluentes em corpos receptores, a concordância sociocultural do exercício do reuso agrícola, e o reconhecimento pelos organismos gestores de recursos hídricos do valor intrínseco da prática.

Conforme Souza (2006) o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a implantar redes de coleta para escoamento das águas das chuvas. Porém esse sistema foi instalado somente no Rio de Janeiro e atendia a área da cidade onde estava instalada a aristocracia

Atualmente, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia permitiu que fontes contaminadas se tornassem potáveis após tratamento. Hoje existem métodos diversificados para que o esgoto e o lixo não afetem a saúde e o meio ambiente, como é o caso do reuso do esgoto.

A pesquisa abordada foi fundamentada através do tema: instalações hidráulicas, cujo conceito foi aplicadono segundo semestre, do terceiro período, em 2015 Dentro deste grandioso tema que envolve um dos principais recursos, a água, é necessário trabalhar com algo voltado para a sustentabilidade em relação ao meio ambiente.

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Entende-se que devido à má repartição de água no planeta e à crescente produção de esgotos nas regiões mais fortemente habitadas, surge a era da “recuperação, reciclagem e reuso”. Assim, a sobrevivência humana relaciona-se com a sua capacidade de reaproveitamento dos recursos escassos. (LEITE,2003, p.19)

[...]”Pesquisadores chegaram à conclusão que as operações de recarga não produziam nenhum impacto negativo apreciável sobre a água subterrânea da área nem sobre a população que a consumia”. (LEITE, 2003, p.20)

[...]No Brasil, o uso de águas residuais iniciou-se nos engenhos de cana-de-açúcar, com a utilização do efluente originário das destilarias de álcool para irrigar as plantações de cana. Em 1993, a preocupação de algumas industrias com a escassez de água fez com que quatro fábricas do Polo Industrial de Cubatão, no Estado de São Paulo, iniciassem um programa de reuso de água para refrigeração de seus processos de fabricação. Naquela mesma época, a fábrica da General Motors, instalada em São Caetano/SP, tratava e reciclava 100% da água que utilizava. (LEITE, 2003, p.23)

Segundo Santos e Mancuso (2002, apud Leite,2003, p. 26-27), a comunidade Econômica Europeia desenvolve um projeto chamado Poseidon com o intuito de desenvolver uma tecnologia capaz de remover produtos farmacêuticos e de higiene dos esgotos e das instalações de tratamento de água a fim de evitar a contaminação da água de abastecimento dos aquíferos superficiais e profundos. Para o desenvolvimento desse projeto, haverá a verificação de estudos para avaliar e melhorar a eficácia da retirada de efluentes de tratamentos convencional e avançado, além de almejar a obtenção de água potável; a comparação entre os processos de tratamento convencional e avançado para remover tais produtos; determinar a viabilidade de isolamento

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