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TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTOS DE EFLUENTES DOMÉSTICOS EM COMUNIDADES RURAIS

Por:   •  25/10/2018  •  3.068 Palavras (13 Páginas)  •  360 Visualizações

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Material e Métodos

A pesquisa teve como coleta de dados a aplicação de questionário semiestruturado aplicados nos meses de outubro e novembro nos distritos de Vilelândia, 15 propriedades rurais, Itapiche, com 09, e Ferreira, com 03 propriedades totalizando 27 comunidades pesquisadas. Quanto aos fins, é classificada como descritiva e exploratória, pois foi realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado e relata sobre a importância de utilizar tecnologias alternativas para um melhor desenvolvimento no tratamento de efluentes em propriedades. Quanto aos meios a pesquisa classifica-se como de campo, pois foi realizada nas comunidades rurais situadas no município de Carmo do Rio Claro, Minas Gerais, cuja principal atividade consiste na agricultura familiar.Os questionários foram elaborados com questões abertas e fechadas (ANEXO I), além da utilização de fotos dos locais estudados.

Resultados e Discussão

Em consideração ao momento do diagnóstico da captação e uso dos recursos hídricos e da destinação dos resíduos sanitários unificados com a disposição do esgoto doméstico nas propriedades estudadas, evidenciou-se a situação apresentada abaixo. As vinte e sente propriedades estudadas tiveram como ferramenta de pesquisa o uso de questionários que trouxeram resultados positivos junto ao estudo ora realizado. Assim, partiu-se do objetivo em conhecer melhor as propriedades rurais e as condições de saneamento básico, isto é, se as mesmas apresentam Tecnologias Alternativas para tratamentos de efluentes domésticos. Em todas as vinte sete propriedades do município de Carmo do Rio Claro/MG (Vilelândia, Itapiche e Ferreira), observou-se que existe somente a preocupação com a destinação dos efluentes oriundos de vasos sanitários. Já os demais, que são advindos de chuveiro, tanque, pia de cozinha e banheiro, costumam ser direcionados por meio de canos PVC ou mangueiras de plástico diretamente para a superfície do solo e liberados nas proximidades da residência.

Em grande parte das comunidades rurais existem cisternas e não há abastecimento de água feita pelo município, que só é feito na comunidade de Vilelândia. Nesta, as fossas ainda são as negras, ou seja, um dispositivo sanitário denominado pelos moradores de fossa, que recebe as águas negras ou efluentes provenientes das bacias sanitárias. O referido dispositivo funciona efetivamente como sumidouro, que na definição da NBR 7229/93 (ABNT, 1993) é um poço escavado no chão e não impermeabilizada, e que orienta a infiltração da água residuária no solo. Isso potencializa a poluição das águas subterrâneas da região e aumenta também a chance de doenças relacionadas à ausência de tratamento dos efluentes.

Verificou-se também que apenas três propriedades receberam auxilio do governo para a instalação das fossas sépticas. Também ficou possível a percepção que há conhecimento sobre as tecnologias alternativas que melhoram as condições de vida da população, além da consciência sobre a importância de cuidar do meio ambiente, uma vez que há palestras sobre a importância da saúde através do ESF (Estratégia Saúde da Família).

No que se refere ao esgoto proveniente dos vasos sanitários, vinte e duas residências utilizam a fossa simples (composta por um tanque revestido com tampa), e nas outras cinco, existem as fossas sépticas. O sistema de fossa normalmente utilizado no Brasil é a fossa absorvente, ou poço absorvente. Nesse sistema encontram-se desde sistemas rudimentares, com um buraco no solo, até construções com paredes de sustentação em alvenaria, cobertas normalmente com laje de concreto e fundo sem revestimento para permitir a infiltração do esgoto. Outro sistema é a fossa estanque, totalmente impermeável, onde o esgoto é apenas depositado para posterior retirada, e sua estrutura geralmente é de concreto (PROSAB5, 2004).

Os tanques sépticos (NBR 7229-93 orienta construção e utilização) consistem de câmaras únicas ou em série, horizontais ou verticais. Independente do modelo as funções do tanque séptico são as mesmas: reter através de decantação os sólidos suspensos presentes no esgoto os quais sedimentam e sofrem o processo de digestão anaeróbia no fundo do tanque. A manutenção consiste basicamente em remover e dispor o lodo em local adequado em certo período de tempo, que normalmente é de dois anos. Entretanto, geralmente essa operação não é realizada adequadamente, na maioria das vezes por falta de orientação.

De acordo com Faedo (2010), o uso dos tanques sépticos obtém sucesso quando aplicado principalmente a pequenas e médias vazões, pois se trata de um sistema compacto, de baixo custo, fácil e eventual manutenção, e sua desvantagem está na pouca eficiência na remoção de patógenos e sólidos dissolvidos. Quando associado a um pós-tratamento para seu efluente, os resultados são satisfatórios, geralmente com 40 a 70% de remoção de DBO.

Em consideração a esses tipos de fossas, por serem as mais adequadas, uma vez que garante que os corpos hídricos não sejam contaminados, a fossa simples terá que se adequar a fossa séptica para que o processo seja realizado corretamente, sem prejudicar os corpos hídricos. Vejamos o gráfico 01 e 02 abaixo:

Gráfico 01 - Comunidades Rurais com Fossas Simples

[pic 2]

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 02 - Comunidades Rurais com Fossas Sépticas Biodigestora

[pic 3]

Fonte: Dados da pesquisa

Com relação aos dados obtidos foi possível evidenciar que na comunidade Vilelândia não há fossas sépticas biodigestoras, talvez pelo fato de ser comum em comunidades rurais o uso das fossas negras. Com isso, algumas doenças com fonte na água, como a cólera e a diarréia, por exemplo, podem ser facilmente contraídas pelos moradores rurais. Dessa forma, tanto a população urbana como a rural podem ser afetadas por diversas doenças de veiculação hídrica, as quais se associam em sua maioria à ausência de saneamento, e no caso do meio rural, mais especificamente, à falta de um sistema coletor e de tratamento de esgoto mais eficiente. Esses problemas de veiculação hídrica se dividem em doenças[1] com fonte na água e doenças devido à falta de higiene, conforme apresentado nos gráficos 03 e 04 abaixo.

Gráfico 03- Doenças contraídas pelos membros familiares

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